Fome Emocional: Como Ela se Manifesta na Ansiedade?

A fome emocional (ou ‘comer emocional’) é uma resposta às emoções negativas.

Ou seja, trata-se da tendência em comer demais como reação a essas emoções.

Entre elas, podemos destacar a ansiedade ou a irritabilidade.

Por outro lado, ela também pode ocorrer em resposta a um estado de humor positivo.

Além disso, o comer emocional também é comum em transtornos alimentares, podendo refletir as dificuldades que uma pessoa tem no controle das emoções.

Ao longo desse artigo, você entenderá melhor como identificá-la.

Além disso, saberá quais são os fatores relacionados às causas da fome emocional e como se dá o seu tratamento.

Como identificar a fome emocional?

A fome emocional pode se manifestar como uma vontade de comer algo específico (geralmente, doces), que surge de modo súbito e muito intenso. Além disso, pode aparecer em momentos de ansiedade e estresse. Por fim, pode levar uma pessoa a ingerir uma quantidade muito grande de alimentos, em uma única vez.

Quais são as suas causas?

Em princípio, as causas do comer emocional incluem:

  • Capacidade reduzida de diferenciar sinais corporais que indicam fome e saciedade
  • Dificuldade de sentir emoções
  • Compulsão alimentar (quando a pessoa continua a comer mesmo sem estar com fome)
  • Baixa autoestima
  • Depressão

O que o comer emocional pode refletir?

De modo geral, essa condição pode refletir a preocupação excessiva com algo que esteja ocorrendo na vida da pessoa.

Além disso, pode estar relacionada à falta de controle das emoções e a comportamentos de impulsividade.

Nesse sentido, desenvolver o controle sobre a impulsividade tem um papel importante para aumentar a capacidade das pessoas manterem um peso saudável.

Isso porque um número crescente de evidências científicas sugere que a impulsividade elevada está associada ao comer demais como resposta a estados emocionais negativos (1).

Também se associa a um maior risco de desenvolvimento de certos tipos de transtornos alimentares que possuem a compulsão alimentar como uma das características.

Portanto, a impulsividade elevada torna mais difícil para que as pessoas consigam resistir às “tentações” de alimentos saborosos e pode aumentar o risco de obesidade (2).

Como a fome emocional se relaciona ao ganho de peso?

A fome emocional leva a um aumento de episódios de compulsão alimentar.

Sendo assim, durante esses episódios, há uma grande ingestão de alimentos.

Além disso, na maioria das vezes, são alimentos com maior número de calorias, como é o caso de chocolates, biscoitos (bolachas) e salgadinhos de pacote.

Portanto, quando as pessoas não sofrem com a fome emocional, elas podem chegar a ter duas vezes mais chances de alcançar a meta de redução de peso.

Como tratar a fome emocional?

A prática do ”comer com atenção plena

Para diminuir os episódios de fome emocional, é aconselhável a procura de um psicólogo e também de um nutricionista (que pode ser especializado em Nutrição Comportamental).

Esses profissionais podem orientar um treinamento para ”comer com atenção plena”.

Em resumo, nessa prática, a pessoa deve esquecer de todas outras tarefas que possam desviar a sua atenção ao se alimentar.

Assim, devem evitar dividir a atenção com celular, televisão ou outras atividades.

E, sim, focar em se alimentar com calma, mastigando bem os alimentos e prestando maior atenção no sabor.

Praticar a ”alimentação intuitiva

Essa prática se refere a comer em resposta ao que o corpo sente.

Ou seja, sentir os sinais de fome e saciedade.

Sendo assim, a pessoa deve aprender a parar de comer após perceber que já está satisfeita.

Fazer o consumo de alimentos que diminuem a ansiedade

Alguns alimentos são bons aliados para a diminuição da ansiedade, pois possuem nutrientes que possuem associação com menor ocorrência de ansiedade, por exemplo:

  • Banana
  • Abacate
  • Leite
  • Aveia
  • Chocolates 70%
  • Melancia
  • Leguminosas (feijões, grão de bico, lentilha)

Consumir chás que ajudam na ansiedade (3)

  • Flor da paixão
  • Valeriana
  • Erva-cidreira
  • Camomila
  • Hortelão
  • Lavanda

Controlar o estresse

Para o controle do estresse, também é importante possuir momentos de lazer em sua rotina.

Ou seja, reservar um tempo no dia a dia para fazer o que gosta.

Além disso, a prática de atividade física pode auxiliar, por liberar substâncias que trazem a sensação de bem-estar.

Por fim, a procura de um psicólogo pode ser fundamental, visto que muitas vezes a fome emocional surge em decorrência de problemas psicológicos.

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Gabriela Baptista é graduanda do sétimo semestre em Nutrição pela Faculdade de Ciências Aplicadas - UNICAMP. Atua na área de marketing da LIHNUT-UNICAMP, uma Liga de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, desenvolvendo conteúdos para o Instagram e organizando eventos. Realizou cursos nas áreas de Cuidado Nutricional por meio da Abordagem Sistêmica, Nutrição Comportamental, Nutrição para Vegetarianos, Suplementação e Bioquímica Metabólica. Além disso, sempre se atualiza em Congressos, Simpósios e Conferências.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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