Ancilostomose: Descubra Agora Qual é a Doença do Jeca Tatu

A ancilostomose (ou ancilostomíase) é uma doença causada por vermes (que são parasitas) que costumam se alojar no intestino do ser humano.

As principais espécies dos parasitas se chamam: Ancylostoma duodenale e Necator americanus (1).

No Brasil, essa parasitose (doença parasitária) é popularmente conhecida como a doença do Jeca Tatu ou “amarelão”.

Pois os sintomas dela estão presentes no clássico personagem caipira Jeca Tatu, criado por Monteiro Lobato (2).

Sem dúvida, a ancilostomose ganhou maior destaque na sociedade brasileira após a associação com este personagem.

Mas, infelizmente, essa parasitose ainda não foi controlada e se mostra como um grande problema de saúde.

Principalmente em países com condições ruins de saneamento básico.

Por isso, neste artigo você irá conhecer a causa desta doença e os diferentes sintomas que ela pode provocar.

Além disso, irá descobrir diferentes meios para se prevenir desta condição.

Quais são os sintomas de uma pessoa contaminada por ancilostomose?

Ao penetrar a pele para infectar o corpo, este parasita pode causar uma dermatite (inflamação da pele), com manchas avermelhadas e salientes na pele. Além disso, cansaço, desconfortos abdominais, diarreia e até tosse também podem aparecer em quem tem ancilostomose.

Após esse verme entrar no corpo, seja pela pele ou pela boca, ele invade a corrente sanguínea e chega ao pulmão.

Depois de uma semana percorrendo seu curso natural, esses vermes chegam ao intestino.

Em geral, nessa primeira semana de infecção, até chegar ao intestino, esse parasita não costuma provocar nenhum sintoma na pessoa contaminada.

Contudo, alguns sinais podem aparecer à medida que o parasita provoca sangramentos pelo intestino (3).

Eles incluem:

  • Tosse, podendo ter a presença de sangue (por conta da passagem do verme pelos pulmões)
  • Febre
  • Respiração ofegante
  • Cansaço e fraqueza
  • Diarreia
  • Perda de peso
  • Dores abdominais fortes
  • Perda de apetite
  • Palidez

Saiba que a anemia pode ser um dos fatores que justifica a presença de tantos sintomas, inclusive o “amarelão”.

E é por isso que essa doença também pode carregar esse nome!

Isso se dá pelo fato de o verme consumir grandes quantidades de ferro, substância presente no sangue e que desempenha funções importantes, como o transporte de oxigênio para todo o corpo.

Sem dúvida, isso prejudica muito a saúde da pessoa contaminada.

Além disso, o quadro de anemia (diminuição de células vermelhas no sangue) em crianças e gestantes pode causar consequências graves para a saúde.

Transmissão da ancilostomose

Em geral, a transmissão da ancilostomose pode ocorrer através do contato com o solo contaminado com o parasita ao andar descalço e/ou ao manusear este solo, por exemplo.

Além disso, ele também pode infectar o corpo por meio da ingestão, como nos casos de alimentos contaminados que não foram lavados adequadamente.

E afinal, como eles chegam ao solo?

Esse parasita pode chegar ao solo por meio das fezes de pessoas contaminadas.

Se o ambiente estiver favorável (quente e úmido), eles podem sobreviver por semanas.

Portanto, ao entrar em contato com lugares (como solos) contaminados, você pode se infectar (4).

Além disso, há espécies do verme que parasitam cães e gatos e que podem infectar humanos.

No entanto, os danos que causam são mais limitados, pois não provocam perda de sangue, por exemplo (5).

Prevenção da ancilostomose

Após conhecer os meios de transmissão, podemos entender como é a prevenção, que inclui:

  • Não andar descalço
  • Usar luvas ao manusear o solo
  • Colocar lona ou alguma outra barreira física para não sentar direto no solo
  • Higienizar adequadamente o alimento que se consome
  • Tratar os doentes, não defecar no solo e promover a educação em saúde para romper o ciclo de contaminações

Diagnóstico

Os sinais e sintomas dessa condição podem ajudar na suspeita da infecção. Além disso, alguns exames podem ser solicitados para confirmar sua presença em uma pessoa. São eles:

  • Exame de amostra de fezes (parasitológico)
  • Exame de sangue: para ver se existe o quadro de anemia, deficiência de ferro ou diminuição de proteínas

Tratamento

O tratamento da ancilostomose é feito a partir de remédios próprios para matar esses tipos de vermes, como o mebendazol ou o albendazol.

Além disso, pode ser necessário o uso de analgésicos para aliviar os sintomas.

Outros remédios também podem ser complementares para tratar o quadro de anemia e a deficiência de ferro, quando presentes.

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(Autor)

Discente do curso de enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais. Atuante na Atenção Básica à Saúde na cidade de Alfenas, sobretudo nas áreas de Saúde da Mulher e Cuidados Paliativos. Membro voluntário do projeto de extensão “PaliAB” pela Universidade Federal de Alfenas.Neste projeto, os extensionistas estabelecem uma relação de reciprocidade com os profissionais da Estratégia da Saúde da Família (ESF) e com os pacientes assistidos neste nível de Atenção à Saúde, sob a ótica dos Cuidados Paliativos (CP).Os participantes deste projeto contribuem para melhora na qualidade de vida dos pacientes por meio de planos de cuidados desenvolvidos juntamente com os profissionais das ESFs, para aliviar o sofrimento físico, social, espiritual e psicológico das pessoas e de sua rede de apoio sob CP.Além disso, ela atua no desenvolvimento de pesquisas para aprimorar o conhecimento sobre esta área, publica diversos trabalhos sobre a temática e disponibiliza cursos e cartilhas para os profissionais da ESF e cartilhas para população juntamente com os membros do projeto.Por fim, ela prioriza um cuidado integral, respeitoso e digno tanto às pessoas assistidas pela Atenção Básica quanto aos profissionais que atuam neste nível de assistência à saúde.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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