Peste Bubônica: Saiba Sobre a Epidemia Que Matou Milhões

A peste bubônica, também conhecida como peste negra, é uma doença que recebeu diversos relatos na história ocidental.

Atualmente, cerca de 1000 a 3000 pessoas ainda morrem todo ano, ao redor do mundo, por consequência desta condição (1).

Isso porque ela pode ser fatal se não for tratada de forma adequada.

Neste artigo, você conhecerá qual é a causa da peste bubônica.

Além disso, também aprenderá sobre os possíveis sintomas dessa doença.

Em qual ano foi a peste bubônica?

A epidemia da peste bubônica, ou seja, a ocorrência de um grande número de casos novos de pessoas com a infecção em diferentes pontos de uma grande região, aconteceu no período medieval, a partir do ano de 1347 (século XIV).

Como resultado, estima-se que pelo menos 25 milhões de pessoas morreram somente na Europa (2).

Isso porque, nessa época, não havia tratamento apropriado para esta doença, o que a tornava letal.

Também não havia saneamento básico adequado, o que deixava as pessoas mais suscetíveis (vulneráveis) a sofrerem a infecção.

Pois a peste negra é causada por uma pela bactéria (Yersinia pestis), que pode contaminar não só ratos, mas também as pulgas que parasitam esses animais (3,4).

Por isso, ao ser picado por essas pulgas ou manter contato com esses animais roedores contaminados, uma pessoa pode se infectar com esta bactéria.

Além disso, a bactéria também pode invadir o corpo se um machucado (ferida) na pele receber contato com o sangue do rato que carrega a bactéria.

Por fim, vale lembrar que há fatores que aumentam os riscos da infecção acontecer.

Fatores de risco

  • Veterinários e seus assistentes, pois podem entrar em contato com cães e gatos que podem estar contaminados
  • Pessoas cujos trabalhos são ao ar livre em regiões onde é comum o contato com animais que possam estar contaminados
  • Morar, viajar ou frequentar áreas rurais onde pode se encontrar roedores silvestres como esquilos, por exemplo
  • Acampar, caçar ou fazer trilhas em áreas onde pode haver animais infectados pela bactéria que causa a peste

Sintomas da peste bubônica

Sem dúvida, o sintoma mais característico desta condição é o edema (inchaço) nos gânglios linfáticos, formando “caroços” (5,6).

Quando eles incham (podendo atingir o tamanho de um ovo de galinha) ficam sensíveis e doloridos, são chamados de “bubões”, o que justifica o nome desta doença.

Além disso, outros sintomas podem aparecer, tais como:

  • Início repentino de febre e calafrios
  • Cansaço e mal-estar
  • Dores musculares
  • Dor de cabeça

Contudo, vale lembrar que os sintomas podem variar a depender de como a pessoa ficou exposta à bactéria.

Pois ela se multiplica no local onde a pulga picou.

Sendo assim, se a infecção não for tratada, a bactéria pode se espalhar para outras partes do corpo.

Com isso, a condição pode se manifestar de diferentes maneiras, além da ‘forma bubônica’.

As demais formas são:

  • Peste septicêmica: ocorre quando as bactérias se multiplicam na corrente sanguínea. Pode causar fraqueza extrema, sangramento na boca e no nariz, dores abdominais, choque e gangrena (morte do tecido) em dedos das mãos, dos pés e na ponta do nariz
  • Peste pneumônica: é menos comum, porém mais perigosa, pois pode ser transmitida de uma pessoa a outra, por gotículas que saem da boca ao tossir. As bactérias afetam os pulmões podendo causar uma pneumonia, dispneia (falta de ar), tosse com muco e sangue, dor no peito, fraqueza e febre

Quando procurar ajuda médica?

Se você frequentou uma área em que há casos da peste e, logo depois, você percebeu que há ‘bubões’ (inchaços) nas regiões das suas axilas, virilha ou pescoço ou também teve febre repentina acompanhada por uma sensação de mal-estar, busque assistência médica imediatamente.

Diante da suspeita do diagnóstico, é possível iniciar o tratamento com antibióticos, que têm a possibilidade de proporcionar a cura para a doença.

E afinal, se existe cura, por que as pessoas ainda morrem por consequência desta doença?

De modo geral, os casos de óbito ocorrem em lugares onde o saneamento básico e as políticas de saúde pública ainda são precários (insuficientes), pois isso aumenta a exposição à doença e dificulta o acesso ao tratamento.

Por isso, infelizmente, em lugares pobres e remotos (7) ainda existem muitas vítimas da peste bubônica.

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(Autor)

Discente do curso de enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais. Atuante na Atenção Básica à Saúde na cidade de Alfenas, sobretudo nas áreas de Saúde da Mulher e Cuidados Paliativos. Membro voluntário do projeto de extensão “PaliAB” pela Universidade Federal de Alfenas.Neste projeto, os extensionistas estabelecem uma relação de reciprocidade com os profissionais da Estratégia da Saúde da Família (ESF) e com os pacientes assistidos neste nível de Atenção à Saúde, sob a ótica dos Cuidados Paliativos (CP).Os participantes deste projeto contribuem para melhora na qualidade de vida dos pacientes por meio de planos de cuidados desenvolvidos juntamente com os profissionais das ESFs, para aliviar o sofrimento físico, social, espiritual e psicológico das pessoas e de sua rede de apoio sob CP.Além disso, ela atua no desenvolvimento de pesquisas para aprimorar o conhecimento sobre esta área, publica diversos trabalhos sobre a temática e disponibiliza cursos e cartilhas para os profissionais da ESF e cartilhas para população juntamente com os membros do projeto.Por fim, ela prioriza um cuidado integral, respeitoso e digno tanto às pessoas assistidas pela Atenção Básica quanto aos profissionais que atuam neste nível de assistência à saúde.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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