Oxiurose: Conheça o Que Pode Ser a Causa de Coceiras Anais

A oxiurose é uma doença causada por um verme parasita.

Em geral, este verme se aloja no intestino da pessoa contaminada.

Saiba que apesar de a infecção poder ocorrer em adultos, é muito mais comum que ela apareça inicialmente em crianças (1).

Além disso, não é incomum que mais de um membro da família vivendo na mesma casa tenha a doença.

Apesar de dificilmente ser grave, seus sintomas podem levar a um grande desconforto.

Neste artigo você irá descobrir os possíveis sintomas da oxiurose.

Além disso, você irá conhecer as possíveis formas de transmissão dessa doença.

O que é oxiurose ou enterobiose?

A oxiurose é uma doença parasitária causada por um verme chamado Enterobius vermicularis. Por isso, essa doença também pode ser conhecida por enterobiose, devido ao nome do verme que a causa. Ela tem como características típicas o fato de infestar o intestino e causar coceira na região anal, principalmente à noite.

Este verme apresenta diferentes formas dependendo da fase em que se encontra no seu ciclo de vida.

Por exemplo, ele pode estar na forma de ovo, na forma de larva ou de verme adulto.

E o que pode ser a forma de contaminação em uma pessoa é a ingestão destes parasitas em sua forma de ovos.

Após serem ingeridos, os ovos eclodem no intestino e se transformam em larvas.

Cerca de duas a seis semanas após a infecção, os vermes atingem sua fase adulta.

Em geral, durante a noite, as fêmeas adultas saem pelo ânus e depositam seus ovos nesta região.

Consequentemente, isso pode causar alguns desconfortos para quem tem essa condição.

Esses desconfortos, sem dúvida, são as características mais pontuais desta condição.

Sintomas da oxiurose

Em geral, as infecções por oxiúros são assintomáticas.

Mas há casos em que o aparecimento de alguns sintomas podem levantar a suspeita da presença desses parasitas.

Eles incluem:

  • Coceira e irritação ao redor do ânus. Isso pode ocorrer pois os ovos e as substâncias que os envolvem podem irritar a pele na região
  • Em mulheres, o prurido (coceira) e a irritação podem se estender para região vaginal, o que pode desencadear um quadro de vaginite

Em casos mais incomuns, outras partes do organismo podem ser afetadas, como o apêndice (uma porção anexa do intestino).

Ainda assim, é controversa a ideia de que isso tenha associação com casos de apendicite (2).

Transmissão

Como os ovos são depositados ao redor do ânus, ao coçar essa região o verme pode penetrar embaixo das unhas.

E ao tocar a boca com as mãos contaminadas e/ou tocar a boca de outra pessoa, o parasita pode ser transmitido.

Saiba que as maiores incidências dessa doença são, em geral, em crianças.

Pois, nessa faixa etária, é comum o hábito de colocar as mãos sujas na boca.

Contudo, os adultos também podem se infectar com a oxiurose.

Principalmente os que convivem com crianças infectadas.

Além disso, existem outros meios em que a disseminação desta doença pode ocorrer.

Eles incluem:

  • Roupas que a pessoa contaminada veste
  • Roupas de cama
  • Alimentos
  • Brinquedos
  • Objetos em geral compartilhados
  • Prática de sexo oral-anal

Diagnóstico

O surgimento de sintomas pontuais, como a coceira e a irritação na região anal são sugestivos deste tipo de infecção.

Por isso, quando esses sinais aparecerem, procure ajuda médica.

Pois uma avaliação profissional poderá confirmar o diagnóstico.

Algumas técnicas para a confirmação (3) incluem:

  • Avaliação clínica, em que o médico avalia a região anal e pode encontrar o verme nesta região
  • Uso de fita adesiva transparente. Em resumo, é aplicada uma fita ao redor do ânus e, em seguida, é analisada microscopicamente para verificar se existe a presença do parasita

Existe ainda uma terceira técnica complementar, que é a análise em microscópio de amostras de material retido por baixo das unhas dos dedos.

Afinal, o comportamento de coçar pode levar à “captura” de alguns ovos pelas unhas.

Tratamento

Em geral, o tratamento de oxiurose é feito usando medicamento para matar este tipo de verme.

Como exemplos, temos: mebendazol e albendazol.

E há casos em que remédios para aliviar os sintomas de prurido (coceira) podem ajudar no tratamento.

Além da pessoa contaminada, é aconselhável que a família que convive com ela também faça o tratamento.

Pois essa é uma forma de evitar a propagação deste verme para outras pessoas.

Mas, acima de tudo, a prevenção é o melhor caminho para tratar um problema de saúde.

Por isso, confira algumas formas de evitar a contaminação e disseminação dessa infecção.

Prevenção da oxiurose

  • Higienizar as mãos (4) com água morna e sabão após usar o banheiro, depois de trocar fraldas e/ou roupas íntimas de uma criança contaminada e antes de manusear qualquer alimento
  • Lavar roupas de cama e vestuário com frequência
  • Evitar sexo oral-anal
  • Manter o ambiente e os brinquedos higienizados adequadamente, uma vez que os ovos podem sobreviver fora do corpo por cerca de três semanas em uma temperatura ambiente normal
  • Tratar os doentes
  • Manter as unhas das crianças cortadas, pois facilita a higienização

A oxiurose pode causar grande desconforto e prejudicar a qualidade de vida das pessoas infectadas.

Portanto, é importante conhecermos sobre esta condição e evitar a propagação dela.

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(Autor)

Discente do curso de enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais. Atuante na Atenção Básica à Saúde na cidade de Alfenas, sobretudo nas áreas de Saúde da Mulher e Cuidados Paliativos. Membro voluntário do projeto de extensão “PaliAB” pela Universidade Federal de Alfenas.Neste projeto, os extensionistas estabelecem uma relação de reciprocidade com os profissionais da Estratégia da Saúde da Família (ESF) e com os pacientes assistidos neste nível de Atenção à Saúde, sob a ótica dos Cuidados Paliativos (CP).Os participantes deste projeto contribuem para melhora na qualidade de vida dos pacientes por meio de planos de cuidados desenvolvidos juntamente com os profissionais das ESFs, para aliviar o sofrimento físico, social, espiritual e psicológico das pessoas e de sua rede de apoio sob CP.Além disso, ela atua no desenvolvimento de pesquisas para aprimorar o conhecimento sobre esta área, publica diversos trabalhos sobre a temática e disponibiliza cursos e cartilhas para os profissionais da ESF e cartilhas para população juntamente com os membros do projeto.Por fim, ela prioriza um cuidado integral, respeitoso e digno tanto às pessoas assistidas pela Atenção Básica quanto aos profissionais que atuam neste nível de assistência à saúde.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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