Antes de explicar o que é um pé diabético, vou contar o que os nossos pés fazem por nós.
Eles nos levam de um lugar para o outro.
São eles que sentem o calor escaldante da areia da praia.
Além disso, quando chutamos a quina da mesa, é justamente o dedinho do nosso pé que aguenta toda a dor, não é mesmo?
Portanto, os nossos pés são capazes de nos dar várias percepções sobre o nosso dia a dia.
Sendo assim, a pergunta que fica é: você conhece bem os seus pés ou só repara neles quando vai calçar as meias e os sapatos?
Sabia que para pessoas que têm diabetes, os pés são muitas vezes negligenciados pois outras preocupações acabam vindo primeiro?
Com isso, é comum que as mudanças nos pés deixem de ser notadas.
Muitos, quando olham uma ferida no pé, simplesmente pensam: “daqui a uns dias vai ficar melhor”.
Mas logo esquecem de acompanhar se ficou melhor mesmo.
E é por conta de motivos como esses que falamos que surge o pé diabético.
O que é pé diabético?
O pé diabético é uma complicação da diabetes. Assim, quem tem diabetes pode ter alguns problemas quando a doença não está controlada, ou seja, quando o nível de glicose (açúcar) no sangue permanece muito alto. Com isto, dois problemas podem aparecer: a neuropatia diabética e a doença vascular periférica.
Apesar de terem nomes difíceis, eles significam basicamente que: há lesões nos nervos (neuropatia diabética) e lesões nos vasos sanguíneos (doença vascular periférica).
Portanto, quando os nervos dos pés estão com algum dano, pode ser que você deixe de ter as sensações normais que temos em pés saudáveis.
Por conta disso, você pode não sentir ferimentos, cortes, bolhas ou outros tipos de dores.
Por exemplo, você pode não notar que tem uma pedra ou pequenos fragmentos que espetam dentro de um sapato, mesmo que eles causem feridas.
Além disso, com quando há danos nos vasos sanguíneos dos pés, pode ser que o sangue e o oxigênio não cheguem até eles de forma adequada.
E assim, quando seus pés se machucam ou tem uma infecção, formando o pé diabético infectado, demora-se mais tempo para que eles se recuperem.
Afinal, é importante que a circulação permita que o sangue e o oxigênio cheguem aos seus pés para que eles tenham uma cicatrização saudável.
Em casos mais extremos, quando os pés deixam de receber circulação de sangue, pode se formar o pé diabético necrosado (quando células morrem por falta de nutrientes), que aumenta o risco de amputação.
Sintomas de pé diabético
Sempre que você estiver com diabetes, é importante que você fique atento aos seus pés, pois alguns dos sintomas que podem surgir são:
- Sensação de “amortecimento”
- Formigamento ou agulhadas
- Dor
- Queimação
- Inchaço
Além disso, pode ser que apareçam alterações na aparência como vermelhidão, calos, rachaduras, ressecamento da pele e até mudanças de temperatura ao tocar na região.
Sem contar que há maior chance de você notar ferimentos como cortes, bolhas, úlceras, unhas mais grossas ou encravadas e, em casos mais graves, feridas pretas e com odor forte.
Medidas de Prevenção
Primeiramente, é essencial fazer um controle adequado da diabetes.
Ou seja, ter os níveis de glicemia equilibrados, com acompanhamento médico.
Evitar hábitos maléficos como fumar também diminuem os efeitos danosos na circulação sanguínea.
Além disso, é importante fazer uma avaliação do pé diabético regularmente.
Por fim, mantenha hábitos os seguintes cuidados:
- Evite andar descalço
- Lave os pés cuidadosamente todos os dias
- Seque bem os pés, inclusive nos espaços entre os dedos
- Faça a hidratação dos pés (sem passar nos espaços entre os dedos) pra evitar rachaduras
- Não mergulhe o seu pé na água, pois isto não ajuda na hidratação
- Mantenha as unhas cortadas sem deixar pontas afiadas
- Observe se há alterações nos pés, como feridas ou mudanças na pele, nos pelos e na temperatura
- Utilize meias que ajudam a absorver umidade
- Preste atenção antes de usar o calçado para retirar fragmentos que possam espetar os seus pés
- Use calçados confortáveis e não apertados
Quando procurar assistência médica?
Quando você suspeitar que pode estar com diabetes ou quando notar alterações nos pés que não melhoram.
Na presença de sintomas de pé diabético, mantenha um acompanhamento regular para evitar complicações mais graves da doença.