HPV Feminino: O que é? O que Causa? Veja como se Proteger

É provável que você já tenha ouvido falar do HPV (1).

Afinal, estima-se que 80% da população sexualmente ativa entre em contato com o vírus uma vez na vida.

Também é considerada a infecção sexualmente transmissível mais comum (2).

E você sabe o que a sigla HPV significa?

Nesse artigo, você entenderá o que é, quais são os sintomas e qual o meio de transmissão dessa doença na população feminina.

Além disso, entenderá as complicações dela para a mulher e qual o seu tratamento.

Quais os sintomas de HPV?

  • Coceira na região genital
  • Verrugas no rosto e boca
  • Verrugas genitais (vulva, parede vaginal e região anal)
  • Câncer de colo de útero (uma possível complicação grave, caso a infecção não seja devidamente tratada) (3)

A diversidade dos vírus do HPV é grande, além de serem capazes de causar lesões em locais diferentes do corpo (4).

Por isso, os sintomas são variados.

Por exemplo, a infecção pode ser desde assintomática (em geral causada pelos tipos de vírus 6 e 11) até relacionada ao câncer (normalmente relacionados com os tipos 16 e 18).

Além disso, muitas mulheres que possuem HPV podem ficar anos sem qualquer sintoma.

No entanto, para manifestação de sintomas mais graves, deve haver um tempo prolongado de infecção com tipos específicos do vírus.

O que é HPV?

É a sigla em inglês para papilomavírus humano, que corresponde a um grupo de mais de 200 vírus parecidos entre si.

Dentre essas variações, cerca de 40 deles são transmitidos através de contato sexual pele a pele ou pele-mucosa.

Lembrando que a mucosa é a camada que reveste a face interna de várias partes do corpo, como o canal vaginal ou a glande (“cabeça” do pênis).

Sendo assim, todos os tipos de relação sexual (vaginal, anal, oral) com ou sem penetração, são suscetíveis à infecção.

Além do tipo de transmissão pela relação sexual, a infecção também pode acontecer por meio do contato com a verruga do HPV.

Isso porque as verrugas decorrentes desta infecção também possuem o vírus.

Sendo assim, se você está grávida e com verrugas vaginais causadas pela infecção, o seu bebê também corre risco de se infectar.

Agora que você sabe o que é o papilomavírus humano, veja os fatores de risco que aumentam a chance de infecção.

Fatores de risco

  • Número de parceiros sexuais – quanto mais parceiros tiver, maior a chance de entrar em contato com o vírus
  • Sistema imune enfraquecido – pode fazer você mais suscetível aos sintomas
  • Pele machucada – áreas feridas ou com cortes são mais propensas ao aparecimento de verrugas

Já que vimos os fatores de risco, vamos falar sobre o que você pode fazer para se proteger.

Prevenção

  • Uso correto do preservativo durante toda a relação sexual
  • Manter relação monogâmica e checagem de exames periódicas do casal
  • Reduzir o número de parceiros sexuais

Porém, devido a carga viral também presente nas verrugas e suas possíveis localidades, o preservativo pode não proteger totalmente da infecção.

Por isso, a ajuda da vacina como aliada na prevenção (5) também é importante.

Vacinação

Atualmente, existe uma vacina (6) que pode prevenir a infecção por certos tipos de papilomavírus humano de forma eficaz.

Essa vacina protege contra 2 tipos do vírus (tipo 6 e 11) que causam 90% das verrugas genitais.

Além disso, também protege contra os tipos que estão relacionados com a maioria dos cânceres cervicais.

A vacina está disponível para homens e mulheres até 45 anos.

Porém, a aplicação ideal é em meninos e meninas antes de iniciarem a vida sexual (dos 9 aos 12 anos).

Isso porque a vacina tende a ter uma melhor resposta quando aplicada em idades menores.

Além disso, é melhor que isso ocorra também antes do início da vida sexual.

Pois, uma vez que haja contato com o vírus, a vacina passa a se tornar menos eficaz ou até mesmo não funcionar para prevenção.

Ainda assim, mesmo com a existência de medidas preventivas, o HPV continua sendo uma infecção extremamente recorrente.

Diagnóstico do HPV

Em geral, o diagnóstico é clínico: o médico identifica a infecção observando as verrugas visíveis.

Porém, uma biópsia (retirada de porção pequena de áreas para análise) pode dar certeza ao diagnóstico, se necessário.

No entanto, para mulheres, ele também pode ser identificado por alguns exames:

  • Rastreio de câncer de colo do útero (através do Papanicolau) (7,8,9,10)
  • Teste de DNA de HPV (para detectar material genético de HPV na amostra de células) (11)
  • Aplicação de solução ácida sobre o colo do útero (ocorre mudança de cor quando há presença de infecção por HPV nas células)

No caso do Papanicolau, uma amostra de células é recolhida do colo do útero (no final do canal vaginal).

Por fim, se confirmado o diagnóstico, se iniciará o seu tratamento.

Tratamento

Por se tratar de uma infecção viral, não existe um medicamento que vai matar o vírus.

Em geral, o corpo consegue eliminar o vírus de forma natural do organismo (12).

Por isso, o tratamento de HPV (13) tem foco nas verrugas e nos desconfortos que elas podem causar.

Sendo assim, algumas medidas podem ser tomadas:

  • Tratamento tópico (com cremes e pomadas) nas regiões acometidas por verrugas
  • Remoção cirúrgica
  • Remoção a laser

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Graduanda em enfermagem pela Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB - UNESP). Entrei na faculdade movida pela paixão e vocação de cuidar e ajudar as pessoas.Aqui no Vitalismo, tive oportunidade de alcançar e ajudar muitas pessoas além de meus pacientes.Desde o início da faculdade, minha área de interesse e vocação é a saúde da mulher (ginecologia e obstetrícia). Por isso, sempre estive envolvida em projetos de iniciação científica e de extensão que abordassem essa temática.Já fui presidente da liga de ginecologia da UNESP, organizei eventos e simpósios sobre o tema.Atualmente sou coordenadora do projeto Papo de Parto, em parceria com a UNESP e PROEX. Além disso, se você estiver em algum evento de ginecologia e obstetrícia, pode me procurar pois estarei lá!

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