A Doença de Crohn junto com a Colite Ulcerativa fazem parte de um grupo de condições que recebe o nome de Doenças Intestinais Inflamatórias (DII) (1,2).
Essas doenças ocorrem devido a uma resposta exagerada do próprio sistema imune do nosso corpo.
O que gera então um processo inflamatório e, por consequência, os sintomas dessas doenças.
Neste artigo, você vai conhecer os sintomas da doença de Crohn e entender sobre o tratamento.
O que é a Doença de Crohn?
A Doença de Crohn é uma inflamação crônica (ou seja, persiste por longo tempo) do trato gastrointestinal (TGI), sendo uma doença rara no Brasil. De modo geral, indivíduos de qualquer faixa etária podem desenvolver a doença, entretanto, é mais comum em jovens adultos dos 20 aos 30 anos de idade.
Não há conclusões definitivas sobre as causas (3), no entanto, há possivelmente um fator genético envolvido.
Além disso, não parece existir a melhor forma de tratamento que funcione para todos os que possuem o problema.
O que se conhece é que a doença de Crohn pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, desde a boca até o ânus.
Mas as lesões decorrentes da inflamação atingem apenas determinadas porções, afetando umas e “pulando” outras.
Sintomas da Doença de Crohn
Os sintomas variam bastante de uma pessoa para outra e surgem, em geral, de modo gradual.
Ainda assim, há casos em que o surgimento é repentino, sem qualquer sinal que antecipe o quadro.
Além disso, pode haver períodos de remissão (quando não há sintomas), eventualmente.
Com o tempo, não é incomum que a doença avance para formas mais graves e persistentes.
No começo da doença os sinais e sintomas podem incluir:
- Diarreia
- Febre
- Dor abdominal
- Sangue nas fezes
- Dor e saída de líquidos próximo ou ao redor do ânus (por conta de fístulas, que é um canal que conecta alguma parte final do intestino com o meio externo através da pele)
- Cansaço
- Perda de peso
- Perda de apetite
- Úlceras na boca
Alguns desses sintomas podem ser confundidos com outras condições como apendicite, perfuração do intestino, câncer de intestino, intoxicação alimentar e outras.
Com a evolução da doença, esses sintomas se agravam e se tornam mais frequentes.
Além disso, outras manifestações e complicações podem surgir, como:
- Fístula perianal (4)
- Nódulos avermelhados na pele
- Inflamação das articulações
- Inflamações nos olhos
- Câncer de cólon (5)
- Obstrução intestinal
- Pedras nos rins
- Desnutrição
- Anemia (6)
Como é o tratamento?
A Doença de Crohn não possui cura, mas tem tratamento.
O tratamento tem por objetivo diminuir a frequência e a intensidade dos sintomas.
Bem como dar à pessoa condições de levar uma vida normal e produtiva.
Existem 3 abordagens diferentes para o tratamento:
Medicação
O tratamento da Doença de Crohn pode ser feito por meio de uma variedade de medicamentos, a depender do caso.
Anti-inflamatórios
Sendo esta uma doença inflamatória, o uso de anti-inflamatórios é uma das primeiras abordagens terapêuticas.
Afinal, visa diminuir os sintomas causados pela inflamação.
Imunosupressores e imunomoduladores
O processo inflamatório é resultado de uma resposta mais intensa do que o normal do sistema imune.
Por isso, o uso de imunossupressores é indicado para diminuir a resposta imune e a inflamação.
Antibióticos
Em alguns casos, a resposta inflamatória pode ser provocada pela presença de bactérias invasoras no trato gastrointestinal.
Portanto, os antibióticos são indicados para se livrar dessas bactérias nestes casos.
Dieta
A comida não é a causadora da Doença de Crohn.
Mas, em algumas pessoas, certos alimentos podem gerar uma resposta inflamatória exagerada.
Por isso, é importante se atentar para a dieta.
Por exemplo: limitar o consumo de leite e derivados, diminuir o tamanho de cada refeição, mas aumentando o número de refeições por dia, e beber bastante líquido.
Em todo caso, um nutricionista pode se envolver no tratamento para ajudar nesse processo.
Cirurgia
Por fim, apenas no caso de nenhuma das outras abordagens anteriores serem capazes de aliviar os sintomas da Doença de Crohn é que a intervenção cirúrgica é indicada.
Assim, no caso de cirurgia, o médico realiza a remoção das partes do intestino afetadas pela doença e reconecta as partes saudáveis.
Além disso, pode haver a necessidade de fechar as fístulas que se formaram.
No entanto, é importante entender que a cirurgia não é um tratamento definitivo, pois há chances de novas lesões ocorrerem posteriormente.
