Fibrose Cística: A Doença do Beijo Salgado. Qual é a Causa?

Você sabia que pessoas que têm fibrose cística precisam lidar com alguns sintomas durante toda a vida?

Estes sintomas podem afetar partes diferentes do corpo como os pulmões e até órgãos reprodutores.

Por exemplo, pode levar a problemas respiratórios, com saída de muco, tosse e “peito cheio”.

Ou levar à infertilidade em homens (1) e em algumas mulheres.

Por exemplo, problemas respiratórios, muco, tosse e “peito cheio”.

Mas afinal, o que é a fibrose cística?

Nesse artigo você vai entender mais sobre essa doença e qual a sua causa.

Além disso, vai ler sobre os sintomas e o tratamento.

O que causa fibrose cística?

A fibrose cística é uma condição genética, ou seja, tem a ver com os seus genes (porção do DNA, que compõe o material genético). Nessa doença, há uma mutação no gene CFTR, que é responsável por regular a movimentação de sal para dentro e fora das células. Essa mutação faz com que a proteína produzida pelo gene tenha defeitos, gerando assim, formação de um muco espesso e mais “pegajoso” em diversos órgãos.

O que é?

A fibrose cística (FC) é uma doença genética, hereditária (transmitida por gerações) e crônica.

Ela acontece por falha nos genes herdados dos pais e dura a vida toda.

Em primeiro lugar, precisamos relembrar que os genes são responsáveis por controlar a síntese (formação) de proteínas que, de maneira geral, vão determinar suas características e como seu corpo vai funcionar.

Dessa forma, em pessoas com FC, o gene defeituoso vai afetar o funcionamento de células que produzem muco (2).

Em pessoas saudáveis, o muco é liso, fino, aquoso e serve como lubrificante.

No entanto, pessoas que têm essa doença apresentam um muco muito mais pegajoso e denso (“grosso”).

Como consequência, ao invés de lubrificar, esse muco espesso começa a entupir e obstruir os tubos e dutos de passagem dele no corpo.

Em geral, os sistemas mais afetados são o respiratório e o digestivo.

Em especial, os órgãos que mais sofrem com FC são o pulmão e o pâncreas.

Além disso, a FC também pode ser conhecida como doença do beijo salgado.

Isso porque, por conta das alterações dos níveis de sódio (sal) nas células, o suor da pessoa com fibrose cística é muito mais salgado que o de pessoas saudáveis.

Sintomas de fibrose cística

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que os sintomas dessa doença podem se manifestar de maneiras diferentes em cada pessoa (3,4).

Isso porque, em alguns casos, eles podem aparecer logo após o nascimento ou na adolescência ou na vida adulta.

Ou ainda pelo fato de poder alterar o funcionamento de diferentes partes do corpo, como as glândulas que produzem suor ou os órgãos que permitem a reprodução.

Além disso, também existem pessoas que não apresentam nenhum sintoma, mesmo possuindo a condição há vários anos.

Mas, de maneira geral, quando presentes, os sintomas comuns aparecem no sistema respiratório e digestório por conta do dano que o muco espesso faz nesses locais.

Sintomas do sistema respiratório

O muco grosso e pegajoso obstrui os tubos que transportam ar para dentro e para fora dos pulmões e, por isso, os sintomas que podem aparecer incluem:

  • Tosse crônica persistente
  • Grande quantidade de escasso (muco) muito espesso
  • Chiados e roncos no pulmão (“peito cheio”)
  • Dificuldade para respirar
  • Infecções pulmonares frequentes
  • Falta de ar ao fazer atividades físicas

Sintomas do sistema digestório

Nesses órgãos, o muco bloqueia os tubos que transportam enzimas (proteínas) digestivas do pâncreas ao intestino.

Essas enzimas são muito importantes porque garantem a absorção dos nutrientes dos alimentos que se ingere.

Por isso, os sintomas frequentes são, por exemplo:

Fibrose cística tem cura?

A FC não tem cura. No entanto, o tratamento pode ajudar a aliviar e retardar os sintomas.

Esse tratamento leva em conta a idade do doente e também o grau de evolução da doença (intensidade dos sintomas).

Como a fibrose cística pode prejudicar diversos órgãos, é necessário que vários profissionais especialistas estejam presentes para este cuidado.

Por exemplo: pneumologista, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos e gastroenterologistas.

De maneira geral, o cuidado para pessoas com FC (5) pode envolver:

  • Medicamentos: antibióticos para prevenir infecções, medicações para tentar deixar o muco menos espesso
  • Terapia para insuficiência pancreática: reposição das enzimas pancreáticas
  • Suplementação alimentar: alimentação, em geral, com bastante calorias para garantir a ingestão e absorção dos nutrientes necessários e prevenir a desnutrição

Por fim, em casos graves da doença, pode ser necessário suplementação de oxigênio através do cilindro de oxigênio.

Além disso, o transplante de pulmão também é uma opção para os casos severos quando, mesmo com os tratamentos, há o avanço da doença e danos irreversíveis ao órgão.

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Graduanda em enfermagem pela Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB - UNESP). Entrei na faculdade movida pela paixão e vocação de cuidar e ajudar as pessoas.Aqui no Vitalismo, tive oportunidade de alcançar e ajudar muitas pessoas além de meus pacientes.Desde o início da faculdade, minha área de interesse e vocação é a saúde da mulher (ginecologia e obstetrícia). Por isso, sempre estive envolvida em projetos de iniciação científica e de extensão que abordassem essa temática.Já fui presidente da liga de ginecologia da UNESP, organizei eventos e simpósios sobre o tema.Atualmente sou coordenadora do projeto Papo de Parto, em parceria com a UNESP e PROEX. Além disso, se você estiver em algum evento de ginecologia e obstetrícia, pode me procurar pois estarei lá!

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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