Psoríase: Quem Pode Ter As Placas Prateadas na Pele?

A psoríase é uma doença de pele crônica, ainda sem cura e bastante comum entre as pessoas.

Ou seja, ela afeta cerca de 1 a 3% da população ao redor do mundo (1).

Além disso, ela pode se expressar de modos diferentes na pele de cada pessoa.

E você sabe quais são eles?

Neste artigo você conhecerá as diferentes formas e quais fatores podem desencadear a psoríase.

Além disso, também saberá como são alguns dos seus possíveis sintomas.

Qual a causa da psoríase?

Não se conhece a causa exata da psoríase. No entanto, vários fatores parecem atuar em conjunto para o seu surgimento, como o sistema imune (de defesa do organismo) desregulado e a condição genética do indivíduo.

Em primeiro lugar, é importante enfatizar que a psoríase não é uma doença contagiosa.

Ou seja, não é possível que uma pessoa transmita esta condição para outra pessoa, por exemplo, ao tocar nessas lesões de pele presentes em alguém.

No entanto, existe um fator genético envolvido nesta doença.

Isso porque pessoas que possuem um membro na família com esse problema de pele têm mais chances de desenvolverem o mesmo quadro.

Nesse sentido, se você tiver duas pessoas na família com psoríase, o seu risco aumenta ainda mais.

Em todo caso, supõe-se que o mecanismo que leva a esta doença tem relação com o sistema imune (de defesa do organismo) (2) que funciona de forma inadequada.

Ou seja, existem evidências de que suas células de defesa (linfócitos T) atacam as próprias células da pele, o que a caracteriza como doença autoimune (3).

Com isso, a pele reage no sentido de renovar as suas células, que é o processo de regeneração.

Entretanto, essa regeneração acontece de modo mais acelerado (de 3 a 4 dias) do que o normal (de 28 a 30 dias), o que leva a um acúmulo de células na pele.

Como resultado, formam-se placas avermelhadas e “escamas”, as quais compõem as típicas lesões dessa doença.

Fatores de risco

Há fatores que aumentam os riscos (4) de você desenvolver esta condição, tais como:

  • Histórico em membros da família com a doença
  • Tabagismo
  • Consumo excessivo de álcool
  • Infecções na garganta ou na pele
  • Alterações no sistema imune
  • Exposição ao tempo frio e seco

Sintomas da psoríase

Os sinais e sintomas da psoríase podem variar a depender do seu tipo. Mas, de modo geral, eles incluem:

  • Coceira, ardor ou dor na pele
  • Manchas vermelhas na pele coberta por escamas grossas e de aparência em cor de prata
  • Pequenos pontos de descamação na pele
  • Pele seca e com rachaduras que podem sangrar
  • Após o ato de coçar (que remove as “escamas”), podem ocorrer sangramentos
  • Inchaço (edema) e rigidez nas articulações
  • Unhas grossas e irregulares

Vale lembrar que os sinais e sintomas podem aparecer em qualquer parte do corpo.

Entretanto, são mais comuns na parte inferior das costas, pernas, joelhos, cotovelos, sola dos pés, palma das mãos, rosto e couro cabeludo.

Além disso, costumam se manifestar em ciclos, ou seja, ora a psoríase fica mais evidente (por semanas ou meses), ora ela fica mais discreta, podendo até desaparecerem os sintomas (remissão).

Tipos de psoríase

Há várias formas para essa doença se apresentar no corpo (5), por exemplo:

  • Em placas: é o tipo mais comum (de 80 a 90% dos casos). Surgem lesões (“machucados”) em placas avermelhadas na pele com aspecto ressecado, que são salientes (“inchadas”) e cobertas por “escamas” prateadas. Essas placas podem provocar sensibilidade e coceira. De modo geral, aparecem nos cotovelos, joelhos, nas costas e no couro cabeludo
  • Inversa: afeta regiões de dobras da pele como virilha, nádegas e mamas (seios), por exemplo. As lesões são em manchas lisas e vermelhas que pioram com a transpiração ou infeções por fungos
  • Gutata: afeta, sobretudo, crianças ou adultos jovens. Os sintomas podem incluir pequenas manchas em formato de gotas na pele e cobertas por “escamas”. Eles costumam começar após infecções bacterianas na garganta
  • Ungueal: afeta as unhas dos dedos das mãos e dos pés provocando crescimento anormal, deformações na superfície e descoloração. Além disso, as unhas podem se descolar do leito ungueal (região abaixo da unha onde ela se fixa na pele)
  • Sebopsoríase: é a associação entre uma dermatite seborreica (um tipo de inflamação na pele) e a psoríase, o que deixa a região afetada mais saliente e com placas vermelhas com “escamas” amarelas oleosas. Geralmente, este tipo ocorre no rosto e no couro cabeludo
  • Pustulosa: pequenas pústulas (“bolhas” com pus) podem estar espalhadas por todo o corpo ou concentradas nas palmas das mãos ou solas dos pés
  • Eritrodérmica: é a forma menos comum. Pode formar manchas vermelhas bastante extensas que cobrem todo o corpo, além de provocar coceiras e queimação intensa
  • Artrite psoriática: surgem dores e inchaços em articulações (que podem ser em quaisquer “juntas” entre os ossos). Às vezes, podem ser as únicas manifestações da psoríase. Os sintomas podem ser leves ou graves (quando causam danos permanentes à articulação, como o enrijecimento)

Quando procurar ajuda médica?

Procure por assistência médica, caso você apresente lesões ou irritações na pele que causam algum desconforto ou que não melhoram.

Além disso, observe suas unhas e também se ocorrem dores, inchaços ou dificuldade no movimento das articulações do seu corpo.

Caso já esteja em tratamento para a psoríase, procure por atendimento se não estiver apresentando melhora de seus sintomas.

Seu médico dermatologista poderá usar medicamentos tópicos (aplicação na pele, como uso de cremes, pomadas), orais (por boca) ou injetáveis.

É comum que se utilizem medicamentos corticosteroides além de outros tratamentos que podem se associar, a depender do seu quadro.

Este artigo te ajudou?
(Autor)

Discente do curso de enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais. Atuante na Atenção Básica à Saúde na cidade de Alfenas, sobretudo nas áreas de Saúde da Mulher e Cuidados Paliativos. Membro voluntário do projeto de extensão “PaliAB” pela Universidade Federal de Alfenas.Neste projeto, os extensionistas estabelecem uma relação de reciprocidade com os profissionais da Estratégia da Saúde da Família (ESF) e com os pacientes assistidos neste nível de Atenção à Saúde, sob a ótica dos Cuidados Paliativos (CP).Os participantes deste projeto contribuem para melhora na qualidade de vida dos pacientes por meio de planos de cuidados desenvolvidos juntamente com os profissionais das ESFs, para aliviar o sofrimento físico, social, espiritual e psicológico das pessoas e de sua rede de apoio sob CP.Além disso, ela atua no desenvolvimento de pesquisas para aprimorar o conhecimento sobre esta área, publica diversos trabalhos sobre a temática e disponibiliza cursos e cartilhas para os profissionais da ESF e cartilhas para população juntamente com os membros do projeto.Por fim, ela prioriza um cuidado integral, respeitoso e digno tanto às pessoas assistidas pela Atenção Básica quanto aos profissionais que atuam neste nível de assistência à saúde.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

Este artigo não possui comentários
      Deixe seu comentário

      O seu endereço de email não será publicado.