Icterícia Neonatal: Recém-Nascidos Amarelos. É Normal?

Você já ouviu falar que os bebês quando nascem são amarelos? Esse fenômeno se chama icterícia neonatal.

Aliás, esse é um fenômeno que acontece de forma natural.

Mas afinal, o que é a icterícia neonatal?

Nesse artigo você vai entender o que é esse fenômeno e porque ele acontece.

Além disso, vai aprender a identificar quando essa condição se torna perigosa.

Quanto tempo dura a icterícia neonatal?

Em bebês saudáveis, a icterícia neonatal começa, em geral, no segundo dia de vida e pode durar até duas semanas. O seu pico ocorre entre o quarto e quinto dia de vida. No entanto, esse padrão pode ser diferente em bebês prematuros.

O que é icterícia neonatal?

Também conhecida como “amarelão em bebê”, a icterícia neonatal é um fenômeno comum nos recém-nascidos.

Trata-se de uma coloração amarelada na pele e, em 75% dos casos em bebês, é fisiológica, ou seja, normal do organismo.

De modo geral, em bebês saudáveis, esse fenômeno é leve e dura poucos dias.

No entanto, em alguns casos a icterícia pode ser grave (coloração muito mais amarelada) e pode durar mais tempo.

Nesses casos, essa condição torna-se patológica, ou seja, pode apresentar riscos para o bebê.

Causas da icterícia neonatal

Primeiramente, a cor amarelada surge graças a presença de uma substância chamada bilirrubina, a qual está presente no organismo do recém-nascido.

Essa bilirrubina é uma substância amarelada encontrada na bile, e que vai para os vasos sanguíneos até ser eliminada pela urina.

Nos recém-nascidos, os níveis dessa substância são altos, causando a coloração característica.

Como vimos antes, esse aumento de bilirrubina é um fenômeno normal no recém-nascido.

Porém, quando a quantidade dessa substância está ainda mais elevada do que os padrões considerados normais, trata-se de um quadro patológico de icterícia.

Esse tipo de icterícia pode ocorrer nas primeiras 24 horas de vida e apresenta riscos ao bebê.

Em princípio, as causas da icterícia patológica podem ser:

  • Incompatibilidade sistema ABO (sanguíneo) mãe e bebê
  • Defeitos na membrana dos glóbulos vermelhos do sangue
  • Céfalo-hematoma (lesão que pode ocorrer durante o parto que resultam em hemorragias)
  • Deficiências enzimáticas

Por fim, vale lembrar que além dos tipos de icterícia em recém-nascido normal (fisiológica) e icterícia prejudicial (patológica), também existe a icterícia do leite materno.

Icterícia do leite materno

Esse tipo de icterícia ocorre quando há falha na amamentação do bebê.

De modo semelhante às outras, pode ocorrer na primeira semana de vida do bebê.

Como vimos anteriormente, o organismo elimina bilirrubina através das fezes e urina.

Assim sendo, na icterícia do leite materno, os níveis dessa substância aumentam no organismo do recém-nascido por conta da atividade intestinal diminuída.

E afinal, por que a atividade intestinal se altera?

Em geral, essa atividade intestinal diminui devido a amamentação ineficaz, ou seja, o bebê não consegue ou mama muito pouco.

Tratamento

Geralmente, os sintomas da icterícia neonatal patológica somem com facilidade após o tratamento.

Para melhorar esse quadro, pode-se tomar algumas medidas.

Elas incluem:

  • Fototerapia
  • Uso da imunoglobulina IV (anticorpo de origem humana)
  • Transfusão sanguínea (quando o sangue o bebê é substituído pelo sangue de um doador compatível)

Na fototerapia, o bebê é exposto a uma luz azul especial.

Isso porque essa luz, ao ser absorvida pela bilirrubina, ajuda na excreção da substância pelo organismo do bebê.

Já no tratamento em que se utiliza a imunoglobulina, uma dose de anticorpos é dada ao bebê pela veia (punção venosa).

Por fim, indica-se a transfusão sanguínea quando os outros tratamentos não são eficazes.

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Graduanda em enfermagem pela Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB - UNESP). Entrei na faculdade movida pela paixão e vocação de cuidar e ajudar as pessoas.Aqui no Vitalismo, tive oportunidade de alcançar e ajudar muitas pessoas além de meus pacientes.Desde o início da faculdade, minha área de interesse e vocação é a saúde da mulher (ginecologia e obstetrícia). Por isso, sempre estive envolvida em projetos de iniciação científica e de extensão que abordassem essa temática.Já fui presidente da liga de ginecologia da UNESP, organizei eventos e simpósios sobre o tema.Atualmente sou coordenadora do projeto Papo de Parto, em parceria com a UNESP e PROEX. Além disso, se você estiver em algum evento de ginecologia e obstetrícia, pode me procurar pois estarei lá!

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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