Transtorno de Ansiedade de Doença: O Medo de Adoecer

O transtorno de ansiedade de doença é conhecido popularmente como hipocondria.

No entanto, esse é um termo que não se usa mais pois adquiriu um caráter negativo, já que criava uma imagem equivocada da pessoa que sofre com o transtorno. 

Esse transtorno mental atinge igualmente homens e mulheres e, de modo geral, tem inicio na idade adulta.

Além disso, ter tido uma doença grave na infância pode ser um fator que colabore para o desenvolvimento do transtorno na fase adulta.

Na ansiedade de doença, o indivíduo tem uma preocupação tão grande que pode acabar tendo dificuldades em desempenhar suas tarefas diárias.

Por exemplo, estudar, trabalhar e manter relacionamentos pessoais.

Vamos entender um pouco melhor como funciona o transtorno de ansiedade de doença?

O que é transtorno de ansiedade de doença?

O transtorno de ansiedade de doença diz respeito a pessoas que têm medo de ter doenças graves de forma exagerada e não tem nenhum outro transtorno mental que explique esse medo. Nesse sentido, mesmo após uma avaliação médica, não se identifica nenhuma doença grave que justifique a preocupação.

Desse modo, não há sintomas que tenham origem em doenças físicas, na maioria das vezes.

No entanto, quando existem sintomas, eles são sensações que não são indicativos de uma doença grave na maioria das vezes (por exemplo, tontura). 

Assim, no transtorno de ansiedade de doença o sofrimento não acontece por conta do “sintoma” físico que a pessoa identifica. 

Ao invés disso, o sofrimento ocorre pela ansiedade e angústia que se sente por acreditar que esse sintoma é sinal de algum problema sério de saúde.

Além disso, mesmo quando é identificado a presença de alguma doença, a ansiedade e preocupação em relação à condição médica são desproporcionais à sua gravidade.

Como o diagnóstico é feito?

O diagnóstico é feito por um profissional médico.

Ele pode suspeitar que uma pessoa possa ter transtorno de ansiedade de doença a partir de alguns dos sinais que caracterizam o transtorno, como:

  • Ficar ansioso de forma fora do comum a respeito de ter ou não uma doença grave
  • Ser facilmente alarmado a respeito da saúde pessoal
  • Ter comportamentos excessivos em relação à saúde, por exemplo, verificar o corpo repetidas vezes procurando sinal de alguma doença (como medir a frequência do pulso)
  • Não acreditar que não tem nenhuma doença grave, mesmo após uma avaliação médica confirmar o contrário 
  • Não ter outros transtornos mentais que justifiquem o medo de estar doente, como transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, entre outros
  • A situação persiste por mais de 6 meses

Tratamento do transtorno de ansiedade de doença

O transtorno de ansiedade de doença tende a ser crônico (podendo persistir por meses ou anos).

O tratamento consiste no acompanhamento com profissionais de saúde mental como psiquiatras ou psicólogos.

Dessa forma, a psicoterapia associada ou não a remédios irá auxiliar na melhora do quadro.

Além disso, é importante o apoio do médico que está em contato frequente com o paciente.

Quando o profissional dá atenção ao paciente e cria uma relação de confiança a ansiedade que se sente pode ser amenizada.

Considerações finais

Com isso, é perceptível como esse medo toma conta de grande parte da vida dessas pessoas, sendo não só o centro de suas conversas mas também o responsável pela intensa ansiedade.

Portanto, não deixe de buscar ajuda se você suspeitar que está com o transtorno de ansiedade de doença.

O tratamento para esta condição aumentará muito as chances de você ter uma maior qualidade de vida.

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Olá! Meu nome é Sandy Rodrigues, sou estudante de psicologia na Universidade Federal Fluminense (UFF) com previsão de formação para o segundo semestre de 2023. Faço parte como voluntária de um projeto de extensão que pesquisa sobre a saúde de professores, nesse projeto são realizadas entrevistas que visam entender a dinâmica de trabalho e buscar meios de melhorar a saúde desse trabalhador. Também sou bolsista de iniciação científica para desenvolvimento de aplicativos para estimulação cognitiva de idosos e crianças. Além disso, tenho diversos cursos extracurriculares na área de psicologia, como o III curso introdutório da liga acadêmica de autismo da UNIFESP e o de Neuropsicofarmacologia da LiFaC - UFF, sempre em busca de mais conhecimento a fim de me tornar uma profissional ética e comprometida. Para além da faculdade, passo meu tempo me arriscando na confecção de bolos e procurando o passatempo perfeito (séries e livros têm sido boas escolhas). Atualmente escrevo para o Vitalismo com o intuito de contribuir com a disseminação de informações seguras e acessíveis, levando maior conhecimento para as pessoas a respeito de diversos temas que atravessam a psicologia.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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