Bronquite: É Pneumonia? É Mais Que Um Simples Resfriado

A bronquite é uma condição que costuma ser mais grave que um resfriado comum, embora não seja no mesmo nível de uma pneumonia.

Em princípio, tem como característica principal a inflamação no revestimento interno dos brônquios e seu sintoma principal é a tosse (1,2).

Os brônquios são os principais “tubos” que se ramificam até os dois pulmões a partir da traquéia, que é o “tubo central” que conduz o ar após entrar pelo nariz ou pela boca.

Cada um desses tubos também compõem o que se convencionou chamar de “vias aéreas”.

Portanto, são pelos brônquios, inclusive, que o ar, que entra e sai dos pulmões, percorre.

Saiba que a inflamação pode se apresentar na forma aguda, que costuma durar menos de uma semana até algumas semanas (3).

Ou na forma crônica, com duração de pelo menos 3 meses.

Neste artigo, você irá conhecer quais as principais causas e quais os sintomas de uma bronquite.

Além disso, você irá aprender sobre os possíveis tratamentos e cuidados que você pode tomar.

Quais os sintomas de bronquite?

Independentemente do tipo de bronquite (aguda ou crônica), os sintomas podem incluir:

Saiba que no quadro agudo desta condição, os seus sintomas se assemelham aos de um resfriado comum.

Assim sendo, pode haver dores de cabeça, no corpo, na garganta e nariz escorrendo (saída de secreção).

Mas após vários dias, pode surgir a tosse, que inicialmente se apresenta de forma seca (sem escarro).

Além disso, devido à presença da inflamação, os tubos que conduzem o ar para o pulmão, podem se estreitar temporariamente.

Com isso, pode ocorrer a dispneia (falta de ar) e, ao respirar, podem surgir sons de chiado.

No entanto, esses sintomas podem melhorar dentro de uma semana.

Contudo, em certos casos, também pode ocorrer uma tosse persistente que demora várias semanas para passar.

Quanto ao quadro crônico desta condição, a tosse produtiva, ou seja, aquela que é acompanhada de expectoração, é o seu sintoma mais característico.

Neste caso, ela costuma durar pelo menos 3 meses e pode ir e voltar por pelo menos dois anos consecutivos.

Aliás, a bronquite crônica, em conjunto com o enfisema pulmonar, são condições bastante típicas no quadro clínico de quem tem a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) (6).

Por fim, vale lembrar também que pode haver períodos em que essa tosse e outros sintomas podem piorar de modo mais súbito.

É o que costuma ser chamado de “agudização” de uma doença crônica, que pode surgir por conta de alguma infecção, por exemplo, por bactérias (7).

Seja como for, ao detectar qualquer um desses sinais e sintomas de bronquite, procure ajuda médica.

O que causa bronquite?

As causas que desencadeiam a bronquite (aguda ou crônica) podem ser de formas variadas.

Na forma aguda, a infecção pode ser provocada por certos tipos de vírus ou bactérias (ambos são seres microscópicos).

Esses seres podem invadir as vias aéreas e irritar essas regiões.

Mas, em geral, é mais comum que a infecção tenha sua causa por vírus (8,9), como o Adenovírus, variedades de Coronavírus e os da gripe (Influenza), por exemplo.

Já na forma crônica, o tabagismo é o principal fator de risco.

Apesar disso, também existem outros fatores que aumentam as chances de levar à forma crônica.

Como exemplos, a poeira, a poluição do ar, gases tóxicos e a exposição à fumaça do cigarro de forma passiva também podem contribuir para o desenvolvimento desta condição.

Por fim, existem também outros fatores de risco que podem aumentar as chances deste quadro se instalar.

Como nos casos de história familiar de asma, alergias e doença do refluxo gastroesofágico (retorno involuntário do conteúdo do estômago para o esôfago).

A bronquite é contagiosa?

A condição aguda desta doença pode ser contagiosa, pois ela é causada principalmente por certos tipos de vírus.

