Hanseníase: Como Identificar as Manchas? Tem tratamento?

Já tinha ouvido falar da hanseníase?

Pode ser também que você a conheça por outro nome: lepra.

É uma doença antiga, supostamente descrita em períodos históricos tão distantes quanto a antiguidade (1).

Hoje em dia, apesar de rara, ela ainda existe e é conhecida por causar manchas na pele.

No Brasil, por exemplo, no ano de 2019 houve 27.864 casos novos de hanseníase (2).

Enquanto isso, outros países também com número relevante de casos incluem: Índia e Indonésia (3).

Nesse artigo você vai aprender sobre os sintomas dessa doença e o seu modo de transmissão.

Além disso, verá qual a forma de tratamento.

Como saber se a mancha é Hanseníase?

As manchas podem aparecer em qualquer parte do corpo. Além disso, a coloração pode ser avermelhada, esbranquiçada ou marrom. O diferencial da mancha da hanseníase é a perda da sensibilidade local. Ou seja, você deixa de sentir alterações de temperatura (frio ou calor), toque ou dor no local da mancha.

O que é hanseníase?

Também conhecida como lepra, é uma infecção crônica causada por uma bactéria (Mycobacterium leprae) (4).

Ela pode afetar principalmente a pele e os nervos periféricos.

Além disso, outras partes do corpo como os olhos (5), nariz, mãos, pés, rins e testículos também podem ser prejudicados.

Embora ela não seja altamente contagiosa e tenha um tratamento eficaz, é uma doença com estigma social (6).

Isso porque apenas alguns anos atrás (década de 1940), ainda não se conhecia a cura para essa doença.

Por isso, as pessoas com sintomas graves podiam ficar com a aparência desfigurada e, por conta disso, sofrer com o isolamento e a rejeição social.

Transmissão da hanseníase

Em geral, acredita-se que a infecção se dá por meio de gotículas e secreções nasais.

No entanto, esse contato com a pessoa infectada deve ser íntimo e de longo prazo.

Ou seja, o contato casual (tocar na pessoa infectada) parece não espalhar a doença.

Além disso, a maioria das pessoas que entram em contato com a bactéria, não desenvolve hanseníase.

Isso porque cerca de 95% das pessoas com sistema imunológico saudável são capazes de eliminar essa bactéria de forma natural.

Por isso, acredita-se que quem desenvolve a doença tenha uma predisposição genética que ainda não conhecemos por completo.

Quais são os sintomas de hanseníase?

  • Manchas pelo corpo com alteração na sensibilidade ao calor, à dor ou ao toque
  • Coceira nos olhos
  • Diminuição da força muscular
  • Dificuldade para pegar e segurar objetos
  • Feridas difíceis de cicatrizar nas mãos e nos pés
  • Pele muito ressecada e com queda de pelos
  • Dormência nos braços e pernas

Além desses sintomas, a hanseníase sem tratamento pode causar outros problemas de saúde.

Complicações

  • Incapacidade de sentir dor
  • Deformidades anatômicas
  • Nódulos (“caroços”) no rosto
  • Deformação facial
  • Úlceras nos pés  e infecção secundária no local
  • Sangramento nasal
  • Glaucoma (um tipo de doença no olho), alterações na córnea e cegueira

Quando procurar um médico?

Você pode buscar ajuda se perceber qualquer mancha no seu corpo que seja de origem desconhecida.

Além disso, lembre-se que as manchas causadas pela hanseníase apresentam diminuição da sensibilidade.

O diagnóstico precoce é importante, pois o tratamento apenas interrompe o avanço da doença.

Porém, não reverte nenhuma deformidade ou danos que já foram causados nos nervos.

Tem cura?

Sim. Hanseníase tem cura e o tratamento é feito através de medicamentos antibióticos (7).

Esses antibióticos curam a doença (eliminando as bactérias), freiam a transmissão e evitam as complicações mais graves.

Porém, para ser efetivo, esse tratamento pode durar de 6 meses até 1 ano.

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Graduanda em enfermagem pela Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB - UNESP). Entrei na faculdade movida pela paixão e vocação de cuidar e ajudar as pessoas.Aqui no Vitalismo, tive oportunidade de alcançar e ajudar muitas pessoas além de meus pacientes.Desde o início da faculdade, minha área de interesse e vocação é a saúde da mulher (ginecologia e obstetrícia). Por isso, sempre estive envolvida em projetos de iniciação científica e de extensão que abordassem essa temática.Já fui presidente da liga de ginecologia da UNESP, organizei eventos e simpósios sobre o tema.Atualmente sou coordenadora do projeto Papo de Parto, em parceria com a UNESP e PROEX. Além disso, se você estiver em algum evento de ginecologia e obstetrícia, pode me procurar pois estarei lá!

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