Dispepsia: Conheça as Causas e o Que Fazer Para Aliviar

A dispepsia (“indigestão”) não é exatamente uma doença (1).

É um conjunto de sintomas relacionados ao sistema digestório.

Ou seja, pode ser uma dor ou desconforto na parte superior do abdômen (barriga) (2), próxima da região onde fica o estômago.

Além disso, tem diversas causas possíveis, as quais incluem desde questões de estilo de vida até doenças do trato gastrointestinal ou mesmo causas desconhecidas.

Por ser comum, é bem possível que você já teve ou terá esse desconforto abdominal em algum momento da sua vida.

Sendo assim, a dispepsia é um sintoma presente na vida de muitas pessoas, algumas com mais frequência, outras menos.

Em muitos casos, você pode notar melhoras com algumas mudanças de hábito.

No entanto, pode haver situações que necessitem de avaliação médica.

Nesse artigo, veremos os sintomas, as causas e o que pode ser feito para aliviar a dor ou o desconforto.

Causas

A princípio, as causas comuns da dispepsia incluem:

  • Comer uma grande refeição (grandes quantidades)
  • Alimentar-se muito rápido
  • Bebidas alcóolicas
  • Excesso de café
  • Bebidas com muito gás (como os refrigerantes)
  • Alguns medicamentos, como antibióticos, remédios para dor e suplementos de ferro
  • Alimentos gordurosos

Além destas, existem as causas por doenças ou alterações do sistema digestório, por exemplo:

O estresse e a ansiedade também podem piorar o quadro, mas não são causas diretas da indigestão.

Enquanto que as causas que não envolvem evidências de uma alteração estrutural também são conhecidas como dispepsia não ulcerosa ou dispepsia funcional (3,4).

Sintomas de dispepsia

Os sintomas dessa condição (5) podem aparecer de forma isolada, ou combinados ao mesmo tempo, incluindo:

  • Saciedade precoce (sensação de estar satisfeito comendo pouco e, muitas vezes, sem ter terminado a refeição usual)
  • Desconforto abdominal principalmente depois de uma grande refeição (sensação de plenitude excessiva)
  • Regurgitação (retorno do alimento do estômago para a boca)
  • Eructação (“arrotos”) ou flatulências (“gases”)
  • Dor na parte superior do abdômen
  • Queimação no abdômen ou no peito
  • Abdômen “inchado” (distendido)

Geralmente, você mesmo pode começar com a mudança de alguns hábitos para aliviar os sintomas anteriores.

Nesse sentido, comece por mudanças na alimentação e em alguns hábitos, por exemplo:

  • Diminuir o consumo de café, chá, refrigerantes e bebidas alcóolicas
  • Evitar principalmente alimentos muito gordurosos e condimentados
  • Evitar refeições muito volumosas
  • Comer mais devagar
  • Ao se deitar para dormir, manter a altura da cabeça e dos ombros mais elevada em relação ao restante do corpo
  • Evitar comer nas 4 horas que antecedem o momento de dormir
  • Iniciar o processo de perda de peso (caso esteja acima do peso)
  • Parar de fumar (caso seja fumante)

Quando procurar por assistência médica?

Existem situações nas quais você pode precisar de ajuda médica, pois podem ser sinais de alarme de problemas mais graves (6).

Então, não deixe de consultar um médico para avaliação, se você apresentar:

  • Falta de ar ou dor no peito
  • Dor ou dificuldade ao engolir
  • Perda de peso (involuntária) ou perda de apetite
  • Presença de sangue nas fezes
  • Vômitos persistentes
  • História na família de câncer no estômago ou esôfago

Pois, com as informações da avaliação clínica, algumas hipóteses de diagnósticos vão surgir.

Em seguida, se necessário, ele poderá solicitar exames.

Por exemplo:

  • Endoscopia digestiva alta
  • Radiografia (raio-x)
  • Exames de sangue para confirmar as causas

Tratamento

Em princípio, a melhor forma de tratar costuma ser: corrigir o problema de base, ou seja, a causa da dispepsia.

De início, você mesmo pode promover melhorias com algumas mudanças na alimentação e nos hábitos.

Por outro lado, o tratamento pode ser feito com medicamentos que seu médico vai prescrever.

Por exemplo, com remédios que vão aliviar a dor ou o desconforto, reduzindo a acidez no estômago (inibidores de bomba de prótons, bloqueadores de H2).

Além disso, medicamentos que estimulam o movimento dos músculos digestivos (prócinéticos), antibióticos (para gastrite causada por bactéria) e, mais raramente, antidepressivos também podem ser usados.

Por outro lado, pode ser que parte do tratamento inclua retirar certos medicamentos, como os antiinflamatórios (AINEs).

Por fim, vimos que a dispepsia pode ou não ser um indício de algo grave e que usualmente afeta negativamente a qualidade de vida.

Sendo assim, é importante que se investigue, principalmente quando houver sinais de alarme, e se trate o quadro conforme a causa encontrada.

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Nutricionista pela Faculdade de Ciências Aplicadas - Unicamp com curso de Abordagens comportamentais no Atendimento Nutricional e pós graduação em Aperfeiçoamento de Nutrição Esportiva e Obesidade pela Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto.

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