Obesidade Infantil: Saiba Seus Sinais e Como Revertê-la

A obesidade infantil é o acúmulo de gordura corporal que causa dano à saúde da criança e do adolescente.

De modo geral, esse acúmulo ocorre quando a pessoa consome mais energia, por meio da alimentação, do que a quantidade gasta.

Nesse sentido, é preciso entender que são muitos os fatores que influenciam no gasto de energia.

Alguns deles são características do indivíduo que não mudam, mas outros podem ser ajustados mais facilmente, como:

  • Nutrição
  • Atividade física
  • Relações sociais

No Brasil, a obesidade infantil está aumentando nos últimos anos – e o aumento é ainda maior na população de baixa renda.

Conforme a Pesquisa do Orçamento Familiar do IBGE, entre 2008 e 2009 (1), o sobrepeso foi diagnosticado em 33,5%, e a obesidade em 14,3% das crianças do Brasil entre cinco e nove anos de idade.

Já nos adolescentes de 10 a 19 anos, cerca de 20,5% tinham sobrepeso e 4,9% eram obesos.

Saiba que parte desse aumento pode estar relacionado ao uso excessivo da tecnologia.

Hoje, mais do que nunca, crianças e adolescentes têm um lazer sedentário: passam horas à frente de celulares, videogames e computadores.

Assim sendo, isso substitui o lugar de atividades de lazer que gastam mais energia e, portanto, contribui para o ganho de peso, sendo uma das causas da obesidade infantil.

E como saber se a criança está obesa?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define sobrepeso e obesidade com base em uma série de tabelas (2,3). Essas tabelas usam o peso, a altura e a idade para definir a situação da nutrição da criança e do adolescente. Contudo, há outros sinais pelos quais você pode identificar e que podem ser indícios de sobrepeso e obesidade infantil, tais como:

  • Respiração pela boca
  • Roncos
  • Paradas da respiração no sono
  • Sonolência durante o dia
  • Chiado no peito
  • Cansaço frequente
  • Intestino preso
  • Dor no abdome, no peito ou nas articulações
  • Sono agitado
  • Dentre outros

Além disso, um médico, em especial o pediatra, pode:

  • Medir algumas das partes do corpo (cabeça, pescoço, braços, abdome e cintura)
  • Medir altura e peso, e calcular a relação dessas medidas
  • Examinar pregas cutâneas (dobras de pele) para avaliar a distribuição da gordura pelo corpo

Assim, isso permite não só o diagnóstico, mas também o acompanhamento da criança a cada consulta.

E quais são os riscos da obesidade infantil?

Os problemas causados por essa condição são muitos em curto prazo e, a longo prazo, podem até ser fatais.

Como exemplo, crianças obesas podem sofrer com (4):

  • Menstruações irregulares ou até ausentes (amenorreia)
  • Hirsutismo (maior presença de pelos em locais incomuns em meninas)
  • Refluxo gastroesofágico (quando o ácido do estômago volta em direção à boca)
  • Joelho valgo (quando os joelhos ficam “caídos para dentro”)
  • Pé chato
  • Estrias
  • Lipodistrofia ginóide (popularmente conhecida como “celulite”)
  • Acne (espinhas)
  • Furúnculos
  • Mudanças de comportamento
  • Bullying

Com isso, elas podem sofrer com mais problemas em alguns anos ou mesmo na vida adulta.

Alguns dos problemas em longo prazo, são:

Então, o que fazer?

Apesar de tudo isso, a obesidade infantil e a obesidade na adolescência têm solução.

A princípio, atividades físicas regulares e a mudança de hábitos alimentares são a chave para uma vida saudável.

Isso reduz os níveis de gordura corporal e, por isso, melhora também:

  • Os níveis de gordura e açúcar no sangue
  • A inflamação do corpo, que predispõe a outras doenças
  • A pressão arterial
  • O peso sobre as articulações (como joelhos e quadril)

Assim, diminuem muito também os riscos de todas as doenças acima.

Entretanto, é necessário ter uma alimentação balanceada e adequada para a quantidade de energia gasta.

Ainda, para que isso tudo tenha sucesso, também é preciso que a criança ou adolescente tenha boas relações sociais e familiares.

Isto é, o apoio emocional pode ser uma das soluções para a obesidade infantil e deve ser considerado.

Portanto, nestes casos, procure uma equipe profissional capaz de avaliar e orientar o caso, o que inclui nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e médicos pediatras.

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(Autor)

Olá! Meu nome é Gabriel Braga Villa e tenho 26 anos. Sou estudante do quinto ano de Medicina na UNESP Botucatu. Batalhei bastante para entrar na faculdade, fiz quatro anos de cursinho pré-vestibular depois de me formar no colégio. Hoje amo estudar saúde e as duas coisas que mais me movem na área são: acolher quem precisa de ajuda e espalhar conhecimento para que as pessoas possam viver com mais qualidade. Além da medicina, também amo todos os tipos de esportes. Jogo basquete e pratico corrida há 10 anos -- são as atividades que mais relaxam meu corpo e minha mente. Inclusive, acredito no exercício físico, no esporte e em um estilo de vida ativo como ferramentas de promoção de saúde, uma vez que podem participar da prevenção e da cura de diversas doenças, além de poder aumentar a qualidade de vida de qualquer pessoa. Por fim, sou fiel à ciência e ao método científico e, neste projeto, meu objetivo é contribuir para a saúde e o bem-estar dos leitores do Vitalismo.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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