Automutilação: Saiba Como Intervir na Prática

Você sabe o que é automutilação?

Automutilação (ou autolesão) é o ato de causar dor ou ferir o próprio corpo de forma proposital.

Sendo assim, trata-se de um assunto muito delicado, que pode ser um gatilho para muitas pessoas.

Isto é, pode trazer lembranças indesejadas e um sentimento de angústia.

Neste artigo, vou lhe explicar possíveis formas de identificar que alguém está passando por essa complicação.

Além disso, vou lhe apresentar tratamentos e maneiras de ajudar alguém que pratica automutilação.

Por que as pessoas praticam automutilação?

Muitas pessoas praticam a automutilação em busca de uma sensação de alívio ou senso de controle. Ou seja, elas tentam substituir sentimentos ruins ou preencher um “vazio” que sentem. Por outro lado, esses indivíduos também podem recorrer à prática para se punirem por emoções indesejadas. Seja quais forem os motivos, é muito comum que a automutilação acabe resultando em culpa e vergonha.

Além disso, existem fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa cometer automutilação (1), como:

Sendo assim, esse comportamento representa uma maneira destrutiva de lidar com sentimentos como tristeza, raiva, frustração ou solidão.

Logo, devemos sinalizar que ela pode deixar marcas físicas e psicológicas difíceis de lidar.

Observa-se também que a automutilação, em geral, é um ato que atinge adolescentes e jovens adultos.

Nesses grupos, questões relacionadas à autoestima e ao consumo de álcool e uso de outras drogas também oferecem risco de autolesão.

De que maneira surgem as lesões?

Entre as manifestações mais comuns de autolesão estão:

  • Realizar cortes no corpo
  • Produzir queimaduras
  • Puxar fios de cabelo (tricotilomania)
  • Causar contusões

Essas manifestações deixam alguns sinais.

Ou seja, marcas que podem indicar que alguém está praticando automutilação.

Por exemplo, arranhões, feridas e até mesmo cicatrizes sobre a pele.

Alguns utilizam as feridas como uma maneira de chamar atenção e mostrar que precisam de ajuda.

Mas, geralmente, pessoas que se ferem mantêm o costume de usar roupas longas.

Para cobrir essas possíveis marcas corporais e evitar conflitos.

E, ainda, carregam escondido objetos afiados.

Como posso ajudar quem pratica automutilação? Há tratamento?

Em princípio, uma pessoa que realiza algum tipo de autolesão pode não ter qualquer ideação suicida.

Apesar disso, nenhuma forma de auxílio deve ser recusada.

Visto que para alguns a prática pode acontecer em um episódio isolado (ocasião única).

Mas, para outros, pode tornar-se um hábito difícil de abandonar.

Logo, observe com atenção o comportamento das pessoas que você ama ou com quem você convive.

Porque isso pode fazer toda a diferença para elas.

É de extrema importância não julgar e oferecer assistência.

Como procurar acompanhamento psicológico e médico.

No Brasil, existe também a possibilidade de entrar em contato com telefones de emergência como o 188, do CVV – Centro de Valorização da Vida.

A automutilação é uma ação que indica um momento de dificuldade, e se você está passando por isso, não hesite em procurar ajuda.

Este artigo te ajudou?
(Autor)

Thays Alvaro é estudante de psicologia na Universidade Federal Fluminense (UFF). Atualmente no 5° período da graduação, já participou de diversas atividades extracurriculares ligadas à Neurociências, como a ocupação de palestrante no evento Escola com Ciência, promovido através do NuPEDEN UFF (Núcleo de Pesquisa, Ensino Divulgação e Extensão em Neurociências da UFF) e de monitora no X Curso de Verão em Neurociências, realizado pelo Portal do Candidato da Olimpíada Brasileira de Neurociências (Brazilian Brain Bee). Tem como grande paixão a língua francesa, da qual é certificada com diplomas DELF A1, A2 e B2. Secretamente cinéfila, é vista nos momentos livres sempre maratonando filmes (principalmente aqueles que são sobre dança, sua arte favorita). No momento escreve para o Vitalismo e busca contribuir, diariamente, para o firmamento de uma psicologia diversa, sensível e inclusiva.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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