Ascite: O Que Significa? Quais São as Doenças Associadas?

Em algum momento você já ouviu falar em ascite?

Ao contrário do que você pode imaginar, não é uma doença em si, e sim uma alteração do organismo.

Inclusive ela pode aparecer em decorrência de outras doenças.

Mas afinal, o que é ascite?

Nesse artigo você vai entender essa condição que leva ao acúmulo de líquidos na barriga e quais as suas causas.

Além disso, também vai ler sobre as complicações que estão relacionadas a ela.

O que pode causar ascite?

As principais causas da ascite são algumas doenças ou condições, como por exemplo: cirrose (lesões em estágio avançado no fígado que causam fibrose, um tipo de cicatriz, do órgão), insuficiência hepática (do fígado) ou cardíaca, câncer, síndrome nefrótica (tipo de problema nos rins) e tuberculose (1). Entre essas doenças, a mais predominantemente associada a essa alteração é a cirrose, que é responsável por aproximadamente 80% dos casos (2).

O que é ascite?

A ascite é o acúmulo anormal de líquido na cavidade peritoneal (dentro do abdome).

Em primeiro lugar, é importante saber que mesmo em indivíduos saudáveis, existe uma pequena quantidade de líquido livre no abdome.

No entanto, o aumento dessa quantidade de líquido é muito prejudicial.

Saiba que ela é uma condição muito comum em pessoas com cirrose hepática grave (3).

Isso porque as alterações bioquímicas e fisiológicas (do funcionamento do corpo) de quem tem essa doença dão origem ao desenvolvimento dessa condição.

Apesar de soar simples, essa alteração impacta diretamente vários outros órgãos, como rins e pulmões.

Além disso, há risco de infecção, como a peritonite bacteriana espontânea.

Assim sendo, é uma condição com mortalidade alta (superior a 20%) (4).

Sintomas de ascite

  • Distensão (inchaço) do abdome
  • Desconforto abdominal
  • Sensação de peso no corpo ou no abdome
  • Diminuição no apetite (por conta da sensação de saciedade antes do usual)
  • Inchaço nas pernas ou braços
  • Ganho de peso de forma rápida e sem explicação
  • Dificuldade para respirar

Diagnóstico

A suspeita ocorre por meio da avaliação clínica, que inclui o exame físico que pode ser sugestivo da alteração.

Exames adicionais de imagem com uso de ultrassonografia ou tomografia computadorizada, por exemplo, podem demonstrar a presença de líquido no interior do abdômen.

A técnica mais indicada para o diagnóstico específico do conteúdo do líquido de ascite é a paracentese.

Nesse procedimento, o líquido que está no abdome é drenado para fora do corpo.

Para isso, utiliza-se uma agulha e realiza-se uma punção (perfuração) no local em que a drenagem vai ser feita.

Por fim, com esse líquido retirado do corpo, é possível identificar a composição dele que dá pistas sobre a causa que deu origem.

Quando procurar por assistência médica?

Em princípio, é importante tentar prevenir e acompanhar doenças que possam causar ascite.

Por isso, procure ajuda médica se você:

E por fim, sempre que notar algum aumento do abdome e outros inchaços (edema) pelo corpo, como nas pernas ou ao redor dos tornozelos, procure se consultar com um médico.

Ascite tem cura?

Em primeiro lugar, o tratamento da ascite vai depender da causa (doença) a qual ela está associada.

Portanto, é importante tratar a doença de base que leva ao acúmulo do líquido.

De modo geral, o seu maior objetivo é diminuir o volume de líquido na cavidade abdominal e o inchaço dos membros (como pernas, tornozelos, pés).

Para isso, recomenda-se a restrição de sódio (por exemplo, diminuindo o sal na dieta) e o uso de diuréticos (ajudam na eliminação de líquido e sódio pela urina) (5,6).

Além disso, a paracentese (7) que vimos anteriormente, também pode ser indicada para drenagem de líquido, tendo finalidade terapêutica.

Através da punção com a agulha, o líquido é retirado aos poucos da cavidade.

No entanto, vale ressaltar que, se feito com frequência, esse procedimento pode apresentar alguns riscos:

  • Infecções
  • Sangramentos
  • Perfuração intestinal
  • Lesões nos rins
  • Vazamento de líquido pela parede do abdome
  • Desequilíbrio eletrolítico (perda de líquidos em excesso)

Em casos específicos, há possibilidade de se considerar a cirurgia para redirecionar o líquido que se acumula para outras partes (8).

Por fim, quando o fígado se encontra em estágios muito avançados de falha da sua função, há indicação de transplante desse órgão (9).

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Graduanda em enfermagem pela Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB - UNESP). Entrei na faculdade movida pela paixão e vocação de cuidar e ajudar as pessoas.Aqui no Vitalismo, tive oportunidade de alcançar e ajudar muitas pessoas além de meus pacientes.Desde o início da faculdade, minha área de interesse e vocação é a saúde da mulher (ginecologia e obstetrícia). Por isso, sempre estive envolvida em projetos de iniciação científica e de extensão que abordassem essa temática.Já fui presidente da liga de ginecologia da UNESP, organizei eventos e simpósios sobre o tema.Atualmente sou coordenadora do projeto Papo de Parto, em parceria com a UNESP e PROEX. Além disso, se você estiver em algum evento de ginecologia e obstetrícia, pode me procurar pois estarei lá!

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