Aterosclerose: A Principal Causa de Infarto do Coração

O infarto do coração e o derrame cerebral podem ser resultado da aterosclerose.

Você já ouviu falar desta doença?

Sabia que os hábitos de vida estão altamente relacionados com o seu surgimento?

Neste artigo, vou te contar o que é a aterosclerose e quais são os hábitos de vida que podem fazer a diferença.

Além disso, você vai conhecer o tratamento desta doença e como se prevenir dela.

Então, vamos nessa?

O que é a aterosclerose?

A aterosclerose é o acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias na parede das artérias (vasos sanguíneos que levam o sangue do coração para todo o corpo). Estes acúmulos são as placas de ateroma e podem afetar artérias do coração, cérebro, pernas, braços e outras partes do corpo.

Estas placas podem crescer, reduzindo o fluxo de sangue na artéria afetada.

Mas podem também se romper, virando um trombo.

O trombo é o sangue coagulado, ou seja, em um estado semi sólido (parece um gel) que se forma no interior de um vaso sanguíneo e que pode obstruir a passagem de sangue.

E o que causa a placa de ateroma?

Como surge a aterosclerose?

Tudo começa com o surgimento de lesões na parede interna das artérias (1,2,3).

Estas lesões parecem se iniciar já durante a infância (4,5).

Quando essas lesões se agravam, formam-se as placas de ateromas.

Porém, para que ocorra esse agravamento da lesão, existem alguns fatores de risco.

Assim, a gravidade da aterosclerose está relacionada ao número de fatores de risco (6) que a pessoa possui.

Alguns fatores são próprios do indivíduo e, portanto, não é possível mudá-los. São eles:

  • Anormalidades genéticas
  • Histórico familiar da doença
  • Idade avançada
  • Gênero masculino

Existem também fatores de risco associados a hábitos de vida e comportamentos, como por exemplo:

  • Hipercolesterolemia (excesso de colesterol no sangue)
  • Hipertensão (pressão alta)
  • Tabagismo
  • Diabetes
  • Estresse
  • Sedentarismo
  • Sobrepeso e obesidade

É importante ressaltar que o estilo de vida é o fator mais importante para ocorrência da doença.

Assim, ter hábitos saudáveis pode prevenir que a aterosclerose se desenvolva.

E quais são esses hábitos?

Prevenção da aterosclerose

Algumas pessoas simplesmente nascem com uma genética que predispõe ao surgimento da doença.

Isso não é possível mudar.

Portanto, a prevenção é trabalhada em cima dos fatores de risco que são modificáveis.

Ou seja, os comportamentos e hábitos de vida.

Mudanças de hábito que podem ajudar são:

  • Diminuir o consumo de alimentos ricos em colesterol e gordura saturada
  • Cessar o tabagismo (parar de fumar)
  • Praticar exercícios regularmente (75 minutos por semana de exercício intenso ou 150 minutos de exercício moderado)
  • Perder peso caso tenha sobrepeso ou obesidade
  • Controlar o estresse, a pressão e o diabetes

Com isso, as chances de desenvolver aterosclerose diminuem de modo significativo.

Sintomas

Quando a aterosclerose não é muito severa, ela não apresenta nenhum sintoma.

Por isso, você só vai apresentar sintomas quando sua artéria já estiver sofrendo as consequências da doença.

Isto é, pelo crescimento da placa de ateroma, o que leva à redução do fluxo de sangue para órgãos e tecidos do seu corpo.

Assim como pelo rompimento da placa, formando um trombo, o que pode causar um derrame cerebral ou um infarto do coração.

Os sintomas dessa condição variam de acordo com a localização das artérias afetadas.

  • Coração: causa, basicamente, dor no peito
  • Cérebro: os sintomas nesse caso são os típicos de derrame cerebral. Isto inclui dormência ou fraqueza nos braços ou pernas; dificuldade na fala; queda dos múscula do rosto; e perda de visão em um dos olhos
  • Braços ou pernas: geram sintomas da doença arterial obstrutiva periférica, como dor na perna ao andar
  • Rins: aumento da pressão do sangue ou falência renal

Existe tratamento?

Sim! (7)

O tratamento inicial nada mais é do que a mudança dos hábitos, assim como na prevenção.

Uma vez que o indivíduo adquire novos hábitos, ele passa ter uma melhora no quadro da doença, apesar de não ser possível a reverter completamente.

No entanto, se o caso for mais grave, é possível que o tratamento seja também por meio de medicações (8).

No geral, são remédios para diminuir o colesterol do sangue, diminuir a pressão e anticoagulantes.

Alguns medicamentos têm ainda o efeito de trazer maior estabilidade para as placas de ateromas já formadas.

Isto ajuda a diminuir o risco de rompimento que poderia provocar a formação de trombos.

Todavia, se nem o tratamento medicamentoso for suficiente e os sintomas se agravarem, existe ainda o tratamento cirúrgico.

Nesse caso, o cirurgião busca desobstruir as artérias entupidas pelas placas de ateroma, desfazer coágulos de sangue, retirar placas de ateroma, entre outros.

Complicações

Se não tratada, a placa de ateroma pode se agravar e causar problemas.

A placa pode, ou crescer aos poucos até bloquear a passagem de sangue na artéria ou pode se romper e formar um trombo.

Assim, esses são os desfechos mais comuns para aterosclerose (9):

  • Infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco)
  • Infarto cerebral (AVC ou acidente vascular cerebral)
  • Aneurismas da artéria aorta (inchaço e enfraquecimento da parede da artéria)
  • Doença vascular periférica (redução do fluxo de sangue para as pernas e braços)

Portanto, a aterosclerose é uma doença que pode se tornar muito grave se não tratada de forma adequada, levando inclusive à morte.

Este artigo te ajudou?
(Autor)

Como graduando do curso de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e escritor do Vitalismo tenho como propósito trazer informações sobre saúde de qualidade e baseadas em evidências científicas com uma linguagem de fácil acesso para toda a população. Ingressei no curso de Medicina em 2018 por vocação e amor ao cuidado. Agora tenho a oportunidade de levar essa minha paixão para todos leitores do Vitalismo. Além disso, sou fundador da Liga de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da UNESP e atualmente sou coordenador da Liga de Ortopedia de Botucatu.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

Este artigo não possui comentários
      Deixe seu comentário

      O seu endereço de email não será publicado.