Intolerância À Lactose: O Que Ela Causa e Como Se Alimentar

Hoje vamos falar sobre a intolerância à lactose, uma queixa muito comum na população.

As intolerâncias alimentares são problemas com a digestão e absorção de nutrientes.

Às vezes, são confundidas com alergias, que são diferentes porque são reações do sistema imune.

Por isso, não é correto dizer que se tem “alergia à lactose”, já que a lactose é um carboidrato (açúcar) e não há alergias a carboidratos.

Intolerância à lactose nada mais é do que má digestão e má absorção de uma quantidade de lactose, o carboidrato do leite.

Ela se deve à baixa produção da enzima (uma proteína) lactase, que ajuda o corpo na digestão e absorção da lactose.

Mas a quantidade que causa sintomas pode ser maior ou menor para cada pessoa e para cada tipo de intolerância.

Por exemplo: caucasianos (brancos) mantêm sua tolerância à lactose em até 90% na vida adulta.

Por outro lado, negros, hispânicos e orientais podem ter só 10% de tolerância já aos 5 anos de idade.

Além disso, existem tipos de intolerância transitória (causada por cirurgias e infecções), pode ser parcial (quando uma certa quantidade de lactose ainda é tolerada) ou pode ser total, devido à falta de produção da enzima lactase desde o nascimento.

O que a intolerância à lactose pode causar?

Em geral, ela não oferece grandes riscos, mas pode causar desconforto.

Assim, são estes os sintomas de intolerância à lactose mais comuns (1,2):

  • Dor abdominal
  • Diarreia
  • Flatulência (gases)
  • Inchaço do abdome
  • Borborigmos (sons intestinais)

No entanto, se a diarreia for prolongada, apresenta mais riscos para bebês e crianças.

Entre eles, estão: desidratação (falta de água), desnutrição (falta de nutrientes) e até diminuição do crescimento.

Às vezes, pode ser preciso substituir o leite não humano por fórmulas infantis sem lactose ou à base de soja.

Por isso, sempre consulte um médico antes de fazer alterações nas dietas; isso pode causar carência de vitaminas e minerais, especialmente em crianças.

O que não comer no caso dessa intolerância?

Para quem tem um diagnóstico certo, é melhor evitar excesso de leite e derivados.

Então, veja uma lista de alimentos que contêm lactose:

  • Leite (de vaca, de cabra, de ovelha)
  • Queijos
  • Manteiga
  • Sorvetes
  • Leite condensado
  • Doce de leite
  • Creme de leite
  • Iogurtes e outros

Contudo, a quantidade ingerida com segurança varia. Ela depende:

  • Da tolerância de cada pessoa
  • Do teor de lactose no alimento (queijos possuem menos lactose que leite, por exemplo)
  • Da quantidade de alimento ingerida
  • Da divisão das refeições (é melhor comer os lácteos em mais ocasiões ao longo do dia)

Em geral, as pessoas com intolerância ainda digerem de 12 a 18 g de lactose, o que equivale a um copo e meio de leite.

Intolerância à lactose tem tratamento?

Não há forma de reverter a condição. Este tipo de intolerância parcial, que acomete mais de 70% da população, não é uma doença, e sim uma característica do indivíduo.

Por isso, a intolerância à lactose não tem tratamento “curativo” e o manejo deve acontecer com a redução do consumo de leite e afins.

Entretanto, há outras estratégias (3,4) que ajudam no manejo:

  • Alimentos pré-digeridos com lactase (enzima que digere a lactose)
  • Cápsula de lactase antes das refeições com laticínios
  • Suplementos de probióticos

Por fim, apesar de ser certo dizer que a intolerância à lactose não tem tratamento, é, sim, possível adaptar o estilo de vida para viver com saúde.

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(Autor)

Olá! Meu nome é Gabriel Braga Villa e tenho 26 anos. Sou estudante do quinto ano de Medicina na UNESP Botucatu. Batalhei bastante para entrar na faculdade, fiz quatro anos de cursinho pré-vestibular depois de me formar no colégio. Hoje amo estudar saúde e as duas coisas que mais me movem na área são: acolher quem precisa de ajuda e espalhar conhecimento para que as pessoas possam viver com mais qualidade. Além da medicina, também amo todos os tipos de esportes. Jogo basquete e pratico corrida há 10 anos -- são as atividades que mais relaxam meu corpo e minha mente. Inclusive, acredito no exercício físico, no esporte e em um estilo de vida ativo como ferramentas de promoção de saúde, uma vez que podem participar da prevenção e da cura de diversas doenças, além de poder aumentar a qualidade de vida de qualquer pessoa. Por fim, sou fiel à ciência e ao método científico e, neste projeto, meu objetivo é contribuir para a saúde e o bem-estar dos leitores do Vitalismo.

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