Bico de Papagaio: Saiba O Que É, Suas Causas e Tratamento

O bico de papagaio, ou osteófito, é uma das consequências da artrite, ou seja, da inflamação das juntas.

Portanto, é muito comum que indivíduos de mais idade tenham essa condição.

As pessoas costumam associar o bico de papagaio à coluna, mas você sabia que ele também pode ocorrer nas mãos, pés e joelhos?

Nesse artigo vamos conhecer mais sobre o que é de fato a osteofitose (processo que leva à formação de bico de papagaio) e o por que ela surge.

Além disso, também vamos falar de seu tratamento.

O que é o bico de papagaio?

Os osteófitos, ou bicos de papagaio, são crescimentos ósseos anormais que ocorrem próximos às juntas. Esse crescimento, a osteofitose, ocorre em formato de uma ponta na extremidade do osso, lembrando assim os bicos dos papagaios (1).

A osteofitose leva anos para se desenvolver e afeta normalmente pessoas da terceira idade.

Além da idade, outro fator de risco para o surgimento dos osteófitos é a osteoartrite (2), uma doença na qual ocorre o desgaste da cartilagem que protege os ossos e inflamação.

Onde podem crescer os osteófitos?

Em teoria, eles podem afetar qualquer osso. No entanto, os locais mais comuns são:

  • Mãos e dedos
  • Pés, principalmente no calcanhar, dedão do pé e tornozelo
  • Quadril
  • Joelhos
  • Pescoço
  • Ombros
  • Vértebras da coluna (principais ossos que compõem a coluna)

Quais as causas dos bicos de papagaio?

De longe, a principal causa é a osteoartrite.

Nesta doença ocorre o desgaste da cartilagem que recobre e protege os ossos contra impactos e contra o atrito das articulações.

Em resposta ao desgaste, o corpo busca reconstruir a cartilagem, mas acaba criando também um material ósseo que se deposita em forma dos osteófitos.

Outra causa, embora mais rara, é a espondilite anquilosante.

Apesar do nome que pode assustar, esta doença é na verdade um tipo de artrite que causa inflamação nas vértebras da coluna e, assim como na osteoartite, induzem à formação dos bicos de papagaio (3).

Quais os sintomas da osteofitose

Se você tem mais de 50 anos, é muito provável que você possua osteócitos nem saiba.

Uma grande parte das pessoas não apresentam sintomas algum, e a osteofitose passa despercebida.

No entanto, quando esses crescimentos ósseos passam a comprimir nervos, restringir o movimento ou atritar contra outros ossos ou tecidos, é quando os sintomas aparecem.

E eles incluem (4):

  • Dormência e fraqueza nas pernas (no caso de bicos de papagaio na coluna comprimirem nervos que se distribuem até as pernas)
  • Dor próximo das articulações (juntas) afetadas
  • Comprometimento dos movimentos da região (diminuição da amplitude de movimento)
  • Rigidez local
  • Tendinite (inflamação de tendões próximos ao osteófito)
  • Caroços, principalmente quando se dá nos dedos das mãos ou dos pés

Bico de papagaio tem cura?

Não, não possui cura.

Entretanto, o tratamento ajuda a aliviar seus sintomas (5).

Assim, pessoas que possuem osteofitose, porém sem sintomas, não precisam de tratamento, uma vez que esta condição não apresenta riscos para o paciente.

Já para aqueles que possuem os sintomas descritos anteriormente, as opções de tratamento incluem:

  • Uso de gelo para diminuir o inchaço
  • Uso de analgésicos (por exemplo, paracetamol) ou anti-inflamatórios (como o ibuprofeno)
  • Perda de peso (a fim de reduzir o impacto sobre às juntas)
  • Uso de palmilhas sob medida

Agora, caso essas soluções não sejam suficientes, pode ser indicado:

  • Fisioterapia, uma vez que exercícios e alongamentos reduzem a dor e devolvem parte da amplitude de movimento e força perdidos
  • Uso de remédios com prescrição médica para os casos de dores mais intensas
  • Cirurgia, em último caso, para remoção do bico de papagaio.

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(Autor)

Como graduando do curso de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e escritor do Vitalismo tenho como propósito trazer informações sobre saúde de qualidade e baseadas em evidências científicas com uma linguagem de fácil acesso para toda a população. Ingressei no curso de Medicina em 2018 por vocação e amor ao cuidado. Agora tenho a oportunidade de levar essa minha paixão para todos leitores do Vitalismo. Além disso, sou fundador da Liga de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da UNESP e atualmente sou coordenador da Liga de Ortopedia de Botucatu.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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