O Que Fazer em uma Crise de Ansiedade: Controle dos Sintomas

É provável que você conheça alguém que tem dúvida sobre o que fazer em uma crise de ansiedade.

Afinal, a ansiedade é um problema que atinge milhões de brasileiros.

Segundo a OMS, 9,3% dos brasileiros apresentaram algum tipo de transtorno de ansiedade em 2020 (1).

Uma das suas temidas manifestações são as crises de ansiedade, que também podem ser conhecidas como ataques de pânico.

Nesse sentido, elas geram intenso desconforto, medo e prejudicam a qualidade de vida de quem convive com isso.

Nessas crises, o cérebro aciona seu sistema de “luta ou fuga” mesmo quando não há nenhuma ameaça aparente.

Isso ocorre devido ao mau funcionamento de certas regiões deste órgão e de seus neurotransmissores (substância que atuam como “mensageiros” do nosso sistema nervoso).

Devido aos seus sintomas físicos e ao sofrimento mental que causam, essas crises podem ser assustadoras e muito difíceis para se lidar.

Desse modo, é muito importante saber o que fazer em uma crise de ansiedade.

O que fazer em uma crise de ansiedade?

Há algumas medidas que podem auxiliar quem deseja saber o que fazer em uma crise de ansiedade, por exemplo:

  • Ter consciência de que essas crises não matam
  • Evitar focar a sua atenção nos sintomas
  • Prestar atenção na própria respiração e buscar gradativamente fazer movimentos respiratórios mais profundos e ritmados
  • Focar a atenção em algo exterior, tirando o foco dos sintomas
  • Fazer alguma atividade que promova maior movimentação do corpo, por exemplo, uma caminhada
  • Pensar em situações positivas, tentando encontrar conforto

Além disso, pode ser importante ter uma atitude de não fugir da situação que desencadeou a crise e buscar se acalmar com algumas das recomendações anteriores. 

Com isso, poderá ser um pouco menos desafiador para a sua mente lidar com novas crises, caso apareçam futuramente (2).

Por outro lado, se você for a pessoa que está tentando ajudar quem está com a crise, evite dizer coisas do tipo “se acalme”.

Mas coloque-se à disposição para fazer companhia e prestar auxílio sem fazer julgamentos.

Por fim, é importante buscar ajuda profissional para impedir que essas crises ocorram novamente. 

Nesse sentido, conversar sobre elas com o psiquiatra ou psicólogo é fundamental para a prevenção.

Quais são os sintomas das crises de ansiedade?

Em princípio, os sintomas das crises de ansiedade podem incluir:

  • Suor
  • Tremor ou agitação
  • Palpitações
  • Coração acelerado
  • Dor no peito
  • Falta de ar
  • Formigamento de mãos e/ou pés
  • Náusea e indigestão
  • Medo de morrer
  • Sentimento de perda de controle

Em resumo, em uma crise de ansiedade (do tipo ataque de pânico), nosso corpo reage fisicamente mesmo diante de um perigo inexistente.

É importante ressaltar que o medo é um sistema de defesa, mas esse sistema de resposta pode se desregular e levar a manifestações desequilibradas.

De maneira geral, as crises surgem repentinamente e duram poucos minutos.

Entretanto, podem ser desesperadoras para quem está passando por elas.

Além de causar uma sensação de cansaço excessivo após passar a crise.

Como diferenciar uma crise de ansiedade de um infarto?

Por começar subitamente, para algumas pessoas, uma crise de ansiedade (ataque de pânico) pode ser confundida com um infarto (3).

Essas duas condições têm alguns de seus sintomas semelhantes, como, por exemplo, a sensação de falta de ar, palpitações (batimentos do coração acelerados), suor e indigestão.

Entretanto, o infarto está muitas vezes relacionado a condições como pressão alta, diabetes, colesterol alto e doença nas artérias coronárias do coração.

Sendo que a presença dessas condições funcionam como um alarme para se suspeitar da possibilidade de um infarto.

De qualquer forma, caso tenha dor no peito, palpitações ou falta de ar que durem mais do que 2 a 3 minutos, você pode ligar para o número 192 no Brasil, que é um serviço público para atendimento de emergências (SAMU).

Por fim, vale lembrar que as crises de ansiedade não matam.

De qualquer forma, pessoas com histórico de ansiedade devem tentar buscar ajuda para controlar essas crises, principalmente quando elas são recorrentes.

Como tratar a ansiedade?

Para o tratamento das crises de ansiedade, é importante que haja uma avaliação com psicólogos ou psiquiatras para que as melhores condutas profissionais sejam tomadas. 

Por exemplo, eles poderão sugerir psicoterapia ou o uso de medicações para proporcionar melhor controle do seu problema.

Com isso, poderão passar orientações sobre o que fazer em uma crise de ansiedade.

Este artigo te ajudou?

Gabriel Santiago é graduando do sexto semestre em Medicina pela Faculdade de Medicina da USP. Durante a graduação se envolveu em ligas acadêmicas clínicas e cirúrgicas, e é entusiasta em endocrinologia e neurologia.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

Este artigo não possui comentários
      Deixe seu comentário

      O seu endereço de email não será publicado.