Fobia Social: Medo e Ansiedade de Falar em Público é Normal?

A fobia social, ou transtorno de ansiedade social (TAS), está entre os tipos de ansiedade mais comuns.

Estima-se que ao longo de um ano, quase 7 a cada 100 pessoas dos EUA e que falam inglês tenham esse transtorno (1).

Já entre as pessoas com diagnóstico de algum transtorno psicótico, o número é ainda maior, podendo chegar até 21 pessoas a cada 100 (2). 

Nesse artigo, você vai entender o que é a fobia social e quais são seus principais sintomas.

Além disso, vou comentar ao final as formas de tratamento dessa condição.

O que é a fobia social?

A fobia social é o medo ou ansiedade persistentes e desproporcionais causados por situações de interação social. Pessoas com esse transtorno sentem um medo, ansiedade ou vergonha constantes pela possibilidade de receberem julgamento dos outros, mesmo em situações comuns do dia a dia.

Algumas situações consideradas normais para a maioria das pessoas, mas que causam ansiedade no transtorno de ansiedade social (TAS), são:

  • Conhecer pessoas
  • Falar em reuniões ou em grupos
  • Começar uma conversa
  • Falar com figuras de autoridade
  • Trabalhar
  • Comer ou beber quando está sendo observado
  • Ir para escola
  • Sair para fazer compras
  • Ser visto em público
  • Usar banheiros públicos
  • Falar em público

Quais são os sintomas de fobia social?

É normal ficar nervoso diante de algumas das situações citadas ou se preocupar, por exemplo, com o seu desempenho em uma apresentação para um público.

Entretanto, no transtorno de ansiedade social a pessoa tem uma preocupação excessiva e desproporcional à uma situação em que poderia receber o julgamento dos outros.

Ou também pelo medo de passar vergonha ou ser alvo de humilhação.

Assim, constantemente está preocupada com a possibilidade de ficar com o rosto vermelho de vergonha, suar, parecer chata, grosseira ou incapaz, tremer ou parecer nervosa.

Desse modo, é comum que isso leve a um comportamento no sentido de evitar exposição às interações sociais.

Além disso, os sintomas costumam persistir por 6 meses ou mais.

Por fim, os sintomas não podem estar relacionados a efeitos de substâncias (como drogas e medicamentos) ou a outros tipos de transtornos mentais (como o transtorno do pânico) e condições de saúde (como obesidade, grandes queimaduras em partes expostas).

Quais as complicações desse transtorno?

Em princípio, esse transtorno pode trazer inúmeros problemas para a vida diária do indivíduo, interferindo em suas relações sociais e qualidade de vida.

Exemplos desses problemas causados pelo TAS incluem:

  • Maior probabilidade de abandono da escola (3)
  • Perda de produtividade no trabalho
  • Dificuldade de criar ou manter relacionamentos (amorosos ou não)
  • Dificuldade em participar de atividades de lazer
  • Isolamento social

Além disso, muitas vezes, o TAS precede outras condições, como depressão, abuso de álcool ou drogas e outros transtornos de ansiedade.

Quando procurar um médico?

Apesar das diversas consequências negativas para a qualidade de vida, ainda são poucas as pessoas que procuram tratamento.

Dentre as que buscam ajuda, muitas também demoram bastante tempo para tomar a iniciativa.

Possivelmente, os preconceitos da sociedade com relação aos transtornos psiquiátricos sejam um dos culpados para este tipo de “bloqueio”.

Mas você não precisa passar por isso!

Caso sinta medo, ansiedade, preocupação ou “pânico” em interações sociais cotidianas a ponto de evitá-las, não pense duas vezes antes de procurar um médico ou psicólogo.

Lembre-se de que há tratamento para esta condição.

Como é o tratamento?

Em princípio, as duas principais formas de tratamento da fobia social são por meio de psicoterapia e uso de medicamentos.

A psicoterapia é realizada com um psicólogo e tem a capacidade de melhorar os sintomas na maioria das pessoas.

Com a ajuda do psicólogo, você pode aprender a como reconhecer e mudar pensamentos negativos a respeito de você e de suas interações sociais.

Então, é possível desenvolver suas habilidades de comunicação e autoconfiança.

Já com relação aos medicamentos, existe uma variedade deles, sendo comum a prescrição de inibidores de recaptação de serotonina (como a paroxetina e a sertralina).

Em geral, os médicos começam com doses baixas e vão aumentando aos poucos para minimizar o risco de possíveis efeitos colaterais do medicamento.

Outras classes de medicamentos de antidepressivos também são opções possíveis, as quais incluem os inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina (como a venlafaxina).

De qualquer modo, o uso da medicação dependerá de avaliação médica, portanto não deixe de consultar este profissional para saber o melhor tratamento para o seu caso.

Por fim, lembre-se que pode demorar algumas semanas até que você perceba os efeitos desejáveis do tratamento.

Portanto, não desista do tratamento da fobia social e de manter o acompanhamento médico!

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(Autor)

Como graduando do curso de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e escritor do Vitalismo tenho como propósito trazer informações sobre saúde de qualidade e baseadas em evidências científicas com uma linguagem de fácil acesso para toda a população. Ingressei no curso de Medicina em 2018 por vocação e amor ao cuidado. Agora tenho a oportunidade de levar essa minha paixão para todos leitores do Vitalismo. Além disso, sou fundador da Liga de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da UNESP e atualmente sou coordenador da Liga de Ortopedia de Botucatu.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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