O enfisema pulmonar é um tipo de alteração estrutural que está presente na Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
A DPOC é caracterizada também por apresentar uma outra alteração clínica que recebe o nome de bronquite crônica.
Além disso, é comum que pessoas com essa doença tenham obstrução do fluxo de ar durante a respiração.
Neste artigo, vamos tratar com maiores detalhes como o enfisema pulmonar provoca o bloqueio do fluxo respiratório.
O que é o enfisema pulmonar?
O enfisema pulmonar é uma condição que se caracteriza pela destruição dos alvéolos pulmonares. Os alvéolos pulmonares são sacos aéreos minúsculos que ficam na parte final das vias respiratórias, por onde ocorrem as trocas de gases oxigênio e dióxido de carbono com a corrente sanguínea. Em conjunto, os alvéolos formam parte dos pulmões. Portanto, quando estão comprometidos estruturalmente, ocorre uma obstrução para a passagem de ar (1,2).
Além disso, o enfisema também prejudica a elasticidade da estrutura dos alvéolos.
Desta forma, o pulmão não consegue se expandir adequadamente durante a inspiração e voltar ao seu tamanho original ao expirar.
Portanto, ele perde sua capacidade de retomar a sua forma a cada ciclo de respiração, fazendo com que seja mais difícil e demorada a expiração (saída de ar dos pulmões).
Quais os sintomas do enfisema pulmonar?
Os sintomas demoram anos para aparecer e, por conta disso, muitos nem sabem que possuem a doença.
Nesses casos, o primeiro sintoma que costuma aparecer é a falta de ar (3).
No começo, é leve e aparece somente durante maiores esforços, como durante uma prática de exercícios.
Mas com o passar do tempo, vai piorando e se torna presente o dia todo, inclusive em repouso.
Além desses, existem também outros sintomas possíveis:
- Cansaço
- Perda de peso
- Expectoração (eliminação de “catarro”), sendo mais típico quando há bronquite associada
- Coração acelerado (taquicardia)
Quando a doença chega em um estado grave, a pessoa desenvolve tórax “em barril”.
Nesta condição, o tórax (porção do corpo que fica entre o pescoço e o abdome) se torna alargado e arredondado.
Além disso, pessoas com esta alteração podem adotar uma postura encurvada.
Por fim, também é possível que a pessoa com enfisema fique com os lábios ou dedos roxos, um sinal de falta de oxigenação.
Causas do enfisema pulmonar
Fumar tabaco é a principal causa de enfisema pulmonar e, quanto mais a pessoa fuma, maiores são as chances dela desenvolver a doença (4).
Isso vale também para fumantes passivos, ou seja, pessoas que não fumam, mas que convivem com fumantes.
Além disso, quem mora ou trabalha em lugares com muita poluição durante anos pode ter enfisema.
A fumaça, tanto do cigarro quanto dos poluentes, causa inflamação nos pulmões e com o tempo, essa reação é o que leva à destruição dos alvéolos.
Esta doença pode matar?
Com a destruição progressiva dos alvéolos, o pulmão se torna cada vez mais incapaz de realizar as trocas gasosas e fazer a oxigenação do sangue.
Com o passar do tempo, quem tem enfisema passa a sofrer com a falta de ar, inclusive em atividades da vida diária.
Isso inclui trocar de roupa, tomar banho, cozinhar ou comer.
Vale lembrar que ela costuma aparecer em conjunto com a bronquite crônica, formando o que se chama de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) (5).
Em estágios mais avançados da DPOC, aumenta o risco de surgir complicações (6,7), como por exemplo:
- Pneumonias (infecção no pulmão)
- Hipertensão Pulmonar (pressão elevada nos pulmões) (8)
- Cor Pulmonale (falha no lado direito do coração, por conta de aumento da pressão dos pulmões) (9)
- Insuficiência Respiratória (falha na capacidade do pulmão exercer a função)
Assim, a piora da doença costuma culminar em insuficiência respiratória que é a etapa que costuma preceder ao óbito.
Tratamento
Não existe cura para o enfisema, no entanto, o seu tratamento é importante para diminuir os sintomas e impedir que a doença piore.
O primeiro passo é o abandono do tabagismo (10). Sem isso, dificilmente será possível obter sucesso no tratamento.
Além disso, pode ser feito o uso de tratamentos que incluem:
- Oxigenoterapia
- Broncodilatadores
- Corticosteroides
- Fisioterapia
Nos casos mais graves de enfisema pulmonar, é possível a realização de cirurgias para redução do volume pulmonar e até mesmo transplante dos pulmões.
Como graduando do curso de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e escritor do Vitalismo tenho como propósito trazer informações sobre saúde de qualidade e baseadas em evidências científicas com uma linguagem de fácil acesso para toda a população. Ingressei no curso de Medicina em 2018 por vocação e amor ao cuidado. Agora tenho a oportunidade de levar essa minha paixão para todos leitores do Vitalismo. Além disso, sou fundador da Liga de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da UNESP e atualmente sou coordenador da Liga de Ortopedia de Botucatu.
