Febre Reumática: O Que É? Quais os Sintomas? Tem Cura?

Febre reumática é uma complicação de faringite estreptocócica, isto é, de uma infecção da garganta causada por um grupo específico de bactérias (1).

Entretanto, a complicação se manifesta apenas depois de duas a quatro semanas da infecção.

Além disso, pode afetar o coração, as articulações, o cérebro e até a pele.

A febre reumática ocorre com mais frequência entre os 5 e os 21 anos de idade, mas pode ocorrer em todas as idades.

Qual a causa da febre reumática?

A febre reumática ocorre como reação do organismo à infecção de garganta por estreptococos do grupo A, um tipo de bactéria. Essas bactérias têm proteínas parecidas com as proteínas das nossas articulações e do coração, então o organismo pode “se confundir” e atacar a si mesmo ao tentar se defender da infecção (2).

Quais são os sintomas de febre reumática?

Os sintomas dessa febre podem ser gerais como:

  • Febre
  • Dor no abdome
  • Epistaxe (sangramento pelo nariz)
  • Falta de ar

Ainda, quando há efeitos no coração, pode haver dor no peito.

No entanto, também há sintomas mais específicos:

Nas articulações

  • Dor
  • Vermelhidão
  • Inchaço
  • Temperatura mais elevada

O conjunto desses sintomas articulares pode ser chamado de artrite.

Ocorre principalmente em tornozelos, punhos, cotovelos e joelhos.

Além disso, pode “migrar”, ou seja, melhorar em uma articulação e aparecer em outra.

Na pele

  • Manchas vermelhas em forma de anel ou serpente no tronco ou nos membros (erupções cutâneas)
  • Nódulos (“caroços”) elevados

Cérebro e sistema nervoso

Pode ocorrer a coreia de Sydenham, que causa:

  • Coreia (movimentos involuntários e incontroláveis dos membros e da face)
  • Instabilidade de emoções, com crises de riso ou de choro involuntárias

Diagnóstico de febre reumática

Para diagnosticar a febre reumática, o médico vai ouvir a história do paciente e examiná-lo (3).

O exame físico inclui, principalmente, os sons do coração e o aspecto da pele e das articulações.

De acordo com o que encontrar, ele pode solicitar exame de sangue, testes para bactérias e um exame elétrico do coração, o eletrocardiograma (ECG).

Contudo, o diagnóstico se baseia principalmente nos critérios maiores e menores de Jones (4):

Critérios maiores

  • Inflamação do coração
  • Nódulos (lesão sólida elevada) na pele
  • Erupções cutâneas (vermelhidão, coroços ou bolhas)
  • Artrite em várias articulações
  • Coreia

Critérios menores

  • Dor nas articulações
  • Febre maior que 38,5 °C
  • Aumento de sinais de inflamação nos exames de sangue
  • Alteração no eletrocardiograma

Dessa forma, o diagnóstico é completo quando o paciente tem sinais de infecção por estreptococos do grupo A e cumpre:

  • Dois critérios maiores
  • Um maior e dois menores

Possíveis complicações da febre reumática

Podem haver sequelas da febre reumática, como por exemplo:

  • Meses de duração no começo e, depois, novas manifestações da coreia de Sydenham (5)
  • Insuficiência cardíaca (“coração fraco”)
  • Infecção das diferentes camadas do coração
  • Arritmia (batimentos cardíacos rápidos ou lentos demais ou irregulares)

Da mesma forma, o risco de acontecer uma nova febre reumática também fica aumentado.

Esse risco é de cerca de 50% em caso de nova faringite por estreptococos do grupo A.

Os sintomas das articulações, entretanto, devem desaparecer em até um mês sem deixar danos.

Por fim, como se trata de uma reação do próprio organismo, esse tipo de febre não tem cura, podendo acontecer mais de uma vez.

No entanto, o tratamento diminui muito o risco de reincidência e também o de complicações.

Isso acontece por meio do uso correto e supervisionado de medicamentos antibióticos e antiinflamatórios (6).

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(Autor)

Olá! Meu nome é Gabriel Braga Villa e tenho 26 anos. Sou estudante do quinto ano de Medicina na UNESP Botucatu. Batalhei bastante para entrar na faculdade, fiz quatro anos de cursinho pré-vestibular depois de me formar no colégio. Hoje amo estudar saúde e as duas coisas que mais me movem na área são: acolher quem precisa de ajuda e espalhar conhecimento para que as pessoas possam viver com mais qualidade. Além da medicina, também amo todos os tipos de esportes. Jogo basquete e pratico corrida há 10 anos -- são as atividades que mais relaxam meu corpo e minha mente. Inclusive, acredito no exercício físico, no esporte e em um estilo de vida ativo como ferramentas de promoção de saúde, uma vez que podem participar da prevenção e da cura de diversas doenças, além de poder aumentar a qualidade de vida de qualquer pessoa. Por fim, sou fiel à ciência e ao método científico e, neste projeto, meu objetivo é contribuir para a saúde e o bem-estar dos leitores do Vitalismo.

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