Osteoporose: Aumenta o Risco de Fraturas? Como Prevenir?

A osteoporose é uma doença que atinge mais frequentemente idosos ou mulheres após a menopausa.

As pessoas que a possuem ficam com os ossos “fracos” (1) e, portanto, têm maior risco de sofrer alguma fratura óssea.

Neste artigo você vai entender o que é esta condição e por que ela ocorre.

Além disso, vou te mostrar como se prevenir da osteoporose.

Então, vamos falar um pouco sobre essa doença?

O que é a osteoporose?

A osteoporose é uma doença na qual ocorre uma deterioração (piora) progressiva da microestrutura dos ossos do corpo. Isto é, os ossos se tornam menos densos, mais porosos, menos resistentes e mais quebradiços. Isso ocorre devido a um desequilíbrio entre (1) o quanto de material ósseo que é retirado do osso e (2) o quanto desse material é reposto.

Na osteoporose, o corpo não consegue suprir ou repor totalmente a quantidade de material ósseo que é retirado (2).

Assim, os ossos se tornam mais frágeis e suscetíveis (propensos) a fraturas.

O que causa a osteoporose?

A osteoporose pode ser primária, surgindo de forma espontânea, ou secundária.

Dessa forma, as suas causas variam conforme o tipo que estamos lidando.

Tipos de osteoporose

Dentro da forma primária, existem dois tipos:

  • Tipo I (pós-menopausa): este tipo ocorre em mulheres que entraram recentemente na menopausa (quando diminuem os hormônios estrógenos). Tem como característica uma rápida perda óssea e é comum que ocorram fraturas nas vértebras (ossos) da coluna e no rádio (osso do antebraço)
  • Tipo II (senil): está associado ao envelhecimento. Surge por conta de uma deficiência de cálcio, aumento da atividade do paratormônio (hormônio produzido pelas paratireóides em resposta à falta de cálcio) e pela diminuição da formação óssea

Por outro lado, a forma secundária é causada por:

  • Distúrbios gastrointestinais (como má absorção de nutrientes, deficiência de vitaminas C ou D ou insuficiência hepática)
  • Alterações hormonais (por exemplo, hipotireoidismo, diabetes tipo I, tumores de hipófise)
  • Atividade física reduzida (por sedentarismo ou imobilização de um membro por tempo prolongado, por exemplo)
  • Pelo uso de drogas (por exemplo, anticoagulantes, corticosteroides, álcool ou quimioterapia)

Fatores de risco

Os fatores de risco para osteoporose se dividem em duas classes: os pessoais (individuais) e os relacionados ao meio em que a pessoa vive (ambientais).

Fatores de risco individuais incluem:

  • Histórico familiar da doença (se pais, avós ou irmãos têm ou tiveram osteoporose)
  • Ser do sexo feminino
  • Cor branca
  • Idade avançada
  • Presença de escoliose (curvatura anormal da coluna para um dos lados)
  • Indivíduo magro e baixo
  • Aparecimento precoce de cabelos brancos

Já os fatores ambientais incluem:

  • Uso de álcool e cigarro (inibem a multiplicação dos osteoblastos, que são células formadoras da estrutura óssea)
  • Consumo de cafeína (aumenta a excreção de cálcio)
  • Falta de atividade física
  • Nutrição ruim (baixa em cálcio e vitamina D)
  • Dieta rica em fibras, proteínas e sódio (diminuem absorção de cálcio)
  • Mulher que nunca teve uma experiência de parto
  • Menopausa precoce
  • Doenças hormonais

O que é bom para osteoporose?

O melhor que se pode fazer contra a osteoporose é se prevenir.

Para isso, é preciso focar no pico de massa óssea e na prevenção da reabsorção (perda de massa óssea) após a menopausa.

O pico de massa óssea é a quantidade de peso máximo que os ossos chegam na vida de uma pessoa.

Esse pico ocorre no início da vida adulta e, então, a massa óssea passa a diminuir com o passar dos anos.

Assim, quanto maior o pico alcançado no início da vida adulta, mais tardio será o surgimento de doenças como a osteoporose, podendo inclusive fazer com que nunca ocorram.

O pico de massa óssea depende de fatores como a quantidade de calorias consumidas, ingestão de cálcio e vitamina D (3), função menstrual normal e atividade física.

Já os medicamentos costumam atuar na reabsorção (perda) óssea.

Cálcio

O cálcio é encontrado no leite e derivados e em vegetais como brócolis, agrião, espinafre e couve-manteiga.

No entanto, muitas vezes é difícil consumir apenas na alimentação, a quantidade adequada de cálcio.

Portanto, pode ser indicada suplementação que, em geral, é feita com carbonato de cálcio.

Vitamina D

A vitamina D é produzida em resposta à exposição aos raios solares e ajuda na absorção do cálcio dos alimentos no intestino.

Em pessoas com falta dessa vitamina, a suplementação proporciona aumento da massa óssea, diminuindo assim o risco de fraturas ósseas.

Reposição de estrógenos

Nas mulheres, após a menopausa, ocorre uma diminuição da produção do hormônio estrógeno.

Esse hormônio, além de inúmeras outras funções, também inibe a reabsorção (perda) óssea e parece atuar na formação óssea.

Assim, por estar em menor quantidade no corpo, ocorre um aumento de perda óssea.

Dessa forma, pode ser importante que se faça a sua reposição hormonal, caso não haja outras condições de saúde que contraindiquem seu uso.

Reposição de calcitonina

A calcitonina é outro hormônio que parece inibir a reabsorção (perda) de cálcio nos ossos.

Sua reposição é feita para diminuir o risco de fraturas, sobretudo da coluna vertebral.

Atividade física

A massa óssea tem ligação com a ação dos músculos sobre o osso.

Portanto, é muito importante a prática de exercícios aeróbicos que tenham baixo impacto (caminhada, bicicleta, natação), exercícios para fortalecimento (musculação leve ou pilates) e exercícios que melhorem o equilíbrio para evitar quedas (yoga, tai-chi-chuan, etc.).

A atividade física (4,5) visa, então, evitar a perda adicional de massa óssea pela inatividade e assim diminuir o risco de fraturas.

No entanto, a prática de exercícios físicos não exclui a necessidade do uso de medicamentos para osteoporose.

Este artigo te ajudou?
(Autor)

Como graduando do curso de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e escritor do Vitalismo tenho como propósito trazer informações sobre saúde de qualidade e baseadas em evidências científicas com uma linguagem de fácil acesso para toda a população. Ingressei no curso de Medicina em 2018 por vocação e amor ao cuidado. Agora tenho a oportunidade de levar essa minha paixão para todos leitores do Vitalismo. Além disso, sou fundador da Liga de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da UNESP e atualmente sou coordenador da Liga de Ortopedia de Botucatu.

Este artigo não possui comentários
      Deixe seu comentário

      O seu endereço de email não será publicado.