Sempre Ocupado: Por Que Deixamos de Aproveitar a Vida?

Você é alguém que parece sempre ocupado?

Quando um amigo faz um convite para fazer algo novo junto, sua resposta costuma ser “estou sem tempo”?

Por que tanta gente parece estar sempre ocupado?

Se você deseja entender melhor se você tem ansiedade de encontrar sempre alguma tarefa para ocupar o seu tempo, então acompanhe este artigo até o fim.

Por que buscamos ficar ocupados?

Uma das hipóteses sugere que as pessoas podem buscar ficar muito ocupadas como uma estratégia de se “anestesiar”, como se fosse um mecanismo de defesa. Ou seja, pode ser uma forma de se evitar encarar a verdade, a realidade. Há um estudo que aponta que uma pessoa pode fazer o que for necessário para se manter sempre ocupado, ainda que a atividade não tenha qualquer significado ou propósito (1).

É como se ficar desocupado nos colocasse em risco de precisar pensar a respeito do que queremos da vida e o que de fato temos no momento.

Nesse sentido, a distância entre a expectativa e a realidade pode ser tão grande que optamos por continuar no modo automático.

Naturalmente, sabemos que há pessoas que não têm a opção de não ficarem ocupadas.

Por exemplo, existem estudantes que precisam conciliar os estudos com o trabalho ou pais que possuem mais de um emprego para conseguirem pagar as contas.

No entanto, mesmo para aquelas que possuem alguma flexibilidade, há muitos que fazem a transição de uma ocupação para a outra sem jamais refletirem nas seguintes questões:

  • Eu realmente estou aproveitando isso que estou fazendo?
  • Ou essas ocupações e tarefas estão me tornando tão ocupado a ponto de eu não saber aproveitar a vida?

Portanto, pense se você não está assumindo várias responsabilidades e uma lista enorme de tarefas apenas para evitar encarar algo mais profundo sobre si mesmo.

Quando nos colocamos uma carga de tarefas e ocupações, podemos até ficar com a sensação de estarmos nos movendo na direção certa.

Ou ao menos movendo em alguma direção.

Mesmo assim, será que todos realmente se sentem orgulhosos, ao final de um ano, por ficar sempre ocupado com a enorme lista de tarefas que realizou?

Como saber que estamos tendo progresso?

A qualidade do trabalho produzido é um dos melhores indicativos do progresso.

No entanto, é comum que muitas pessoas considerem somente a quantidade de tarefas executadas como sinal de progresso.

Nesse sentido, acabam por deixar de lado a qualidade do impacto do trabalho para se alcançar um objetivo externo (como o de uma organização ou de uma empresa).

Mas também deixam de lado o impacto que exerce sobre o bem-estar físico e mental.

Por exemplo, quantas vezes você já se perguntou se o trabalho realmente foi estimulante intelectualmente ou se gerou aprendizados novos?

O trabalho ajudou a cultivar a sua curiosidade?

Gerou conexões com pessoas interessantes?

Considere refletir sobre estas perguntas, ainda mais quando observamos o quanto o trabalho pode ocupar espaço em nossas vidas.

É tarde demais para tentar algo novo?

Não é tarde demais para começar algo novo.

Muito provavelmente você ainda tem muitos anos de vida pela frente para alcançar algo novo.

Pare para refletir o que de fato significa aproveitar bem o tempo.

Com isso, separar espaços na agenda para que se tornem momentos bem proveitosos é um dos maiores presentes que você pode dar para o seu eu do futuro.

Portanto, da próxima vez que um amigo perguntar a você se deseja fazer algo junto ou simplesmente encontrar para conversar, e a sua resposta automática for: “estou sempre ocupado”, você pode repensar.

Dê um passo para trás e se pergunte se as suas ocupações realmente são mais valiosas do que o novo aprendizado ou o tempo junto com seu amigo.

O grande problema geralmente é o fato de não considerarmos as alternativas.

Insistimos em “anestesiar” a nossa mente com o trabalho.

Mas note que isso não significa que se ocupar com um trabalho empolgante não seja bom.

O ponto é deixar de lado os momentos com pessoas que amamos ou que podemos aprender algo novo para nosso próprio desenvolvimento.

Se você está na posição de flexibilidade para tomar decisões sobre o seu tempo, considere aproveitá-la ao máximo em vez de ficar sempre ocupado.

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(Autor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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