Câncer de Próstata: Dificuldade Para Urinar? Tem Tratamento?

O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre homens no Brasil.

Estima-se que só no ano de 2020 foram mais de 65 mil novos casos da doença, sendo a maioria deles em pessoas com mais de 65 anos de idade (1).

Antes que eu possa falar sobre o câncer, vamos entender primeiro o que é a próstata.

A próstata é uma pequena glândula com a forma de um pêssego, do tamanho de uma noz e presente apenas nos homens.

Ela se localiza abaixo da bexiga urinária e é uma das responsáveis por produzir o sêmen, o líquido liberado pelos homens nas relações sexuais.

Agora que você já sabe o que é a próstata, vamos conhecer mais sobre o câncer de próstata?

Quais são os sintomas de câncer de próstata?

Os sintomas de câncer de próstata demoram a aparecer. Nos estágios iniciais da doença, os sintomas costumam ser parecidos aos do crescimento benigno (não canceroso) da próstata. Assim, o paciente pode ter dificuldade de urinar, redução da força do jato de urina e aumento da quantidade de vezes que a pessoa sente vontade de urinar.

Conforme ocorre o avanço da doença, outros sintomas também podem surgir, como:

  • Presença de sangue na urina ou no sêmen
  • Perda de peso involuntária
  • Disfunção erétil
  • Dores nos ossos (por conta do câncer que se espalha) (2)

Em muitos casos, porém, a pessoa pode não ter sintoma nenhum nas fases iniciais do câncer.

Por conta disso, a doença pode passar despercebida.

Quais são os fatores de risco do câncer de próstata?

Existem alguns fatores que aumentam as suas chances de desenvolver a doença (3).

A idade, por exemplo, é um fator de risco importante.

Após os 50 anos de idade, tanto o número de casos, quanto o número de mortes por essa doença aumentam significativamente (4).

O histórico de câncer na família também é outro fator que influencia no risco.

Um homem cujo pai ou irmão tenha câncer de próstata, possui o dobro de chance de também desenvolver a doença.

Além disso, o histórico na família de câncer de mama também aumenta esse risco.

Existem ainda outros fatores de risco, os quais incluem:

  • Excesso de gordura corporal (sobrepeso ou obesidade)
  • Pessoas negras
  • Exposição a determinadas substâncias comuns em indústrias químicas, mecânicas e de transformação de alumínio
  • Exposição a certos agrotóxicos, produtos de petróleo, fuligem e outras substâncias tóxicas

Quando procurar um médico?

Você deve procurar um médico caso apresente os sintomas mencionados acima por um longo período de tempo.

Além disso, caso você possua mais de 40 anos ou histórico de câncer na família, é importante que esteja sempre fazendo acompanhamento com um médico.

Para se realizar um exame de rastreio (screening), que é quando se procura detectar a doença antes de surgirem sintomas, é comum a dosagem de PSA no sangue.

No entanto, é importante que você converse com o seu médico para entender os prós e contras para a realização do exame.

Pois existe uma controvérsia entre os especialistas sobre a possibilidade de os benefícios de fazer rastreio realmente superarem os riscos envolvidos.

De qualquer modo, a depender dessa decisão junto de seu médico, ele também poderá fazer o exame de toque retal.

Eventualmente, pode ser que se colete uma amostra da próstata (biópsia) para análise ou que outros exames de imagem sejam solicitados.

Como é o tratamento para câncer de próstata?

As opções de tratamento para o câncer de próstata variam de acordo com o caso de cada paciente.

Mas, em muitos casos, são feitos cirurgia, radioterapia ou uma combinação dos dois.

Esses procedimentos ajudam a remover o tumor e destruir as células cancerosas da próstata.

Em alguns casos, também se indica o tratamento hormonal por meio de medicamentos que diminuem a produção de testosterona.

O tratamento hormonal é importante para reduzir o tamanho do tumor antes da cirurgia ou radioterapia e para tentar impedir que o câncer retorne após o tratamento.

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(Autor)

Como graduando do curso de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e escritor do Vitalismo tenho como propósito trazer informações sobre saúde de qualidade e baseadas em evidências científicas com uma linguagem de fácil acesso para toda a população. Ingressei no curso de Medicina em 2018 por vocação e amor ao cuidado. Agora tenho a oportunidade de levar essa minha paixão para todos leitores do Vitalismo. Além disso, sou fundador da Liga de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da UNESP e atualmente sou coordenador da Liga de Ortopedia de Botucatu.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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