É provável que você tenha começado a ouvir falar no Candida auris.
Isso porque, em 2020 a ANVISA identificou o primeiro caso do fungo no Brasil (*).
Agora, em 2022 um novo caso foi conformado em um hospital de Pernambuco no dia 12 de janeiro (*).
Mas afinal, o que é Candida auris ?
Nesse artigo, você vai aprender mais sobre esse “superfungo” e porque ele causa preocupação mundial.
Além disso, vai ver como ele se espalha.
O que é a doença Candida auris?
Candida auris (C. auris) é um fungo emergente descoberto em 2009 (*) que representa atualmente uma ameaça à saúde global. Isso porque, esse fungo é considerado multirresistente, ou seja, tem resistência a grande parte das medicações antifúngicas.
Além disso, a detecção da C. auris também é desafiadora.
Isso porque, esse fungo pode ser confundido facilmente com outros também da família Candida.
Por ser resistente às principais classes de medicações antifúngicas, e ter uma identificação difícil, esse fungo causa um alerta mundial.
Além disso, a taxa de mortalidade por C. auris pode chegar variar de 30% a 72%, a depender de fatores como idade, doenças associadas e tamanho da infecção (*).
No Brasil, já houveram relatos de 3 surtos do superfungo:
- Dezembro de 2020, em Salvador (com 2 mortos)
- Dezembro de 2021, também em Salvador
- Janeiro de 2022, em Pernambuco
Como é a transmissão do Candida auris?
De maneira geral, a infecção ocorre em ambientes hospitalares de pessoa para pessoa (*).
Além disso, esse fungo pode contaminar diretamente artigos médicos (como termômetros e estetoscópios).
Por esse motivo, também não se descarta a possibilidade de transmissão através das mãos dos profissionais de saúde.
Por ser uma infecção hospitalar, é mais comum em pessoas que permanecem internadas por longos períodos.
Apesar de qualquer pessoa estar sujeita à infecção, existem alguns fatores de risco que podem aumentar a chance de infecção, por exemplo (*):
- Ter diabetes mellitus
- Utilizar cateter (sonda) urinária
- Utilizar cateter venoso central
- Estar imunodeprimido (AIDS, estar em quimioterapia, receptor de transplantes)
- Realizar transfusão de sangue
- Estar na unidade de terapia intensiva (UTI)
- Ter doença renal crônica
- Fazer hemodiálise
Como é o tratamento?
Assim que se descobre o diagnóstico, o mais desafiador é o tratamento dessa infecção.
Isso porque, C. auris é considerado um superfungo, ou seja, resistente à maioria das medicações.
Um estudo na índia demonstrou que a medicação mais indicada seria um antifúngico da classe das Equinocandinas (*).
Isso porque, 2% dos fungos eram resistentes a esse remédio.
Além disso, existe a possibilidade da combinação de diversos antifúngicos em altas doses.
No entanto, ainda não existem protocolos bem definidos sobre o tratamento dessa infecção.
Por isso, a conduta vai ser de escolha médica de acordo com a gravidade da infecção e situação imunológica do paciente.
É muito importante que a infecção pelo candida auris seja identificada rapidamente.
Dessa forma, as tentativas de tratamento podem ser feitas com antecedência, evitando assim que a infecção se espalhe pelo corpo.
Como previnir o candida auris?
Por se tratar de uma infecção que tem relação com o ambiente hospitalar, os principais cuidados para controle da infecção são intra hospitalares.
Ou seja, os profissionais de saúde devem dar atenção à lavagem das mãos antes e após o contato com o paciente.
Além disso, é importante desinfectar os instrumentos médicos e superfícies hospitalares.
No caso da infecção de um paciente, é importante que seja feio o isolamento imediato para prevenir que outros pacientes também sejam infectados.