AIDS: Existe Tratamento? O Que São Infecções Oportunistas?

Em meados de 1980 (1), deu-se início à epidemia de AIDS, uma das mais devastadoras da história.

Nessa época, receber o diagnóstico dessa condição representava uma sentença de morte, afinal, era uma infecção nova, pouco conhecida e sem tratamento.

Hoje em dia, no entanto, já existem tratamentos que são capazes de prolongar a expectativa de vida dessas pessoas.

Nesse artigo, você vai entender o que é a AIDS e como é feito seu tratamento.

Além disso, saberá sobre as suas principais complicações.

O que é a AIDS?

AIDS é a sigla em inglês para a síndrome da imunodeficiência adquirida. Essa síndrome é o estágio mais grave e avançado da infecção pelo HIV, o vírus da imunodeficiência humana. Pessoas com essa condição possuem o sistema imune severamente enfraquecido e danificado pelo HIV. Assim, o corpo fica vulnerável e incapaz de se defender contra outras doenças, chamadas infecções oportunistas.

O diagnóstico da síndrome é feito quando o indivíduo portador do HIV apresenta:

  • Infecções oportunistas, ou
  • Contagem de linfócitos T CD4 (células de defesa do corpo que são alvos do HIV) menor que 200 células por milímetro cúbico de sangue

Além disso, é importante ressaltar que nem todas as pessoas infectadas pelo HIV vão, necessariamente, evoluir para o estágio de AIDS.

Quais são as principais infecções oportunistas?

Em princípio, as infecções oportunistas são doenças que surgem com maior frequência ou gravidade nos pacientes portadores de HIV.

Embora os avanços no tratamento do HIV/AIDS tenham tornado menos comum a ocorrência dessas infecções, as pessoas que:

  • Não sabem que possuem o HIV
  • Não seguem o tratamento corretamente, ou
  • Em quem o tratamento está sendo eficaz

Estão mais suscetíveis a contrair infecções como:

  • Candidíase
  • Criptococose
  • Herpes labial e genital
  • Toxoplasmose
  • Salmonelose: infecção bacteriana contraída pelo consumo de água ou alimentos contaminados
  • Pneumonia: infecção em um ou ambos os pulmões causada, por exemplo, pela bactéria Streptococcus pneumoniae. É uma das infecções mais graves que podem afetar uma pessoa com HIV
  • Tuberculose

Além disso, o enfraquecimento do sistema imune também deixa o corpo vulnerável para outras condições, como:

  • Câncer cervical: câncer no colo do útero
  • Sarcoma de Kaposi: câncer que provoca lesões na pele, gânglios linfáticos, órgãos internos, boca, nariz e garganta
  • Linfoma: câncer nos linfonodos (gânglios linfáticos)
  • Leucoencefalopatia multifocal progressiva (2): doença rara que afeta gravemente o sistema nervoso central

Como é o tratamento da AIDS e HIV?

Não existe cura para esta infecção, no entanto, o tratamento tem como objetivo reduzir a carga viral (número de vírus HIV detectável no sangue) no seu corpo.

Dessa forma, é possível melhorar sua resposta imune e evitar a ocorrência ou agravamento das infecções oportunistas.

Portanto, a pessoa deve procurar um serviço de saúde e iniciar o tratamento o mais breve possível para evitar complicações e reduzir o risco de transmissão do HIV.

Quando há demora no início do tratamento, o vírus continua se multiplicando e infectando as células de defesa do corpo.

Assim, seu sistema imune se torna cada vez mais enfraquecido e o risco de desenvolver a AIDS se torna maior (3).

O tratamento é feito com o uso de uma combinação de diferentes medicamentos antirretrovirais.

Os antirretrovirais, embora não sejam capazes de eliminar o vírus, atuam impedindo que o HIV se multiplique ou que infecte novas células de defesa.

Quando o tratamento é seguido à risca, por prescrição e acompanhamento médico, é capaz de elevar a qualidade e expectativa de vida do indivíduo.

Então, uma condição que antes era uma sentença de morte, hoje, se tratada de forma adequada, apresenta praticamente a mesma expectativa de vida que uma pessoa saudável (4).

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(Autor)

Como graduando do curso de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e escritor do Vitalismo tenho como propósito trazer informações sobre saúde de qualidade e baseadas em evidências científicas com uma linguagem de fácil acesso para toda a população. Ingressei no curso de Medicina em 2018 por vocação e amor ao cuidado. Agora tenho a oportunidade de levar essa minha paixão para todos leitores do Vitalismo. Além disso, sou fundador da Liga de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da UNESP e atualmente sou coordenador da Liga de Ortopedia de Botucatu.

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