Esses seres podem contaminar o ambiente por meio das gotículas de saliva expelidas da pessoa infectada.

Por isso, ao tossir, espirrar e falar, este vírus pode se espalhar pelo ambiente.

Assim sendo, o seu contágio costuma se limitar apenas à forma aguda.

Uma vez que a forma crônica, em geral, tem origem por alguma outra irritação prolongada e não infecciosa das vias aéreas.

Diagnóstico

Após uma avaliação clínica física, com análise do histórico familiar e a solicitação de exames, há a possibilidade de se chegar a um diagnóstico.

Os exames podem incluir:

  • Radiografia do tórax
  • Teste de função pulmonar (espirometria)
  • Testes para detecção de vírus nas secreções respiratórias (escarro)

Vale ressaltar que é importante que haja um acompanhamento médico nestes casos, pois a bronquite pode evoluir para uma pneumonia.

Isso significa que a inflamação pode atingir os alvéolos (sacos de ar minúsculos que existem dentro dos pulmões), o que pode agravar os sintomas e o seu quadro clínico.

Tratamento

O tratamento para bronquite é específico para cada tipo.

Na forma aguda, há situações em que não é necessário nenhuma intervenção.

Pois, a maioria dos casos são autolimitados, ou seja, atingem a recuperação por ação do próprio organismo.

Contudo, há situações em que podem ser usados medicamentos que aliviam os seus sintomas, como o uso de corticosteroides para tosse que persiste por mais de 20 dias (10).

Além disso, quando a infecção é causada por bactérias (menos comum), o médico pode considerar em certos casos a prescrição de antibióticos (11).

Por outro lado, como a forma crônica é uma DPOC, não há cura.

Isto é, não possibilidade de reversão dos danos provocados (12).

Entretanto, existem cuidados que podem ajudar no controle dos sintomas.

Como o uso de medicamentos que ajudam na dilatação dos brônquios e corticosteroides (para reduzir a inflamação).

Em casos mais graves, podem ser usadas a terapia usando oxigênio (oxigenoterapia), a reabilitação pulmonar e até mesmo procedimentos cirúrgicos.

Por fim, é fundamental a interrupção completa do tabagismo (parar de fumar).

Cuidados gerais

  • Evitar fumar e ficar próximo a outra pessoa que esteja fumando
  • Manter atualizada a vacinação contra gripe
  • Higienizar adequadamente as mãos
  • Usar máscaras na presença de outras pessoas, se você tiver DPOC
  • Usar umidificador de ar no ambiente

Seguindo estes cuidados simples podem te ajudar a prevenirem casos ou complicações de bronquite.

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(Autor)

Discente do curso de enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais. Atuante na Atenção Básica à Saúde na cidade de Alfenas, sobretudo nas áreas de Saúde da Mulher e Cuidados Paliativos. Membro voluntário do projeto de extensão “PaliAB” pela Universidade Federal de Alfenas.Neste projeto, os extensionistas estabelecem uma relação de reciprocidade com os profissionais da Estratégia da Saúde da Família (ESF) e com os pacientes assistidos neste nível de Atenção à Saúde, sob a ótica dos Cuidados Paliativos (CP).Os participantes deste projeto contribuem para melhora na qualidade de vida dos pacientes por meio de planos de cuidados desenvolvidos juntamente com os profissionais das ESFs, para aliviar o sofrimento físico, social, espiritual e psicológico das pessoas e de sua rede de apoio sob CP.Além disso, ela atua no desenvolvimento de pesquisas para aprimorar o conhecimento sobre esta área, publica diversos trabalhos sobre a temática e disponibiliza cursos e cartilhas para os profissionais da ESF e cartilhas para população juntamente com os membros do projeto.Por fim, ela prioriza um cuidado integral, respeitoso e digno tanto às pessoas assistidas pela Atenção Básica quanto aos profissionais que atuam neste nível de assistência à saúde.

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