Mortadela: Por Que o Consumo Frequente Deve Ser Evitado

A mortadela é um tipo de carne processada muito consumida no Brasil.

A princípio, foram os imigrantes italianos que a trouxeram para o país, tornando-a um alimento muito popular hoje em dia.

E afinal, o que significa ser processada?

As carnes processadas nada mais são que carnes que tenham passado por um processo industrial.

Esses processos normalmente envolvem moagem, cozimento, entre outros.

Nesse sentido, é provável que você também conheça outros alimentos processados.

Os exemplos mais clássicos, além da mortadela, incluem o presunto, a salsicha e a linguiça.

Mas saiba que este alimento possui diversos componentes em sua composição, além das carnes.

E alguns deles podem ser prejudiciais para o nosso organismo.

Por isso, é importante estar atento ao consumo de mortadela.

Ao longo desse artigo, você irá saber de quais ingredientes ela é feita.

Além disso, entenderá por que deve ser consumida de forma consciente.

Do que é feita a mortadela?

A mortadela é um produto industrial obtido a partir da emulsão (mistura) de diferentes tipos de carnes de animais (carnes bovina, suína, de frango) com outros ingredientes (como sal, temperos e conservantes). Além disso, é colocada em um envoltório (revestimento) natural ou artificial, conhecido como tripa.

Quais componentes desse alimento merecem atenção?

Em princípio, a mortadela possui quantidades significativas de algumas substâncias que merecem atenção na hora de consumi-la.

Por exemplo:

  • Conservantes
  • Sal
  • Gordura

Neste artigo, iremos abordar por que o consumo dessas substâncias merece atenção.

1. Os conservantes da mortadela

Tanto a mortadela normal quanto a defumada possuem muitas substâncias conservantes.

De modo geral, são elas as responsáveis pela cor vermelha/arroxeada do alimento.

Além disso, também melhoram o seu sabor e aumentam a sua vida de prateleira (prazo de validade).

Dentre os conservantes utilizados, há alguns que merecem maior atenção na hora de se alimentar: os nitritos e nitratos (1).

Isso porque, quando consumidos em grandes quantidades, podem formar compostos cancerígenos em nosso corpo.

Nesse sentido, alguns estudos indicam que o seu consumo aumenta o risco de surgimento de câncer colorretal (2,3).

Sendo assim, podemos observar que o consumo excessivo de mortadela faz mal.

2. A mortadela contêm muito sal

Em geral, o sal é uma substância muito utilizada para conservar os alimentos.

Por isso, muitos alimentos industrializados contêm grandes quantidades de sal, como é o caso da mortadela.

Por exemplo, duas fatias possuem em média 370 mg de sódio.

Esse valor corresponde a quase 20% da quantidade diária máxima (2 g) recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (4).

E vale lembrar que o excesso da ingestão de sal é uma das principais causas de hipertensão arterial (“pressão alta”) (5).

Por isso, este é outro motivo para se ter cuidado com o consumo de mortadela de forma exagerada.

3. O produto também apresenta grande quantidade de gordura

A mortadela possui um elevado teor de gorduras saturadas (6).

O consumo deste tipo de gordura em grandes quantidades aumenta o risco de doenças do coração (7).

Mortadela engorda?

Em geral, a mortadela não é um alimento com grande potencial para contribuir com o ganho de peso.

Pois esse produto não possui um valor tão alto de calorias em cada porção.

Por exemplo, duas fatias de mortadela têm, em média, 110 calorias.

Assim, não é um valor tão expressivo, quando comparado a muitos outros alimentos.

Considerações finais

Ao escolhermos os alimentos que vamos consumir, devemos pensar não apenas na quantidade consumida.

É importante levar em consideração a qualidade desses alimentos.

Além disso, a frequência com que fazemos o consumo deles também é relevante.

Desse modo, por conta de todos os ingredientes e componentes descritos neste artigo, deve-se consumir a mortadela com moderação.

Nesse sentido, dar preferência para carnes frescas, ovos mexidos, queijos frescos, pastas de leguminosas (como grão de bico e ervilha) para acompanhar o seu ”pãozinho” podem ser alternativas mais saudáveis (8).

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Gabriela Baptista é graduanda do sétimo semestre em Nutrição pela Faculdade de Ciências Aplicadas - UNICAMP. Atua na área de marketing da LIHNUT-UNICAMP, uma Liga de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, desenvolvendo conteúdos para o Instagram e organizando eventos. Realizou cursos nas áreas de Cuidado Nutricional por meio da Abordagem Sistêmica, Nutrição Comportamental, Nutrição para Vegetarianos, Suplementação e Bioquímica Metabólica. Além disso, sempre se atualiza em Congressos, Simpósios e Conferências.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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