Infecção Urinária: Essa Pode Ser a Causa da Dor ao Urinar

A infecção urinária pode ocorrer em partes diferentes do trato urinário (1).

Ou seja, ela ocorre no sistema responsável por eliminar grande parte dos líquidos do corpo.

Esse sistema é composto por órgãos como rins, ureteres (canais que saem dos rins e conduzem a urina até a bexiga), bexiga e uretra (canal que conduz a urina da bexiga até o meio externo do organismo).

Por isso, o local onde ocorre a infecção vai determinar o subtipo dela.

Além disso, a infecção urinária é cerca de 50 vezes mais frequente em mulheres do que em homens adultos.

Mas isso não significa que ela não ocorra neles.

Simplesmente, é menos comum nos homens, principalmente por conta das diferenças anatômicas dos órgãos genitais.

Além disso, esse é o segundo tipo de infecção mais comum que ocorre no corpo humano.

Logo, fica claro como é importante conhecer melhor sobre essa doença e as suas causas.

O que causa a infecção urinária?

Em geral, a infecção urinária ocorre devido à ação de bactérias, sendo a Escherichia coli o mais comum. Elas são seres microscópicos que podem habitar em harmonia com algumas partes do corpo, mas quando invadem a uretra (um canal que conduz a urina da bexiga para fora do corpo) ou outras partes do trato urinário, elas podem provocar a infecção, que é uma doença.

De forma natural, essas bactérias costumam “povoar” o intestino e, por isso, saem pelas fezes.

Sendo assim, no momento da higiene, após a evacuação, essas bactérias podem se espalhar para a uretra.

As mulheres têm esse canal mais curto do que o dos homens e, como resultado, elas podem ter essa infecção com mais frequência.

Também é mais frequente a infecção urinária na gravidez (2), porque os hormônios atuam sobre o corpo e deixam a mulher mais suscetível.

Além disso, têm outros fatores de risco que aumentam as chances dessas bactérias causarem infecções.

Alguns exemplos desses fatores são (3):

  • Beber pouco líquido
  • Diabetes ou outras doenças que desregulam o sistema imune
  • Ter relação sexual
  • Uso de diafragma e outros contraceptivos
  • Não manter a região genital limpa e seca
  • Uso de cateteres urinários, ou seja, uso de um tubo que vai até a bexiga para drenar a urina do corpo (em pacientes hospitalizados ou com problemas neurológicos)
  • Gravidez
  • Menopausa
  • Uso de antibióticos
  • Litíase urinária (“pedra no rim”)
  • Problemas na estrutura ou na função (4) de parte de algum órgão do trato urinário que podem ser inatos (o indivíduo nasce com a alteração)

Tipos de infecção de urina

  • Uretrite: ocorre na uretra, canal que transporta a urina da bexiga para fora do corpo (5)
  • Cistite: quando a infecção atinge a bexiga urinária (6)
  • Pielonefrite: a infecção afeta o rim (um ou ambos)

Sintomas da infecção urinária

Nem todos os casos apresentam sintomas. Mas quando alguns aparecem, eles podem incluir:

  • Disúria (dor ou sensação de queimação ao urinar)
  • Hematúria (presença de sangue na urina)
  • Febre e calafrios
  • Urina que cheira mal com aspecto turvo (“nublado”) ou avermelhado (presença de sangue)
  • Necessidade de urinar com mais urgência e frequência que o normal
  • Dor na parte inferior da barriga e/ou nas costas, logo abaixo das costelas

Alguns sinais e sintomas da infecção urinária podem aparecer isoladamente.

Portanto, é importante procurar ajuda de um profissional da saúde quando apresentar algum dos sintomas.

Dessa forma, será possível descobrir em qual parte do sistema urinário a infecção está ocorrendo.

E, em seguida, receber o tratamento mais adequado.

Diagnóstico

Muitos casos são presumidos a partir da história clínica, ou seja, por meio dos sintomas que o paciente relata (7).

Ainda assim, há exames adicionais que podem ser solicitados a depender da situação.

Sendo assim, o diagnóstico pode ser confirmado com a ajuda de dois exames.

  • Exame de urina
  • Urocultura

Em geral, esses exames são coletados no primeiro jato de urina do dia.

Já em crianças, podem utilizadas técnicas diferentes para a coleta (8).

Estes exames não mostram o local em que está ocorrendo a infecção.

Mas, a partir deles, é possível detectar o problema e já iniciar o tratamento.

Tratamento

Em geral, o tratamento mais comum é baseado no uso de antibióticos.

Embora este tipo de medicamento nem sempre seja indicado, pois seu uso indiscriminado pode levar à resistência bacteriana (9).

Além disso, pode ser feito o uso de analgésicos para aliviar os sintomas de dores ou desconfortos.

Mas o tratamento pode variar de acordo com o tipo e a gravidade da infecção.

Para isso, os médicos passarão a melhor forma de se cuidar, após avaliação.

De qualquer forma, o melhor tratamento é sempre a prevenção.

Portanto, conheça seis atitudes que podem te ajudar a evitar uma infecção de urina.

Prevenção

  • Beber bastante líquido
  • Urinar o mais rápido possível, após a relação sexual
  • Lavar a pele ao redor da vagina com água antes e depois da relação sexual
  • Manter a região genital limpa e seca
  • Evitar produtos femininos potencialmente irritantes como desodorantes íntimos em spray
  • Limpar a região, após urinar ou evacuar, de frente para trás, para evitar que bactérias da região anal se espalhem até a região vaginal

Por fim, caso você esteja com suspeita de infecção urinária como causa de desconforto para urinar, não deixe de procurar por tratamento para resolver este problema.

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(Autor)

Discente do curso de enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais. Atuante na Atenção Básica à Saúde na cidade de Alfenas, sobretudo nas áreas de Saúde da Mulher e Cuidados Paliativos. Membro voluntário do projeto de extensão “PaliAB” pela Universidade Federal de Alfenas.Neste projeto, os extensionistas estabelecem uma relação de reciprocidade com os profissionais da Estratégia da Saúde da Família (ESF) e com os pacientes assistidos neste nível de Atenção à Saúde, sob a ótica dos Cuidados Paliativos (CP).Os participantes deste projeto contribuem para melhora na qualidade de vida dos pacientes por meio de planos de cuidados desenvolvidos juntamente com os profissionais das ESFs, para aliviar o sofrimento físico, social, espiritual e psicológico das pessoas e de sua rede de apoio sob CP.Além disso, ela atua no desenvolvimento de pesquisas para aprimorar o conhecimento sobre esta área, publica diversos trabalhos sobre a temática e disponibiliza cursos e cartilhas para os profissionais da ESF e cartilhas para população juntamente com os membros do projeto.Por fim, ela prioriza um cuidado integral, respeitoso e digno tanto às pessoas assistidas pela Atenção Básica quanto aos profissionais que atuam neste nível de assistência à saúde.

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