Câncer de Estômago: Causa Perda de Peso? Tem Tratamento?

O câncer de estômago (ou câncer gástrico) é o quinto tipo de câncer mais comum no mundo (1).

Só no ano de 2018, foram mais de 1 milhão de casos desta doença, sendo a maior parte deles em homens.

Além disso, é também a terceira principal causa de morte por cânceres.

Quando falamos de câncer de estômago, nos referimos apenas à localização da doença.

No entanto, são diferentes tipos de câncer que podem afetar o estômago.

O tipo mais comum, no caso do estômago, é o adenocarcinoma, um câncer que tem origem nas glândulas (estruturas que produzem substâncias para liberar na cavidade) do órgão.

Os adenocarcinomas correspondem a 95% dos casos da doença e são mais frequentes em homens entre 60 e 70 anos de idade (2).

Quais são os sintomas de câncer no estômago?

Os sintomas iniciais de câncer no estômago podem ser pouco específicos, uma vez que também podem surgir em doenças benignas (não cancerosas, como gastrite ou úlcera). Entretanto, alguns dos sintomas que podem levantar a suspeita incluem: sensação de estômago cheio (mesmo após comer menos do que o usual), dor no abdome, dificuldade para engolir os alimentos, náusea ou vômito, perda de peso involuntária.

Além disso, existem ainda outros sintomas, como:

  • Vômito com sangue (mais raro)
  • Sangue nas fezes
  • Fezes escurecidas (que se parecem com “borra de café”) e com odor forte

Quando devo procurar um médico?

Sintomas persistentes de dor no abdome, “estômago cheio”, enjôos ou vômitos e perda de peso involuntária devem servir como sinais de alerta para que você procure por assistência médica.

Além disso, ter dificuldade para engolir, presença de sangramentos ou alterações no seu hábito intestinal também são sintomas que merecem ser avaliados pelo seu médico.

Não há um conjunto de sinais e sintomas que permita confirmar o diagnóstico da doença.

Portanto, é importante que você procure por avaliação profissional para ver a necessidade de fazer exames complementares como forma de aprofundar a investigação.

A detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de se obter melhores resultados no tratamento.

O que causa câncer no estômago?

Em princípio, as causas desta doença ainda não são completamente compreendidas.

Entretanto, existem alguns fatores que aumentam o seu risco de desenvolver o câncer (3), por exemplo:

  • Infecção pela bactéria Helicobacter pylori (4)
  • Doença do refluxo gastroesofágico
  • Excesso de peso e obesidade
  • Consumo excessivo de sal ou alimentos defumados
  • Dieta pobre em frutas, vegetais e fibras integrais
  • Histórico familiar da doença
  • Gastrite persistente ou não tratada
  • Tabagismo
  • Exposição de trabalhadores rurais a agrotóxicos

Como posso me prevenir?

Uma vez que conhecemos os fatores de risco, é possível olharmos para algumas formas de diminuir suas chances de desenvolver a doença.

Sendo assim, é recomendado:

  • Procurar manter um peso adequado
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarro (ou tabaco)
  • Diminuir o consumo de alimentos com muito sal ou defumados
  • Aumentar o consumo de frutas e vegetais

Quais são os tratamentos para câncer de estômago?

O tratamento pode variar conforme o tipo, a gravidade ou localização do câncer.

Além disso, o médico também pode levar em conta seu estado de saúde e suas preferências na hora de planejar o tratamento.

Câncer localizado

Em princípio, quando o câncer se limita ao estômago e aos linfonodos (“gânglios linfáticos”) próximos, o principal tratamento é a cirurgia.

Dependendo da localização específica do tumor, da extensão da lesão e do subtipo de câncer, o médico pode optar por retirar todo o estômago ou apenas parte dele.

A retirada de todas as regiões afetadas pelas células cancerosas é fundamental para reduzir o risco do avanço da doença e da ocorrência de metástase (quando o câncer se espalha para outras partes do corpo).

Antes ou após a cirurgia é possível também que se faça quimioterapia ou radioterapia para aumentar a chance de cura e diminuir o risco de a doença voltar.

Câncer metastático ou inoperável

Nos casos de câncer de estômago, nos quais não é possível fazer cirurgia (inoperáveis) ou nos quais já ocorreu metástase, o tratamento costuma ter finalidade paliativa (5).

Ainda assim, o objetivo é ajudá-lo a viver da maneira mais normal e mais confortável possível, pelo maior tempo de vida possível.

Para isso, podem ser utilizados quimioterapia ou radioterapia paliativa junto de outros remédios e medidas para proporcionar o controle de dores, sangramentos, vômitos, dentre outros sintomas.

Cuidados Paliativos

Por fim, vale lembrar que, independente do estágio do câncer, existe uma área (ou equipe) que se chama Cuidados Paliativos e que pode colaborar no tratamento.

Esta equipe tem como objetivo ajudar no controle de sintomas que costumam surgir diante de tratamentos agressivos (que causam muitos efeitos colaterais) contra o câncer.

Com isso, pessoas que têm câncer podem ter uma vida melhor e até alcançarem um maior tempo de vida.

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(Autor)

Como graduando do curso de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e escritor do Vitalismo tenho como propósito trazer informações sobre saúde de qualidade e baseadas em evidências científicas com uma linguagem de fácil acesso para toda a população. Ingressei no curso de Medicina em 2018 por vocação e amor ao cuidado. Agora tenho a oportunidade de levar essa minha paixão para todos leitores do Vitalismo. Além disso, sou fundador da Liga de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da UNESP e atualmente sou coordenador da Liga de Ortopedia de Botucatu.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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