Brucelose: Veja Como Animais Transmitem Essas Bactérias

A brucelose é uma das principais zoonoses no mundo (1).

Ou seja, uma doença transmitida de animais para seres humanos que é bastante comum em vários países.

Em geral, ocorre com mais frequência nos países em desenvolvimento (2).

Neste artigo você conhecerá a causa e como a brucelose é transmitida.

Também aprenderá sobre seus sintomas e quando procurar por assistência médica.

O que causa a brucelose no ser humano?

A brucelose é uma infecção causada por bactérias do grupo Brucella, as quais podem invadir o corpo humano por diferentes meios, tais como:

  • Alimentação: ao ingerir laticínios crus (alimentos que contém leite não pasteurizado (cru) na sua composição) e/ou carne crua ou mal cozida
  • Inalação do ar contaminado pela bactéria
  • Contato com animais infectados

Vale lembrar que, em geral, os animais associados à transmissão de brucelose são os mais comumente encontrados na agropecuária.

Por exemplo: vacas, cavalos, cabras e porcos.

Apesar disso, outros animais, como os domésticos e os selvagens, também podem portar esta doença e transmiti-la para os humanos.

Isso pode ocorrer porque há diferentes subtipos de bactérias que pertencem ao grupo (gênero) Brucella.

E cada subtipo pode causar esta condição em um animal diferente.

Mas afinal, esses são os únicos meios dessa doença se espalhar?

Não, pois embora seja raro, ela também pode ser transmitida de “pessoa para pessoa”.

Isso pode acontecer através de transfusões de sangue, transplantes de tecidos (agrupamentos de células), relação sexual ou leite materno.

E por fim, aí vai uma curiosidade!

Há outros nomes que também se referem à brucelose.

Como febre de malta, febre ondulante ou febre de Chipre.

Fatores de risco

De modo geral, há alguns fatores que aumentam as chances de se contrair essa doença (3).

Eles incluem:

  • Consumir laticínios não pasteurizados, ou seja, não tratados com calor para matar bactérias, como o queijo de aldeia (queijo feito de leite de cabra cru)
  • Trabalhar em matadouros (locais de abate animais para fornecer para o consumo público)
  • Ser veterinário
  • Viver ou viajar para lugares que têm maiores probabilidades de contaminação
  • Manusear animais infectados
  • Ser caçador, possuir uma ferida e tocar animais contaminados, comer a carne mal cozida ou ainda inalar a bactéria enquanto preservam a carne

Sintomas da brucelose

Os sintomas desta doença podem surgir em poucos dias ou até meses após a infecção.

Em geral, eles podem se assemelhar aos de um resfriado, sendo que seus sintomas iniciais podem incluir:

  • Febre
  • Calafrios
  • Fraqueza
  • Dor de cabeça
  • Fadiga (cansaço)
  • Dor nas articulações, nos músculos e nas costas
  • Perda de apetite
  • Sudorese (suor)

Vale ressaltar que alguns sintomas podem sumir por semanas ou meses, e voltar a aparecer novamente após esse período.

Além disso, podem persistir por um longo período de tempo, o que pode desencadear a forma crônica da doença, que possui sintomas como:

  • Febres recorrentes
  • Fadiga crônica
  • Artrite (inflamação nas articulações)
  • Endocardite (inflamação no coração)
  • Inchaço do testículo e no escroto (bolsa onde ficam os testículos)
  • Inchaço do fígado ou baço
  • Depressão
  • Problemas no sistema nervoso: as bactérias podem invadir o cérebro e a medula espinhal (até 5% dos casos)

Quando procurar ajuda médica?

Ao sentir fraqueza incomum, febre e dores musculares e, além disso, se tiver algum dos fatores de risco para a condição, como se alimentar de carne crua ou manusear animais que possam estar infectados, procure assistência médica.

Apesar do fato de que esta doença pode ser confundida com outras condições devido aos seus sintomas pouco específicos, após uma avaliação física e a realização de exames (de sangue, por exemplo), o médico poderá diagnosticar esta condição.

Com isso, poderá iniciar o tratamento com antibióticos (4) para matar as bactérias responsáveis por causar a brucelose.

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(Autor)

Discente do curso de enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais. Atuante na Atenção Básica à Saúde na cidade de Alfenas, sobretudo nas áreas de Saúde da Mulher e Cuidados Paliativos. Membro voluntário do projeto de extensão “PaliAB” pela Universidade Federal de Alfenas.Neste projeto, os extensionistas estabelecem uma relação de reciprocidade com os profissionais da Estratégia da Saúde da Família (ESF) e com os pacientes assistidos neste nível de Atenção à Saúde, sob a ótica dos Cuidados Paliativos (CP).Os participantes deste projeto contribuem para melhora na qualidade de vida dos pacientes por meio de planos de cuidados desenvolvidos juntamente com os profissionais das ESFs, para aliviar o sofrimento físico, social, espiritual e psicológico das pessoas e de sua rede de apoio sob CP.Além disso, ela atua no desenvolvimento de pesquisas para aprimorar o conhecimento sobre esta área, publica diversos trabalhos sobre a temática e disponibiliza cursos e cartilhas para os profissionais da ESF e cartilhas para população juntamente com os membros do projeto.Por fim, ela prioriza um cuidado integral, respeitoso e digno tanto às pessoas assistidas pela Atenção Básica quanto aos profissionais que atuam neste nível de assistência à saúde.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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