Elefantíase: Quais as Suas Consequências? Existe Cura?

Você já ouviu falar de elefantíase?

Esse é o nome popular da filariose linfática, uma doença causada pela picada de um pernilongo (ou “muriçoca”).

O nome elefantíase veio de um sintoma muito comum na doença, em que surge um grave inchaço e espessamento da pele.

Esse espessamento da pele a torna semelhante a do elefante.

Por isso, o nome “elefantíase“.

Neste artigo, você vai entender o porquê ocorre a filariose linfática e quais são os seus sintomas.

Além disso, também vai conhecer o tratamento dessa doença.

O que é a elefantíase?

A elefantíase é uma doença causada pela picada do mosquito Culex (o pernilongo, ou a “muriçoca”), que está infectado pelo parasita Wuchereria bancrofti (1). É a picada do mosquito que permite ao parasita entrar nos vasos linfáticos. Com isso, há o bloqueio da circulação linfática (responsável por conduzir o líquido que sobra em diferentes partes do organismo de volta para a corrente sanguínea). Esse bloqueio, então, leva a sintomas como o inchaço nas pernas.

Em geral, os danos ao sistema linfático vão ocorrendo de forma silenciosa.

Conforme o parasita cresce dentro da pessoa infectada, os sintomas vão ficando mais graves.

Hoje em dia, esta doença está em fase de eliminação, ou seja, se tornando cada vez menos comum na população.

No Brasil, por exemplo, apenas alguns municípios da região metropolitana de Recife (BA), são áreas endêmicas (2) da doença.

Isto é, quando a sua ocorrência está confinada a apenas uma região específica.

No entanto, em outras partes do mundo, em regiões tropicais e subtropicais, milhões de pessoas ainda estão sob risco dessa infecção (3).

Sintomas da elefantíase

Em princípio, na maioria dos casos, essa condição é assintomática.

Dessa forma, a pessoa infectada pelo parasita não apresenta nenhum tipo de sintoma.

Ainda assim, ela continua sendo reservatório do parasita e suscetível às complicações da doença.

Já nas pessoas com sintomas, o que aparece de forma mais comum é o inchaço (edema), que pode ocorrer muitos anos após a infecção.

Este sintoma pode variar desde um inchaço leve até algo grave e incapacitante.

Isto é, que atrapalhe nas atividades de vida diária da pessoa.

O inchaço costuma afetar mamas (seios), pernas ou escroto (bolsa onde estão os testículos) (4), podendo causar deformidades e espessamento da pele no local afetado (5).

Além disso, existem ainda outros sintomas que acompanham o edema, como:

  • Dor no local do edema
  • Vermelhidão
  • Dor de cabeça
  • Febre
  • Calafrios
  • Mal-estar

Estes sintomas surgem devido à resposta do corpo contra o parasita.

Mas as deformidades trazidas pela elefantíase não resultam apenas em incapacidade física.

Pois também podem levar a um grande sofrimento mental devido à aparência, autoestima e preconceitos da sociedade com relação à doença.

Existe cura para elefantíase?

Sim, existe cura para a elefantíase.

Para isso, é muito importante que se busque tratamento nos primeiros sinais da doença.

Nas suas fases iniciais, é possível utilizar medicamentos que matam o parasita, eliminando-o do seu corpo.

Entretanto, em fases mais avançadas e graves, o uso desses medicamentos já não é tão eficaz.

Sendo assim, é feito uma abordagem no sentido de prevenir a piora da doença e o surgimento de infecções oportunistas (que ocorrem por conta de alguma vulnerabilidade causada pela doença de base).

Isso é feito por meio de:

Prevenção e controle da doença

Como foi dito, a elefantíase é transmitida pela picada do mosquito

Portanto, a melhor forma de se prevenir é evitar o contato com esses insetos.

Isso pode ser feito por meio do uso de:

  • Inseticidas
  • Telas de proteção em portas e janelas
  • Repelentes

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(Autor)

Como graduando do curso de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e escritor do Vitalismo tenho como propósito trazer informações sobre saúde de qualidade e baseadas em evidências científicas com uma linguagem de fácil acesso para toda a população. Ingressei no curso de Medicina em 2018 por vocação e amor ao cuidado. Agora tenho a oportunidade de levar essa minha paixão para todos leitores do Vitalismo. Além disso, sou fundador da Liga de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da UNESP e atualmente sou coordenador da Liga de Ortopedia de Botucatu.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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