Demência: Quando a Falta de Memória é Preocupante?

Ter demência é normal quando se envelhece? (1)

O envelhecimento faz parte do curso natural da vida e causa algumas modificações na vida das pessoas.

Por exemplo, é comum que ao envelhecer alguns indivíduos fiquem mais esquecidos do que costumavam ser antes. 

Esses impactos podem variar de pessoa para pessoa, podendo ser maiores ou menores e ocorrer em diferentes áreas da vida do indivíduo.

No entanto, algumas doenças podem surgir nessa etapa da vida e representam uma parte não saudável da velhice, como é o caso das pessoas que desenvolvem um quadro demencial.

Cerca de um terço das pessoas com 85 anos, ou mais, podem ter alguma forma de demência.

Sendo assim, é essencial entender como ela funciona e quais são os seus sinais.

Neste artigo você vai entender melhor como ela funciona.

O que é demência? (2,3,4)

A demência é um termo usado para descrever um conjunto de doenças que causam a perda de funções mentais, como a memória e a atenção. Nesse sentido, há um nível de comprometimento que dificulta que a pessoa realize sua atividades diárias com autonomia.

Sendo assim, a demência costuma se iniciar de forma leve e evoluir para um estágio mais grave, no qual a pessoa fica completamente dependente de cuidados.

Além disso, ela pode gerar impacto em diversas funções, entre elas:

  • Memória
  • Habilidades de linguagem
  • Percepção visual (capacidade de entender o que vê)
  • Capacidade de resolução de problemas, realização das tarefas diárias e de concentração e atenção

Isso ocorre porque as células do sistema nervoso (neurônios) no cérebro param de funcionar ou morrem. 

Por mais que seja normal perder alguns neurônios com o envelhecimento, as pessoas com demência sofrem perdas muito maiores, o que resulta em sintomas tão prejudiciais.

Além disso, existem diferentes tipos de demência que afetam de diferentes formas a vida da pessoa.

Vamos conhecer quais são elas?

Tipos de Demência (5,6)

Há cinco tipos mais comuns de demência, entre elas estão:

  • Alzheimer, que é a forma mais comum de demência nos idosos
  • Demência com corpos de Lewy, causada por depósitos anormais de uma proteína chamada corpos de Lewy
  • Distúrbios frontotemporais, que é uma forma rara de demência e que geralmente ocorre em pessoas com menos de 60 anos
  • Demência vascular, causada por doenças que que causam alterações no fluxo dos vasos sanguíneos do cérebro
  • Demência mista, uma combinação de dois ou mais tipos de demência. Por exemplo, pode acontecer de uma pessoa ter Alzheimer e demência vascular ao mesmo tempo

Talvez você esteja se perguntando como identificar que precisa buscar ajuda com tantos tipos diferentes de demência, e é por isso que vamos tentar ajudá-lo!

Como identificar que precisa buscar ajuda? (7,8)

Identificar cedo possíveis sinais da demência e buscar ajuda profissional adequada é essencial para diminuir os danos resultantes.

Isso porque, ao iniciar um tratamento precoce, há mais chances de desacelerar os sintomas da doença e manter as funções mentais por mais tempo.

Nesse sentido, é possível suspeitar de um quadro de demência através de alguns dos seus sintomas mais comuns.

Esses sintomas podem variar de pessoa para pessoa, e podem incluir:

  • Perda de memória, por exemplo, esquecer o nome de um familiar próximo ou amigo
  • Confusão mental, por exemplo, perda da capacidade de se localizar no tempo ou espaço
  • Dificuldade em falar, entender e expressar pensamentos, ler e escrever
  • Problemas para administrar dinheiro de forma responsável 
  • Fazer perguntas repetidas
  • Usar palavras incomuns para se referir a objetos familiares
  • Ter dificuldade para completar as tarefas diárias normais
  • Perder o interesse em atividades ou eventos cotidianos 
  • Ter alucinações ou delírios (sintomas psicóticos)
  • Agir impulsivamente
  • Ter problemas com o movimento, como perder o equilíbrio 
  • Dificuldade em controlar suas emoções e mudança de personalidade
  • Parar de se preocupar com os sentimentos das outras pessoas

Tratamento (9)

Não há cura para a demência, mas o tratamento irá auxiliar no controle dos sintomas e por isso é essencial.

Dessa forma, ele pode ser composto por:

  • Medicamentos, que devem ser indicados por médicos e podem melhorar temporariamente a memória e o pensamento e atrasar os sintomas (mas não funcionam em todas as pessoas)
  • Terapia ocupacional (profissão da área da saúde) que ajuda a planejar maneiras de se fazer as atividades do dia a dia com mais facilidade
  • Fonoaudiologia para ajudar com as dificuldades de fala
  • Aconselhamento de saúde mental, que ajuda as pessoas com demência e suas famílias a aprender como lidar com emoções e dificuldades dessa condição de saúde
  • Psicoterapia, para auxiliar no controle da ansiedade ou outra forma de sofrimento psicológico que possa surgir com essa condição

Existe prevenção para a demência? (10)

É possível que você se pergunte se tem alguma maneira de prevenir o surgimento da demência no futuro, já que ela causa grande sofrimento em quem desenvolve a doença e em familiares e amigos.

No entanto, infelizmente, não há nenhuma maneira comprovada de se prevenir a demência.

Apesar disso, ter um estilo de vida saudável, como não fumar ou consumir álcool em excesso, são medidas que podem diminuir os riscos de se desenvolver um quadro demencial.

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Olá! Meu nome é Sandy Rodrigues, sou estudante de psicologia na Universidade Federal Fluminense (UFF) com previsão de formação para o segundo semestre de 2023. Faço parte como voluntária de um projeto de extensão que pesquisa sobre a saúde de professores, nesse projeto são realizadas entrevistas que visam entender a dinâmica de trabalho e buscar meios de melhorar a saúde desse trabalhador. Também sou bolsista de iniciação científica para desenvolvimento de aplicativos para estimulação cognitiva de idosos e crianças. Além disso, tenho diversos cursos extracurriculares na área de psicologia, como o III curso introdutório da liga acadêmica de autismo da UNIFESP e o de Neuropsicofarmacologia da LiFaC - UFF, sempre em busca de mais conhecimento a fim de me tornar uma profissional ética e comprometida. Para além da faculdade, passo meu tempo me arriscando na confecção de bolos e procurando o passatempo perfeito (séries e livros têm sido boas escolhas). Atualmente escrevo para o Vitalismo com o intuito de contribuir com a disseminação de informações seguras e acessíveis, levando maior conhecimento para as pessoas a respeito de diversos temas que atravessam a psicologia.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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