Acromegalia: Pode Causar a Morte? Como é o Tratamento?

Você já ouviu falar de acromegalia?

Esta é uma condição que afeta cerca de 6 a cada 100 mil pessoas (1).

Apesar de ser rara, é grave e pode trazer inúmeras complicações para a saúde do indivíduo.

Neste artigo você vai conhecer as causas da acromegalia e seus principais sintomas.

Além disso, também irá saber quais são as suas complicações e formas de tratamento.

O que é acromegalia?

A acromegalia é uma condição crônica que ocorre pelo excesso de hormônio do crescimento (GH) em nosso corpo durante a fase adulta. Isso resulta, por exemplo, no crescimento de extremidades, como pés e mãos, crescimento da mandíbula, língua e cartilagens. Além disso, a pessoa pode ainda desenvolver complicações sistêmicas (quando afeta diversas partes do corpo) que representam riscos à saúde, como problemas de pressão arterial elevada ou do coração.

Embora qualquer um possa desenvolver esta condição, ela é mais comum em pessoas entre os 30 e 45 anos de idade, principalmente em mulheres (2).

Quais são as causas da acromegalia?

A maioria dos casos dessa condição é resultado de um adenoma na hipófise (3).

A hipófise, ou pituitária, é uma pequena glândula localizada na base do nosso cérebro e que produz uma série de hormônios, entre eles, o GH.

Já os adenomas são tumores benignos (não cancerosos) que se desenvolvem em glândulas (4).

Quando esses tumores se estabelecem na hipófise, eles também passam a secretar GH em grandes quantidades.

O GH, por sua vez, é um hormônio que tem grande participação na fase de crescimento, principalmente na infância e adolescência.

Entretanto, excessos desse hormônio na infância ou adolescência levam ao desenvolvimento do gigantismo, enquanto na fase adulta, à acromegalia.

Sintomas da acromegalia

Os seus sintomas costumam variar de uma pessoa para outra, surgem de forma leve e pioram conforme a evolução da condição.

Eles incluem:

  • Aumento ou inchaço de partes do corpo, como as mãos e pés
  • Aumento dos ossos da face, lábios, língua, nariz
  • Proeminência da testa e mandíbula
  • Suor em grande quantidade
  • Oleosidade da pele
  • Dormência das mãos
  • Dores nas juntas
  • Síndrome do túnel do carpo (dormência e formigamento na mão e no braço causados por um nervo comprimido no punho)
  • Dores de cabeça
  • Apneia do sono (5) (interrupção momentânea da respiração durante o sono)
  • Ronco
  • Problemas de visão

Quando procurar um médico?

Se você apresentar algum dos sinais ou sintomas associados à acromegalia você deve procurar um médico para exames mais detalhados.

É muito importante que o diagnóstico seja feito o mais cedo possível, a fim de evitar as complicações da condição.

Quais são as complicações?

Sem tratamento, a acromegalia pode levar a problemas sérios para saúde, por exemplo:

  • Aumento da pressão arterial
  • Aumento do colesterol
  • Cardiomegalia (aumento do coração)
  • Osteoartrite (6) (degeneração das cartilagens)
  • Diabetes tipo 2
  • Bócio (aumento da glândula tireóide)
  • Aumento do risco de cânceres
  • Perda da visão

Algumas dessas complicações podem inclusive resultar no óbito.

Assim sendo, a melhor forma de se prevenir contra elas é por meio do diagnóstico e tratamento precoces.

Tratamento

O tratamento desta condição tem como objetivo tanto minimizar os sintomas quanto diminuir a chance de mortalidade causada pelas suas possíveis complicações.

Em geral, o tratamento pode variar conforme cada caso e depende da avaliação do médico determinar qual é o método mais adequado.

Dentre eles, os métodos (7) mais utilizados são:

Cirurgia

Na maioria dos casos, a cirurgia é a primeira escolha de tratamento para a acromegalia.

Por meio de procedimento cirúrgico é possível remover o tumor secretor de GH, permitindo inclusive a cura da síndrome.

Medicamentos

Outra alternativa nesses casos é o uso de terapia medicamentosa.

Os mais utilizados são os medicamentos análogos da somatostatina, como a octreotida e lanreotida.

No geral, eles atuam reduzindo a secreção de GH, aliviando assim os sintomas da condição.

Radioterapia

Por fim, a radioterapia é utilizada nos casos em que o paciente não alcançou a melhora após cirurgia e uso de medicamentos.

Nesse método, são utilizados feixes de radiação apontados para o tumor com o objetivo de, ao longo de várias sessões, reduzir o tumor e, consequentemente, a secreção de GH.

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(Autor)

Como graduando do curso de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e escritor do Vitalismo tenho como propósito trazer informações sobre saúde de qualidade e baseadas em evidências científicas com uma linguagem de fácil acesso para toda a população. Ingressei no curso de Medicina em 2018 por vocação e amor ao cuidado. Agora tenho a oportunidade de levar essa minha paixão para todos leitores do Vitalismo. Além disso, sou fundador da Liga de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da UNESP e atualmente sou coordenador da Liga de Ortopedia de Botucatu.

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