Colesterol Alto: O Que Causa? Como Prevenir Complicações?

Todo mundo tem alguma ideia de que o colesterol alto não deve ser muito bom para a saúde.

A pergunta que muitos talvez não sabem é: por que ele é ruim?

Aliás, será que ele é sempre ruim?

As respostas para estas perguntas vão ficar bastante simples de entender ao longo deste artigo.

Mas para que você saiba os efeitos do colesterol alto, vamos explicar uma outra coisa antes.

O que é colesterol?

O colesterol é uma substância presente no sangue. Ela é parecida com um tipo de gordura e tem um papel importante no corpo. Ou seja, ela serve para produzir hormônios como estrógeno (ou estrogênio) e testosterona, para a formação de células saudáveis, de vitamina D e até mesmo de outras substâncias que ajudam na digestão de alimentos.

Aliás, nosso corpo é capaz de produzir, de dentro das células, todo o colesterol que necessitamos. No entanto, ele também está presente em alimentos de origem animal, como a gema do ovo, a carne, os frutos do mar ou o queijo e demais derivados do leite (1).

Sendo assim, é importante notar que os alimentos que consumimos tem influência na quantidade de colesterol no nosso organismo.

Além disso, sabemos que o colesterol alto traz o risco de formação de placas de ateroma nas paredes das artérias.

Lembre-se que artérias são vasos sanguíneos (“tubos”) que levam o sangue rico em oxigênio bombeado pelo coração.

Nesse sentido, sabemos que a medida que as placas de ateroma aumentam, existe o risco de redução ou bloqueio da passagem do sangue.

Às vezes, as placas podem se romper e levar à formação de um trombo (pedaço de sangue coagulado) que irá provocar um AVC (derrame cerebral) ou um infarto do coração (ataque cardíaco).

Portanto, depois desta visão geral, conseguimos entender melhor que ele tem grande importância para o nosso corpo.

Mas desde que ele não esteja em níveis muito altos!

Tipos de colesterol

Pode ser que também você já ouviu que existe o colesterol bom e o ruim. A verdade é que existem duas principais estruturas formadas por proteínas e gordura (lipoproteínas) que se chamam HDL e LDL. O HDL é conhecido como o “colesterol bom”, pois ele corre pelo sangue removendo o colesterol em excesso e leva para o fígado, para então ser eliminado do corpo. Já o LDL é chamado de “colesterol ruim”, pois ele transporta o colesterol pelo corpo todo e também provoca o acúmulo dele na parede das artérias (e forma placas de ateroma). Como sabemos, as placas que se formam aumentam o risco de infarto do coração (ataque cardíaco) e AVC (derrame cerebral).

Portanto, um corpo saudável, precisa ter quantidades maiores de HDL (que ajuda a remover o colesterol) e menores de LDL (pois diminui o risco de placas de ateroma) (2).

Observação: HDL significa lipoproteína de alta densidade (high-density lipoprotein) e LDL significa lipoproteína de baixa densidade (low-density lipoprotein).

O que causa colesterol alto?

O colesterol alto é uma consequência, principalmente, de hábitos de vida não saudáveis como:

  • Dieta com muita gordura saturada (presente em carnes, derivados do leite, chocolates, frituras) e gordura trans (alguns alimentos fritos e processados): aumenta o LDL
  • Sedentarismo (falta de atividade física): diminui o HDL
  • Tabagismo: pode diminuir HDL e ainda aumentar o LDL

Além disso, vale lembrar que existem também os fatores que estão além do nosso controle. Por exemplo, condições genéticas como a hipercolesterolemia familiar podem provocar o aumento do colesterol. Por fim, vale mencionar que existem outras condições de saúde ou medicamentos que também pode resultar no seu aumento.

Outros fatores de risco

Além dos hábitos ruins citados anteriormente, temos como fatores que também aumentam o risco:

  • Idade avançada: pois o fígado se torna menos capaz de remover o LDL
  • Diabetes: pois diminui o HDL e pode aumentar um outro tipo de lipoproteína “ruim” que carrega altas quantidades de colesterol no sangue e que se chama VLDL

Quais são os sintomas de colesterol alto?

A princípio, não existem sintomas típicos de colesterol alto. Sendo assim, a única maneira de identificar esta alteração é por meio de exames de sangue. No entanto, as complicações de colesterol alto podem resultar em sintomas. Veja a seguir alguns exemplos.

O que o colesterol alto pode causar?

O principal risco tem relação com as placas de ateroma (acúmulo de colesterol e outros depósitos na parede das artérias). Como as artérias levam sangue rico em oxigênio para diversos órgãos, como o coração ou o cérebro, as consequências de formação dessas placas podem incluir:

  • Angina: dor no peito por conta de doença arterial coronariana (3)
  • Ataque cardíaco: bloqueio da chegada de sangue no coração que leva à morte de parte do músculo do coração
  • AVC: bloqueio da chegada de sangue em parte do cérebro
  • Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP): bloqueio de chegada de sangue nas pernas (mais comum) ou nos braços

O que é bom para colesterol alto?

As principais medidas para melhorar a situação envolvem hábitos de vida saudáveis e, se necessário, remédio para colesterol alto. Veja os exemplos de tratamento:

  • Dieta equilibrada (alimentação saudável)
  • Atividade Física
  • Controle do Peso
  • Parar de fumar (se você for fumante)
  • Moderar o consumo de bebidas alcóolicas
  • Medicamentos que seu médico pode prescrever incluem, por exemplo: estatinas, inibidores da enzima PCSK9, resinas sequestradoras de ácidos biliares

Quando procurar assistência médica?

Procure o seu médico para discutir sobre a necessidade de você fazer exames para detectar se você tem colesterol alto.

Ele poderá também sugerir uma rotina de exames dependendo do seu risco, já que pode variar caso você tenha histórico na família, por exemplo. Além disso, o seu médico poderá informar os valores de referência para a sua idade, já que o colesterol alto em crianças tem valores diferentes.

Este artigo te ajudou?
(Autor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

Este artigo não possui comentários
      Deixe seu comentário

      O seu endereço de email não será publicado.