Cyberbullying: Como Ela Afeta a Saúde Mental?

O cyberbullying é um tipo de violência que ocorre através da internet.

Mesmo não sendo de forma física, ela pode causar problemas psicológicos à vítima.

Essa violência pode ser na forma de xingamentos, ameaças, provocação, difamação ou qualquer outro meio de constranger, humilhar, intimidar e gerar sofrimento. 

Assim como o bullying tradicional, o qual inclui a violência verbal e física, o cyberbullying também acontece principalmente entre adolescentes (1). 

O que é cyberbullying?

O cyberbullying é um tipo de violência que costuma ocorrer na forma de assédio, por algum tipo de dispositivo eletrônico (computadores ou smartphones). Nesse sentido, existe uma figura que emite, envia ou publica o conteúdo agressivo contra um alvo. Há também uma assimetria (desbalanço) entre o agressor e a vítima. Ou seja, por conta da idade, do status social, da força física ou do estado de anonimato o emissor está numa posição de superioridade (2).

Em geral, isso ocorre com maior frequência entre adolescentes, pois este período costuma ser marcado por muitas mudanças e conflitos.

Com isso, essa violência pode ser uma tentativa de expressar alguns dos sentimentos e comportamentos impulsivos que são frequentes nesta fase.

No entanto, esse grupo também se apresenta indefeso, podendo ocasionar uma série de problemas à saúde mental do agressor e da vítima dessa violência. 

Portanto, ao entender o que é cyberbullying e sobre seus possíveis impactos, pode-se evitar problemas relacionados à saúde mental desses indivíduos.

Como o fácil acesso à internet pode favorecer o cyberbullying?

Nos dias atuais, a tecnologia se apresenta como peça chave para as relações sociais entre pessoas e grupos. 

Nesse sentido, a internet se torna um espaço muito importante para se comunicar, se expressar, aprender e a conviver em grupo. 

Ainda assim, a internet não está isenta de perigo para essas relações, pois nela há livre acesso e pouco controle das interações que ocorrem nesse espaço. 

Portanto, é nesse contexto que o cyberbullying ocorre.

Ou seja, através de uma ampla rede de comunicação que facilita as práticas de violências do dia a dia. 

Sendo assim, essas violências podem ocorrer nos mais diversos meios digitais que, em geral, são as diferentes redes sociais que existem.

É importante notar que este agressor pode ser tanto um adolescente como um adulto.

Além disso, é comum que a autoria seja de uma pessoa anônima, podendo dificultar ainda mais a denúncia e uma eventual investigação.

Outra característica importante é o fato de o agressor poder expor informações da vítima, sendo elas verdadeiras ou falsas, para uma grande quantidade de pessoas em um só instante.

Dessa forma, o alcance do cyberbullying pode atingir proporções enormes e, consequentemente, causar um grande prejuízo psicológico às pessoas que são vítimas.

Quais os impactos do cyberbullying à saúde mental de crianças e adolescentes?

Primeiramente, é importante reconhecer que a cada dia as crianças têm acesso à internet mais precocemente. 

Portanto, embora o cyberbullying ocorra mais entre adolescentes, as crianças também são um alvo cada vez mais comum para esse tipo de violência.   

Mas afinal, quais são os problemas psicológicos e sociais que podem se desenvolver por conta da prática do cyberbullying? (3)

Dentre os impactos psicológicos, podemos citar:

E dentre os impactos sociais, temos:

  • Baixo rendimento escolar
  • Baixa autoestima
  • Dificuldade nos relacionamentos
  • Uso de substâncias psicoativas (tabaco, bebidas alcoólicas e drogas ilícitas)
  • Automutilação

Diante disso, é claro o quão preocupante é essa violência, pois embora não existam marcas físicas diretas, ela pode causar marcas psicológicas profundas.

Como proteger as crianças e adolescentes do cyberbullying?

O cyberbullying é uma prática bastante prejudicial à saúde mental das pessoas.

Nesse sentido, práticas para combater esse tipo de violência são fundamentais para a preservação das relações interpessoais.

Portanto, algumas das atitudes recomendáveis para proteger crianças e adolescentes das consequência prejudiciais do cyberbullying incluem:

  • Evitar que os filhos acessem à internet muito cedo
  • Controlar o tempo de uso das redes sociais
  • Acompanhar o acesso dos filhos à internet
  • Levar a informação responsável a esses novos usuários
  • Estar atento a essas violências e denunciá-las 
  • Manter uma boa comunicação com os filhos
  • Não dispensar a ajuda de um profissional

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Olá! Meu nome é Natasha Valeska, sou estudante do curso de psicologia da Unigranrio e, atualmente, estou cursando o meu 4° período. Sou uma pessoa bastante curiosa e gosto sempre de me desafiar. Atualmente, escrevo para o Vitalismo com o objetivo de contribuir com meus conhecimentos para oferecer à sociedade informações mais acessíveis, seguras e com diversidade. Gosto bastante de escrever, de boas leituras e de conhecer coisas novas. Como estudante, acredito que a psicologia possa contribuir para um olhar mais generoso, respeitoso e inclusivo em todos os espaços, inclusive, através do conhecimento.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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