O Que é Violência Psicológica? Como Ela Afeta as Mulheres?

Você sabe o que é violência psicológica contra a mulher?

De acordo com a Lei Maria da Penha, a violência praticada contra a mulher pode ocorrer de cinco formas diferentes, ela pode ser: física, moral, sexual, patrimonial ou psicológica.

Além disso, cerca de 50% das mulheres brasileiras sofrem algum tipo de agressão realizada por seu parceiro íntimo (1).

Nesse contexto, a violência psicológica é um dos tipos de agressão contra a mulher mais difícil de ser identificado, sendo muitas vezes invisível para os outros por não deixar marcas físicas.

No entanto, ela também é um crime grave que afeta de inúmeras formas a vida da mulher e causa grande sofrimento.

Neste artigo você poderá descobrir o que é violência psicológica e como ela afeta as mulheres.

O que é violência psicológica contra a mulher?

Para saber o que é violência psicológica contra a mulher é preciso conhecer como ela funciona. Ela corresponde a qualquer comportamento que cause prejuízo emocional e diminuição da autoestima da mulher. Do mesmo modo, ações que prejudiquem e perturbem o seu desenvolvimento ou cuja motivação seja depreciar e controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões.

Nesse sentido, a forma de agressão acontece por meio de palavras, gestos, olhares e ações, sem necessariamente ter contato físico.

Como identificar essa violência psicológica?

Os sinais de violência psicológica se iniciam de forma sutil, o que pode ser muito difícil de ser identificada por quem sofre com ela.

Além disso, pode fazer parte do ciclo da violência contra a mulher, ela negar que a agressão está acontecendo.

Por isso, é comum que a mulher esconda das outras pessoas a violência e ache que fez algo de errado para justificar o comportamento violento do agressor.

Dessa forma, é importante saber identificar os sinais dessa situação a fim de ajudar mulheres que se encontram nessa condição.

Assim, alguns desses sinais são:

  • Comportamentos que causem constrangimento e humilhação na mulher de forma privada ou pública
  • Manipulação
  • Tentativas de isolar a mulher, por exemplo, proibir de falar com amigos e parentes
  • Vigiar a parceira constantemente
  • Perseguição contumaz (Stalking), que é perseguir a pessoa invadindo ou perturbando sua privacidade e liberdade
  • Insultos
  • Chantagem
  • Exploração
  • Limitação do direito de ir e vir, ou seja, controlar os locais em que a pessoa pode ir
  • Ridicularização, como fazer um deboche público (por exemplo, falar do corpo da pessoa chamando por apelidos ou características que lhe causam sofrimento)
  • Tentar limitar suas ações, decisões ou crenças, tirando assim sua liberdade de crença
  • Distorcer e omitir fatos para deixar a mulher em dúvida sobre a sua memória e sanidade, fazendo, assim, ela pensar que está louca (Gaslighting)

Como ajudar quem sofre de violência psicológica?

É necessário que as pessoas saibam não só o que significa violência psicológica e quais seus sinais, mas também como agir diante dela.

Portanto, é importante não julgar uma mulher que se encontra nessa situação.

Ou seja, evite usar falas do tipo “porque você ainda não largou ele?”, visto que a culpa não é da vítima.

Além disso, é essencial oferecer um espaço de escuta, apoio e auxiliar na procura por assistência.

Assim, há algumas formas de buscar ajuda, entre elas:

  • Ligar para o número 180 que é a central de atendimento às mulheres em situação de violência que funciona 24h, é confidencial e gratuita, servindo para delatar qualquer tipo de violência contra a mulher
  • Denunciar através na página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) (2).
  • Prestar queixa na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM)

Também é possível buscar ajuda de forma voluntária.

Por exemplo, o ‘Mapa do acolhimento’ é uma “rede de solidariedade que conecta mulheres que sofrem ou sofreram violência de gênero a psicólogas e advogadas dispostas a ajudá-las de forma voluntária” (3).

Eles ajudam mulheres de todo Brasil a conseguir consultas psicológicas e advogadas.

Por fim, em casos de emergência, deve-se ligar para o 190 (polícia militar).

Considerações finais

A agressão psicológica pode fazer a mulher se sentir desvalorizada e adoecer com facilidade e também pode aumentar o risco de desenvolvimento de diversos transtornos, por exemplo, ansiedade e depressão.

Além disso, ela pode levar muitas mulheres a cometer suicídio devido a tortura mental e convivência com o medo e terror que a pessoa vivencia.

Da mesma forma, pode ser indício de uma futura agressão física que tem chances de levar muitas mulheres a óbito.

Portanto, é essencial saber identificar o que é violência psicológica e assim poder ter uma maior noção de como ajudar as mulheres que se encontram nessa situação.

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Olá! Meu nome é Sandy Rodrigues, sou estudante de psicologia na Universidade Federal Fluminense (UFF) com previsão de formação para o segundo semestre de 2023. Faço parte como voluntária de um projeto de extensão que pesquisa sobre a saúde de professores, nesse projeto são realizadas entrevistas que visam entender a dinâmica de trabalho e buscar meios de melhorar a saúde desse trabalhador. Também sou bolsista de iniciação científica para desenvolvimento de aplicativos para estimulação cognitiva de idosos e crianças. Além disso, tenho diversos cursos extracurriculares na área de psicologia, como o III curso introdutório da liga acadêmica de autismo da UNIFESP e o de Neuropsicofarmacologia da LiFaC - UFF, sempre em busca de mais conhecimento a fim de me tornar uma profissional ética e comprometida. Para além da faculdade, passo meu tempo me arriscando na confecção de bolos e procurando o passatempo perfeito (séries e livros têm sido boas escolhas). Atualmente escrevo para o Vitalismo com o intuito de contribuir com a disseminação de informações seguras e acessíveis, levando maior conhecimento para as pessoas a respeito de diversos temas que atravessam a psicologia.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

1 Comentário
  1. Avatar

    Júlia

    28 de setembro de 2021 às 20:13

    Perfeito o conteúdo, amei

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