Laqueadura: Como é Feita? Quem Pode Fazer? É Reversível?

Você já deve ter ouvido falar em laqueadura, não é mesmo?

Afinal, ela é uma opção de esterilização permanente que previne a gravidez.

Mas você sabe como funciona esse procedimento?

Nesse artigo você vai entender como é feita a laqueadura e como ela previne a gravidez.

Além disso, vai ver se é reversível, quais são as indicações e a eficácia como método contraceptivo.

Como é feita a cirurgia?

A laqueadura é um procedimento cirúrgico (1) e tem como foco as trompas de Falópio, também conhecidas como tubas uterinas. Em geral, a técnica cirúrgica é a laparotomia (técnica que faz incisões ou cortes na parede do abdome para acessar a parte de dentro) e consiste no corte, amarração ou selagem dessas trompas. No caso da selagem, pode-se usar anéis ou clipes de aço.

Agora, para entender como esse procedimento previne a gravidez, vamos entender como as trompas participam desse processo.

Como a laqueadura evita gravidez

A princípio, é importante conhecer as principais estruturas femininas presentes no processo de gravidez:

  • Ovários (glândulas que armazenam e secretam os hormônios femininos e células de reprodução – óvulos)
  • Tubas uterinas (ductos ou “tubos” que conectam os ovários ao útero)
  • Útero (órgão responsável por acomodar o bebê na gestação)

Dito isso, o processo de fecundação ocorre quando o espermatozoide encontra o óvulo.

Em geral, esse encontro se dá nas tubas uterinas.

Nesse sentido, após o corte ou a obstrução dessas tubas, rompe-se o caminho entre ovários e útero.

Por isso, os espermatozoides não conseguem chegar ao óvulo.

Ao mesmo tempo, o óvulo não consegue chegar ao útero.

Apesar dessas mudanças, o procedimento não afeta o seu ciclo menstrual.

Por fim, é importante dizer que é um procedimento simples, que leva cerca de 30 minutos.

Laqueadura e vasectomia

Assim como a laqueadura, existe um procedimento semelhante para os homens: a vasectomia (2).

Já nessa cirurgia, o médico corta os canais deferentes, que são ductos que conduzem os espermatozoides até o pênis.

Então, agora que você já conhece o procedimento, será que todo mundo pode fazer?

Indicações para o procedimento

De acordo com a Lei Brasileira (3), as mulheres que podem ser submetidas ao procedimento são:

  • Mulheres com 25 anos ou mais
  • Mulheres que possuem 2 ou mais filhos vivos

Mesmo que você se encaixe nos requisitos para esse procedimento, antes de tomar essa importante decisão, você deve avaliar algumas possibilidades:

  • Você deseja ter mais filhos no futuro?
  • O que você faria se algo acontecesse ao seu cônjuge?
  • Se casaria de novo? Gostaria de ter filhos deste outro casamento?
  • O que você faria se algo acontecesse com um de seus filhos?

Essas questões são importantes antes de se submeter ao procedimento de esterilização.

Laqueadura é reversível?

Eventualmente, ela pode ser reversível (4).

Porém, para isso, é necessário um procedimento cirúrgico de complexidade maior.

Além disso, as chances desse procedimento de reversão falhar são grandes.

Por isso, mesmo que haja alguma possibilidade de reversão, deve-se assumir que é um procedimento permanente.

Se você optou pela laqueadura, deve saber sobre sua efetividade:

Eficácia

O procedimento é extremamente eficaz para prevenção da gravidez.

No entanto, nenhum método anticoncepcional é 100% eficaz.

Nesse caso, menos de 1 uma mulher a cada 100 poderá engravidar no primeiro ano após a cirurgia.

Além disso, quanto mais jovem você for quando realizar a laqueadura, maiores são as chances de engravidar (5).

Vale mencionar que um benefício potencial desse procedimento é a redução do risco de câncer de ovário (6,7).

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Graduanda em enfermagem pela Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB - UNESP). Entrei na faculdade movida pela paixão e vocação de cuidar e ajudar as pessoas.Aqui no Vitalismo, tive oportunidade de alcançar e ajudar muitas pessoas além de meus pacientes.Desde o início da faculdade, minha área de interesse e vocação é a saúde da mulher (ginecologia e obstetrícia). Por isso, sempre estive envolvida em projetos de iniciação científica e de extensão que abordassem essa temática.Já fui presidente da liga de ginecologia da UNESP, organizei eventos e simpósios sobre o tema.Atualmente sou coordenadora do projeto Papo de Parto, em parceria com a UNESP e PROEX. Além disso, se você estiver em algum evento de ginecologia e obstetrícia, pode me procurar pois estarei lá!

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