Celulite Infecciosa: Uma Infecção de Pele Que Exige Atenção

A celulite infecciosa é uma doença que afeta algumas camadas mais profundas da pele.

A princípio, a pele é o maior órgão do corpo humano e recobre toda a superfície externa do nosso corpo.

Além disso, ela possui basicamente três camadas, sendo que elas são, de dentro para fora: epiderme (mais superficial), derme e hipoderme (mais profunda).

Sendo assim, diferente do conceito popular de celulite (um quadro que surge em consequência do acúmulo de gordura), a celulite infecciosa resulta de “invasores externos” que causam danos às camadas da derme e hipoderme (1).

Ao longo deste artigo, você conhecerá melhor o que pode causar essa condição.

Por fim, conhecerá quais os principais sintomas, as possíveis complicações e o que você pode fazer para se cuidar.

O que causa celulite infecciosa?

A celulite infecciosa geralmente tem como causa a invasão por bactérias dos gêneros Streptococcus e Staphylococcus. Isso costuma ocorrer através de aberturas, as quais podem ser desde pequenas rachaduras até grandes ferimentos que podem aparecer na pele. Apesar de poder ocorrer em qualquer parte do corpo, a infecção pelas bactérias afeta com mais frequência as pernas.

Já em alguns casos mais graves, é comum que haja o envolvimento de uma bactéria que se chama MRSA (sigla em inglês que significa ‘Staphylococcus aureus resistente à meticilina’) (2).

Além disso, é importante notar que há muitas condições que podem formar “aberturas” através da pele, por exemplo:

  • Queimaduras
  • Cortes por procedimentos cirúrgicos
  • Úlceras (exposição de camadas profundas da pele, por ausência das camadas mais externas, como a epiderme)
  • Micoses (infecção da pele por fungos)
  • Dermatites (irritação e inflamação da pele)

Por fim, vale mencionar que há outros fatores que aumentam os riscos de você ter este problema na pele, tais como:

  • Sistema imune enfraquecido
  • Doenças de pele, como eczemas (dermatite, “pé de atleta” que é um tipo de micose nos pés, ou herpes zóster ou “cobreiro”)
  • Obesidade
  • Linfedema (geralmente são inchaços em braços ou nas pernas que podem surgir após cirurgias)
  • Histórico prévio de celulite infecciosa

Sintomas de celulite infecciosa

Os sintomas desta infecção de pele podem incluir:

  • Área de pele avermelhada (que pode aumentar) e com as bordas desta área mal definidas
  • Inchaço na região
  • Dor ou aumento de sensibilidade na região
  • Aumento de temperatura na região
  • Febre ou calafrios
  • Formação de bolhas na pele
  • Alterações na superfície da pele, como a presença de algumas “ondulações”

Quando procurar por assistência médica?

É importante que você não demore para procurar por atendimento médico nos primeiros sinais da infecção.

Pois ela pode se espalhar rapidamente para outras partes do corpo, se não houver o uso de antibiótico para celulite infecciosa (3).

Por exemplo, se você tiver febre ou notar irritação na pele com vermelhidão, inchaço e dor que muda de aparência rapidamente, procure um atendimento de emergência.

Se não for tratada nas fases iniciais, existe o risco de danos ao sistema linfático (que é responsável por funções como retornar os líquidos que se acumulam em diversas partes do corpo para a corrente sanguínea).

Com isso, pode haver inchaços crônicos em locais como as pernas.

Além disso, caso a infecção se espalhe para camadas ainda mais profundas, pode levar a um quadro extremamente grave que se chama fasciíte necrotizante.

Prevenção

Portanto, para evitar que você tenha a celulite infecciosa, algumas medidas preventivas incluem:

  • Lavar ferimentos na pele com água e sabão
  • Cobrir feridas com curativos, mas é importante que se troque o curativo diariamente
  • Em pessoas com diabetes, observar locais do corpo como os pés todos os dias, para verificar se não há feridas que se abriram (pois muitos têm a função de sensibilidade afetada ou perdida)
  • Observar se não há sinais iniciais de infecção na pele (dor, vermelhidão, inchaços, saída de líquidos)

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(Autor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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