Mindful Eating Pode Ajudar a Melhorar os Hábitos Alimentares?

Você já ouviu falar de mindful eating?

Este é um termo que pode ser traduzido como: comer com atenção plena ou comer consciente.

Sendo assim, é uma abordagem que vem sendo utilizada para que as pessoas se reconectem com a comida, estabelecendo uma relação mais gentil com os alimentos disponíveis.

Ainda que isso pareça não fazer sentido, a forma como encaramos a alimentação pode ser muito importante para o comportamento alimentar.

Com isso, o mindful eating pode ajudar as pessoas a ter um olhar mais cuidadoso com suas escolhas alimentares.

Por essa razão, essa estratégia vem sendo usada principalmente em indivíduos com obesidade, pois essa população normalmente apresenta relações mais conturbadas com a comida.

Diante disso, neste artigo, vamos entender o que é e porque essa abordagem pode melhorar o seu comportamento alimentar.

O que é mindful eating?

Mindful eating é uma abordagem que se origina do mindfulness (“atenção plena”). Nesse sentido, tem como princípio estar consciente no momento da refeição, com menos julgamentos, mais gentileza e abertura perante ao alimento que será consumido. Pode-se dizer também que equivale a ter atenção com relação às sensações e sentimentos que a comida pode trazer.

Dessa forma, comer com atenção plena implica em cuidar de si de forma mais prazerosa (1).

Já que a alimentação, além de fornecer nutrientes, é também uma forma de prazer e não de sacrifício.

Mas será que as intervenções de atenção plena podem melhorar a saúde?

Efeitos na saúde

Sabe-se que manter a perda de peso é um processo difícil principalmente para quem tem obesidade.

E o estresse é um fator que pode dificultar ainda mais esse processo, uma vez que pode alterar a percepção de fome e saciedade.

Com isso em vista, a meditação de atenção plena pode ajudar a melhorar o nível de estresse.

Dessa forma, comer com atenção plena poderia contribuir para a manutenção da perda de peso.

No entanto, um estudo que avaliou os efeitos de uma intervenção, com base em atenção plena em indivíduos obesos, verificou que a perda de peso foi pequena.

Mesmo assim, constatou-se que os participantes perderam entre 4,3-5,1% do peso, o que já poderia reduzir significativamente os níveis de glicose e de triglicerídeos no sangue (substâncias bioquímicas que causam doenças em níveis altos).

Já que esses resultados estão de acordo com os alvos das diretrizes de obesidade, as quais relatam que a perda de apenas 3% a 5% do peso já pode melhorar esses parâmetros bioquímicos.

Portanto, colocar elementos de atenção plena pode ajudar na melhora a longo prazo dos níveis de glicose e triglicerídeos (2).

Compulsão alimentar

O mindful eating também parece ter um papel importante em pessoas com compulsão alimentar, melhorando o comportamento delas em relação ao alimento.

Outros aspectos da saúde também podem melhorar, como:

  • Redução do “comer emocional” (3) (comer em resposta a um estímulo emocional e não da fome), comportamento que se verifica muito em obesidade
  • Prevenção e controle de peso, mesmo que não se verifique mudanças significativas na direção de perda de peso
  • Relação com a comida
  • Superar hábitos alimentares indesejáveis, como os compulsivos (4)

Ainda que mais estudos sejam necessários para avaliar como essa abordagem pode melhorar os hábitos alimentares, parece ser uma estratégia promissora nesse campo.

Portanto, se você acha que o mindful eating pode ser uma boa forma para ajudá-lo a se alimentar melhor, procure um nutricionista especializado para acompanhá-lo nessa mudança.

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Nutricionista pela Faculdade de Ciências Aplicadas - Unicamp com curso de Abordagens comportamentais no Atendimento Nutricional e pós graduação em Aperfeiçoamento de Nutrição Esportiva e Obesidade pela Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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