Cisto Sinovial: Dói Muito? Precisa de Cirurgia? O Que Fazer?

O cisto sinovial é a causa mais comum de nódulos na região das articulações (“juntas entre os ossos”) do punho e da mão (1).

Popularmente, as pessoas se referem a ele como um “caroço no punho”.

Além disso, o cisto sinovial também pode ocorrer nos tendões (parte que liga o músculo ao osso) ou nos pés.

Vamos conhecer um pouco mais sobre ele?

O que é o cisto sinovial?

Os cistos sinoviais são nódulos (“caroços” ou pequenas “bolsas”) que contêm um material que parece com a consistência de gelatina e que se formam nas articulações ou nos tendões. O evento que dá origem a estes nódulos é uma série de lesões pequenas que ocorrem nas articulações do punho, das mão, pés e tornozelos (2).

Eles podem se formar em pessoas de qualquer idade, sendo mais comuns de aparecer entre os 20 e 50 anos de idade.

Nas mulheres, a chance de se formarem os cistos é três vezes maior de se formar do que nos homens.

Além disso, é muito comum aparecer em pessoas que praticam esportes que causam grande estresse para articulação, como por exemplo a ginástica.

Sintomas do cisto sinovial

Os nódulos dos cistos sinoviais podem ser descritos quanto à sua localização, formato, tamanho e dor.

Assim, temos que (3):

  • Os cistos se desenvolvem ao longo de tendões e articulações das mãos, punhos, tornozelo e pés. Também podem aparecer em outras juntas, apesar de menos comum
  • Possuem formato arredondado ou oval e podem ser pequenos a ponto de serem imperceptíveis ou crescer até 2,5 centímetros de diâmetro. O tamanho destes cistos pode variar conforme o maior ou menor uso da articulação afetada
  • No geral, os cistos não causam dor, no entanto, existem casos em que nervos da região sofrem compressão. Dessa forma, surgem os sintomas de dor, formigamento, dormência ou fraqueza do músculo

Diagnóstico

O diagnóstico é feito com auxílio do exame físico na consulta.

O médico pressiona o cisto buscando testar sinais de sensibilidade ou desconforto.

Também é possível que seja utilizado uma luz para identificar se o cisto tem origem sólida ou líquida.

Por fim, o médico pode ainda solicitar exames complementares como de raio-x, ultrassom ou ressonância magnética.

Estes exames podem ser importantes caso ele desconfie de outras condições, como por exemplo artrite ou neoplasia (tumor).

Tratamento

Nem sempre o cisto sinovial requer tratamento, afinal, muitas vezes não chega a causar sintomas ou incômodo no paciente.

Entretanto, caso os sintomas estejam interferindo na vida diária ou na prática de esportes, o tratamento é indicado com algumas recomendações (4):

  • Imobilização: uma vez que o uso da articulação leva ao crescimento do cisto, a imobilização temporária da área com uma braçadeira ou uma tala pode ajudar. Conforme o cisto for diminuindo, ocorre a descompressão dos nervos e o alívio dos sintomas
  • Aspiração: é um procedimento médico que pode ser feito a fim de drenar o material gelatinoso, dando fim ao cisto. Porém, o tratamento não garante que o cisto não voltará
  • Cirurgia: só é feita em último caso, quando as demais abordagens não obtiveram sucesso. Em cirurgia, ocorre a remoção do cisto sinovial. No entanto, assim como na aspiração, o cisto pode voltar com o tempo

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(Autor)

Como graduando do curso de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e escritor do Vitalismo tenho como propósito trazer informações sobre saúde de qualidade e baseadas em evidências científicas com uma linguagem de fácil acesso para toda a população. Ingressei no curso de Medicina em 2018 por vocação e amor ao cuidado. Agora tenho a oportunidade de levar essa minha paixão para todos leitores do Vitalismo. Além disso, sou fundador da Liga de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da UNESP e atualmente sou coordenador da Liga de Ortopedia de Botucatu.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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