Diverticulite: Descubra o Motivo de Suas Dores Abdominais

A diverticulite é uma inflamação que ocorre nos divertículos.

Enquanto que os divertículos são pequenas bolsas que se formam na parede do cólon (intestino grosso) em pessoas que possuem diverticulose (ou doença diverticular).

Estima-se que 20% das pessoas que possuem divertículos podem desenvolver essa inflamação (1).

Além disso, apesar de ser mais comum em idosos, existe um número crescente de casos de doença diverticular em pessoas com menos de 40 anos (2).

Neste artigo, você conhecerá o que causa a diverticulite e como se pode tratá-la.

Também aprenderá quais os seus possíveis sintomas e quando procurar por assistência médica.

O que é bom para curar diverticulite?

O tratamento mais adequado para diverticulite varia conforme o caso. Por exemplo, pode depender da gravidade dos sinais e sintomas ou da presença de outras doenças (comorbidades). Nos casos leves, somente uma dieta leve, sem alimentos sólidos pode ser a indicação. Em outros casos, o uso de antibióticos orais (por boca) ou intravenosos (pela veia) podem ser indicados (3). Cirurgias ou aplicação de tubos para drenar líquidos que se acumulam também podem ser necessários em casos mais complicados. 

O que causa a diverticulite?

Em princípio, não se conhece exatamente a causa da diverticulite. 

Acredita-se que uma série de fatores pode levar ao aumento de pressão em algumas áreas da parede do cólon (intestino grosso). 

Por exemplo, a constipação (ou “prisão de ventre”) que resulta de uma dieta pobre em fibras alimentares poderia causar uma obstrução nos divertículos pelas fezes que se acumulam.

Desse modo, uma maior tensão sobre o divertículo poderia “rasgar” parte dessa bolsa.

Além disso, bactérias presentes nas fezes poderiam se deslocar para o divertículo, dando início a uma infecção.

Fatores de risco

Há fatores que aumentam os riscos de se desenvolver diverticulite (4), por exemplo:

  • Obesidade
  • Idade avançada – pois cerca de 80% dos casos ocorrem em pessoas com mais de 85 anos de idade
  • Sedentarismo
  • Tabagismo
  • Alimentação pobre em fibras, ou seja, quando se come poucas frutas, verduras, legumes, grãos ou nozes
  • Alimentação rica em gorduras animais
  • Uso de alguns medicamentos, como os anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), os opióides e os corticosteroides

Sintomas da diverticulite

Os sinais e sintomas desta condição podem incluir, por exemplo:

  • Dor ou sensibilidade na barriga (comumente na parte inferior do lado esquerdo, mas também pode ocorrer no lado direito)
  • Constipação (“prisão de ventre”), raramente pode levar à diarreia
  • Febre
  • Calafrios
  • Náusea e/ou vômito
  • Cólicas abdominais (na região inferior do abdome)
  • Sangramento no reto (porção final do intestino)

Vale ressaltar que estes sintomas podem se assemelhar a outras doenças que afetam o sistema digestório, como a síndrome do intestino irritável, as doenças inflamatórias intestinais ou a apendicite.

Quando procurar por assistência médica?

Em caso de dores abdominais persistentes, principalmente quando estão acompanhadas de febre, constipação (“prisão de ventre”) ou diarreia, é importante procurar por atendimento médico.

Caso a diverticulite não seja tratada, existe o risco de surgirem complicações, que ocorrem em cerca de 25% das pessoas com esta condição (5).

Por exemplo, pode se formar:

  • Abscesso – quando o pus se acumula dentro das pequenas bolsas (os divertículos)
  • Fístula (uma passagem anormal) entre porções do intestino ou também entre o intestino e outros órgãos
  • Peritonite – quando a bolsa inflamada se rompe e espalha todo seu conteúdo na cavidade abdominal. É uma emergência médica
  • Bloqueio no intestino, o que pode causar cicatrizes neste órgão

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(Autor)

Discente do curso de enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais. Atuante na Atenção Básica à Saúde na cidade de Alfenas, sobretudo nas áreas de Saúde da Mulher e Cuidados Paliativos. Membro voluntário do projeto de extensão “PaliAB” pela Universidade Federal de Alfenas.Neste projeto, os extensionistas estabelecem uma relação de reciprocidade com os profissionais da Estratégia da Saúde da Família (ESF) e com os pacientes assistidos neste nível de Atenção à Saúde, sob a ótica dos Cuidados Paliativos (CP).Os participantes deste projeto contribuem para melhora na qualidade de vida dos pacientes por meio de planos de cuidados desenvolvidos juntamente com os profissionais das ESFs, para aliviar o sofrimento físico, social, espiritual e psicológico das pessoas e de sua rede de apoio sob CP.Além disso, ela atua no desenvolvimento de pesquisas para aprimorar o conhecimento sobre esta área, publica diversos trabalhos sobre a temática e disponibiliza cursos e cartilhas para os profissionais da ESF e cartilhas para população juntamente com os membros do projeto.Por fim, ela prioriza um cuidado integral, respeitoso e digno tanto às pessoas assistidas pela Atenção Básica quanto aos profissionais que atuam neste nível de assistência à saúde.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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