Anticoncepcionais: Um Guia Completo das Opções

Com as constantes mudanças no mundo da mulher moderna, o ato de poder escolher e planejar o momento de engravidar foi uma conquista gigantesca. 

Nesse sentido, podemos citar o uso dos anticoncepcionais como uma forma de planejamento familiar.

Com isso, a mulher possui completa capacidade de gerenciar sua vida pessoal.

Ou seja, pode escolher o melhor momento (o mais oportuno) para dar um passo em direção à maternidade.

Ainda assim, há muitas dúvidas que surgem quando o tema é anticoncepcionais

Afinal, há muita informação disponível na internet disponível e de fácil acesso. 

No entanto, meu objetivo aqui é trazer um informativo geral com as principais dúvidas que surgem a respeito do uso de anticoncepcionais. 

Vale ressaltar que as dúvidas mais específicas e os casos especiais vão exigir a atenção e o cuidado contínuo de um ginecologista.

O que é um método anticoncepcional ou método contraceptivo?

Em primeiro lugar, precisamos lembrar que método anticoncepcional ou contraceptivo é todo e qualquer método que evita a gestação (gravidez). No mercado, há disponível diversas formulações, com diferentes apresentações e diferentes meios de uso.

Portanto, quem vai escolher aquilo que é melhor no dia a dia é a própria mulher. 

Mas é claro: contanto que respeite as condições de uso. 

As opções incluem (*):

  • Pílulas
  • Injetáveis
  • Anel vaginal
  • Implante
  • Dispositivo Intrauterino (DIU)

Pílulas anticoncepcionais

As pílulas anticoncepcionais são as mais conhecidas pelas mulheres e também as mais amadas (ou não tanto).

Qual o esquema de uso das píllas anticoncepcionais?

Este é um método tradicional, em que a mulher utiliza uma pílula ao dia em todos os dias.

A depender das formulações, pode haver pausas no seu uso.

Ou seja, a mulher pode passar alguns dias do mês sem usar e retornar após esta pausa.

De forma alternativa, o esquema de uso pode envolver comprimidos que chamamos de placebo (por não conter a substância ativa que irá atuar na contracepção).

Nesse sentido, tomar os comprimidos placebo seria o equivalente a ficar sem tomar os comprimidos (tal como no esquema em que há pausas).

As pílulas anticoncepcionais contém hormônios?

As pílulas são sempre hormonais, podendo ou não conter o hormônio estrogênio.

Pílulas com progesterona, tais como a pílula de desogestrel (Cerazette), podem ser utilizadas caso haja contraindicação ao uso de estrógenos.

Lembrando que essa é uma pílula de uso contínuo e a mulher não apresentará menstruação (ainda que possa apresentar apenas escapes).

Há contraindicações para o uso de pílulas anticoncepcionais?

A depender das características da paciente, este método pode ser contraindicado, pois a presença do estrogênio pode facilitar a ocorrência de trombose.

As características que aumentam o risco de trombose incluem:

  • Estar acima de 35 anos e fumar
  • Ter enxaqueca com aura
  • Estar com as seguintes doenças sem controle adequado: diabetes, hipertensão, obesidade
  • Histórico prévio de trombose

Além disso, é importante ficar atento aos métodos combinados.

Sempre que chamarmos um método de combinado, quer dizer que ele contém estrogênio e progesterona.

E eles podem aumentar o risco de trombose.

Tem problema se eu me esquecer de usar a pílula anticoncepcional?

Apesar de ser um ótimo método, as pílulas podem ser motivos de reclamações pelas mulheres.

Como é preciso lembrar de tomar todo dia para que faça seu efeito, se voce é uma pessoa esquecida este não é o método mais seguro.

Anticoncepcional injetável

Há dois esquemas de uso comuns para os anticoncepcionais injetáveis:

  • Mensal: aplica-se uma vez por mês (exemplo: Mesigyna®)
  • Trimestral: aplica-se uma vez a cada 3 (três) meses (exemplo: Depo®-Provera®)

Como funciona a Mesigyna®?

Trata-se um anticoncepcional injetável que se aplica mensalmente por meio de uma injeção no músculo do braço ou na região glútea.

A Mesigyna® inclui uma combinação de dois hormônios femininos: o enantato de noretisterona (um progestágeno) e o valerato de estradiol (um estrogênio).

Portanto, possuem as mesmas contraindicações das pílulas combinadas citadas anteriormente.

Como funciona a Depo®-Provera®?

É um anticoncepcional injetável que se aplica a cada três meses pelo músculo (via intramuscular).

A Depo®-Provera® contém hormônio do tipo progestágeno (acetato de medroxiprogesterona)

Algumas das desvantagens de se usar este método recaem principalmente sobre as mulheres jovens, pois pode atrapalhar o desenvolvimento ósseo e ter associação com o ganho de peso.

Anel vaginal

O anel é um pequeno objeto de plástico flexível que se insere na vagina

Ele funciona tal como a pílula anticoncepcional, mas só precisa ser inserido uma vez por mês.

Além disso, é um método combinado (pois contém progesterona e estrógeno), portanto, também deve ser evitado em mulheres com contraindicação ao uso de hormônios estrógenos.

Implante contraceptivo

Sua composição é exclusivamente com levonorgestrel (um hormônio progestágeno).

O implante é inserido na região do braço, sob aplicação de anestesia local.

A troca do implante deve ocorrer, a depender do fabricante, a cada três anos, aproximadamente.

Além disso, o método do implante é um dos mais seguros (atualmente considerado o mais seguro).

A desvantagem é que podem ocorrer escapes menstruais.

Por outro lado, a vantagem é que pode ser utilizado nas mulheres com contraindicação ao uso de estrógenos.

Dispositivo intrauterino

Usualmente conhecido pela sua abreviação (DIU), é também um dos métodos “queridinhos” dos ginecologistas.

Sua ação basicamente se restringe ao local em que se insere o DIU, sendo que a sua inserção se realiza em consultório ginecológico, sem grandes dificuldades.

Nesse sentido, o DIU é posicionado dentro do útero após atravesar o colo do útero (porção do órgão que se encontra no final do canal vaginal).

Há dois tipos comuns de DIU:

  • DIU de levonorgestrel
  • DIU de cobre

Mirena® (DIU de levonorgestrel)

É um dispositivo com pequena quantidade de hormônio (progesterona) e é considerado tão seguro quanto uma laqueadura (cirurgia para esterilização definitiva) em termos de eficácia para evitar a gestação.

Além disso, a sua validade é de aproximadamente cinco anos, sendo que já ha evidências de contracepção por até sete anos.

DIU de cobre

Realiza a ação local sem o uso de hormônios.

Nesse sentido, ele mantém o útero como um ambiente em estado que não permite uma gestação de ocorrer e se desenvolver.

Também é considerado um método super seguro, com validade por até dez anos

O que considerar na escolha do tipo de anticoncepcional?

Após falarmos aqui dos anticoncepcionais mais utilizados atualmente, surge a questão da mulher poder escolher.

Isso dever ser conforme suas necessidades e preferências.

O profissional ginecologista simplesmente oferta todos os possíveis métodos, suas indicações e contraindicações.

Portanto, cabe a mulher definir qual deles se encaixa melhor às suas vontades e necessidades.

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Renan Nakamura é médico formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente médico residente do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), atuando no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM-UNICAMP)

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