Enxaqueca: Saiba os Principais Sintomas e Como Prevenir

Talvez você nunca tenha ouvido falar, mas existem vários tipos de dores de cabeça (cefaléias), sendo que a enxaqueca é uma delas.

As dores de cabeça podem fazer parte de dois grupos: cefaléias primárias (mais comum) e secundárias.

Portanto, quando falamos de cefaleias primárias (1), podemos incluir neste grupo:

  • Migrânea
  • Tensional
  • Em salvas

E aqui vai uma revelação: a cefaleia do tipo migrânea é um nome técnico para o que a maioria chama de enxaqueca, sabia disso?

Mas daqui a pouco eu volto a falar mais sobre a enxaqueca.

Pois bem, como eu disse antes, existem também as cefaleias secundárias (menos comuns).

Ou seja, elas recebem este nome pois são desencadeadas por algum outro problema de saúde existente.

Por exemplo, podem ser consequência de lesões de dentro do crânio (estrutura óssea da cabeça) como tumores benignos ou malignos, traumatismos na cabeça, doenças nos olhos ou nos dentes, sinusite ou até mesmo pressão alta e depressão.

De qualquer modo, nosso foco aqui é explicar para você sobre a enxaqueca.

Onde é a dor de enxaqueca?

Parece até redundante esta pergunta, mas a verdade é que cada tipo de dor de cabeça pode aparecer de formas diferentes e em pontos específicos.

Veja só, nos sintomas de enxaqueca (2), a dor costuma aparecer somente em um dos lados da cabeça.

Além disso, a dor costuma ser em caráter pulsátil.

Ou seja, alguns chegam a dizer que parece que está latejando.

E tem mais, às vezes sintomas como: perda de apetite, náusea, vômitos, incômodo com luz, barulho e cheiros e embaçamento visual podem vir junto com a dor.

Aliás, pode ser que antes mesmo de iniciar a migrânea, alguns tenham aquilo que chamamos de enxaqueca com aura.

Isto é, trata-se de um distúrbio transitório que pode afetar a visão e fazer a pessoa enxergar pontos brilhantes que ficam piscando ou mesmo perder por alguns momentos parte do seu campo de visão.

Pode ser também que a aura se apresente na forma de formigamento no rosto ou nas mãos, ou com alterações auditivas e nos movimentos do corpo.

Mas tem mais uma característica importante sobre a enxaqueca que é o tempo de duração.

Normalmente, cada episódio pode variar de 4 a 72 horas.

Ou seja, imagine alguém ficar com esta dor por cerca de 3 dias!

Se este for o seu caso, então você precisa ler o que tenho para dizer a seguir.

Como aliviar a dor de enxaqueca?

Primeiramente, é sempre importante conhecer bem o que está desencadeando a enxaqueca.

Para isso, vale a pena fazer um diário para anotar os horários de cada episódio como forma de facilitar a identificação dos seus gatilhos.

Em todo caso, aqui vão alguns dos gatilhos comuns (3):

  • Estresse físico ou emocional
  • Falta de sono
  • Pular Refeições
  • Desidratação
  • Alguns tipos de alimentos (chocolates, bebidas alcoólicas ou com cafeína, adoçantes de aspartame, glutamato monossódico, conservantes em alimentos)
  • Luminosidade ou barulhos intensos
  • Mudanças hormonais como na menstruação, gravidez e menopausa
  • Alguns medicamentos (com nitroglicerina ou contraceptivos orais)
  • Atividade física (pois pode agravar a dor)

Portanto, um primeiro passo é evitar os gatilhos.

Isto envolve ter uma rotina regular de refeições e de sono e manter-se hidratado.

Mas e se a dor já começou?

Neste caso, recomendo que você procure um atendimento médico para que você receba o tratamento mais adequado para o seu caso.

Evite usar medicamentos por conta própria.

É possível morrer de dor de enxaqueca?

Não.

Apesar de ser um motivo de grande incômodo, a enxaqueca por si só não é fatal.

No entanto, pode ser que uma crise de migrânea seja tão perturbadora que o sofrimento causado pode levar uma pessoa a pensar em suicídio.

Sendo assim, recomendamos que você passe por uma avaliação médica quando estiver sentindo sintomas sugestivos de migrânea, pois ele saberá o melhor tratamento e medicamento de escolha para o caso.

Além disso, pode ser que seu médico queira excluir algumas causas graves para a sua dor de cabeça.

De qualquer modo, vou listar aqui alguns sintomas ou características que podem sinalizar gravidade quando acompanharem a dor de cabeça (4, 5):

  • Febre ou indisposição
  • Perda de peso
  • Déficits neurológicos (como perda de sensibilidade ou de movimento) ou enrijecimento do pescoço
  • A dor é considerada como a pior cefaleia da vida
  • Início da dor de cabeça é súbito
  • A dor de cabeça mudou de padrão ou surgiu pela primeira vez recentemente
  • A dor piora com espirros, tosse ou esforços
  • Histórico de infecção por HIV ou câncer
  • A dor ocorre de maneira progressiva (aumento gradual e contínuo da intensidade)
  • O paciente tem mais de 50 anos de idade no primeiro episódio de dor
  • A dor ocorre após um traumatismo na cabeça
  • A dor surge depois de uso excessivo de uma medicação analgésica (contra a dor)
  • Nenhuma medicação é capaz de aliviar a dor

Quando procurar assistência médica?

Sabemos que a maior parte dos tipos de dor de cabeça (cefaleias) são benignas e são do tipo primárias: cefaleia do tipo migrânea, cefaleia de tensão (tensional), cefaleia em salvas.

Entretanto, apesar de a enxaqueca (ou migrânea) não ser um tipo de doença grave, sabemos que ela pode ser muito perturbadora e parecer muito semelhante a outras causas graves de dor de cabeça.

Sendo assim, sugerimos que não apenas busque praticar os hábitos preventivos (evitar gatilhos) mas procure conversar com seu médico sobre medicamentos que podem ser utilizados.

Por fim, caso perceba algum sinal de gravidade em potencial, não hesite em procurar um serviço de atendimento de emergência.

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(Autor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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