Colchicina: Ajuda na Crise de Gota? Tem Precauções?

A colchicina pertence a uma classe de medicamentos (grupo de remédios que tem formas de ação semelhantes e que são normalmente usados para problemas similares) contra a gota (antigotosos).

As apresentações disponíveis da colchicina são na forma de comprimidos ou em líquido (não disponível no Brasil) e via oral (pela boca).

Para que serve a colchicina?

O principal uso da colchicina é para alívio das dores por crise de gota ou para tratamento preventivo de novas crises. Ou seja, ela ajuda a evitar que uma nova crise de gota ocorra nos indivíduos que possuem a doença. A gota é uma doença causada por elevados níveis de ácido úrico no sangue. Com isto, ocorre a formação de cristais de urato monossódico (com formato parecido com agulhas) que se depositam ao redor e no interior das articulações (nas juntas entres dois ossos). Assim, sintomas como dor de início abrupto e intensa em uma ou mais juntas podem ocorrer, além de presença de inchaço e vermelhidão.

Além disso, outros usos deste medicamento incluem a:

  • Gota (1)
  • Febre Familial do Mediterrâneo (FMF) (1)
  • Doença de Behçet (2)
  • Escleroderma
  • Poliatrtrite associada a sarcoidose e psoríase (3)

Um aspecto importante é saber que a colchicina não é um analgésico, portanto não pode ser utilizada para aliviar qualquer tipo de dor.

Sua ação é mais específica para interromper processos que causam inchaço e outros sintomas no caso da gota e da Febre Familial do Mediterrâneo (4).

Como devo utilizar este medicamento?

Você deve ingerir os comprimidos pela boca com ou sem comida.

Quando o uso é para prevenção de crises de gota, a dose costuma ser uma ou duas vezes por dia.

Se você tomar a colchicina para aliviar a dor de uma crise de gota, a primeira dose é na ocasião dos sintomas e uma nova dose menor será cerca de uma hora após.

Quais efeitos colaterais eu posso ter ao usar o medicamento?

Os efeitos colaterais mais comuns deste remédio para crise de gota são:

  • Náusea
  • Vômito
  • Diarreia
  • Dores ou contrações abdominais

O que pode acontecer se eu não seguir a dosagem conforme orientação médica?

Caso você pare de tomar ou jamais chegue a utilizar a colchicina, os sintomas podem piorar.

Por outro lado, caso você esqueça uma das doses ou tome fora do horário, a medicação pode não funcionar tão bem ou parar de funcionar.

Por fim, se você tomar em excesso, você pode ter níveis da medicação no sangue em um patamar perigoso. Sendo assim, os sinais de overdose incluem:

  • Dor ou fraqueza muscular
  • Náusea e vômito
  • Diarreia

Se você acha que pode ter tomado uma quantidade excessiva de alopurinol, comunique o seu médico ou ligue para o serviço de emergência (no Brasil, acione o 192 para falar com o SAMU).

O que você pode fazer, se esquecer uma das doses: tome a próxima assim que você se lembrar. No entanto, se você estiver a poucas horas da próxima dose, então tome apenas uma dose. Você não deve tentar compensar a dose perdida tomando a dose em dobro, pois há riscos de sinais colaterais graves.

Preciso tomar algum cuidado com a dieta ao usar colchicina?

Sim, existe uma fruta que se chama toranja que você não poderá consumir durante o período de tratamento com a colchicina.

Considerações finais

A colchicina só pode ser vendida sob prescrição médica (com receita branca comum) no Brasil.

Além disso, informe ao seu médico:

  • Caso você esteja grávida ou em amamentação
  • Se tiver problemas nos rins ou no fígado

Por fim, lembre-se que o medicamento não deve ser mastigado.

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(Autor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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