Queilite Actínica: Conheça Essa Lesão Que Pode Virar Câncer

A queilite actínica é uma condição que pode afetar o lábio de pessoas que se expõem ao sol diariamente.

Você sabia?

Em geral, cerca de 3% dos casos com essa lesão podem vir a se tornar um tipo de câncer conhecido por carcinoma de células escamosas (1,2).

Por isso, é muito importante conhecer a queilite actínica, sobretudo aqueles que ficam expostos ao sol com frequência.

Neste artigo você irá conhecer o que causa essa condição e se existe alguma forma de preveni-la.

Além disso, saberá quais são os seus sinais e sintomas.

Qual o tratamento para queilite actínica?

O tratamento de queilite actínica pode variar de acordo com o caso. Em casos graves, mas sem sinais de que ela se transformou em câncer, pode se fazer um procedimento conhecido por vermelhectomia, em que se remove a mucosa do vermelhão dos lábios (porção vermelha que dá a aparência típica dos lábios).

Em casos menos graves, o seu tratamento pode ser feito com a utilização de laser de dióxido de carbono (3).

Esse equipamento irá destruir as células que podem levar ao desenvolvimento de câncer.

Além disso, também existem outras formas de tratamento, as quais incluem:

  • Uso de corrente elétrica para destruir as células pré-cancerosas
  • Dermoabrasão (raspagem cirúrgica da mucosa do vermelhão dos lábios)
  • Aplicação de alguns medicamentos no local

O que é a queilite actínica?

A queilite actínica é uma lesão específica de queratose actínica (4), mas que se desenvolve mais comumente no lábio inferior, por receber mais os raios solares do que no lábio superior. Tipicamente, é uma lesão com superfície áspera. É é conhecida por ser pré-cancerosa, ou seja, uma condição capaz de se transformar em câncer.

Em princípio, é causada pela exposição dos lábios ao sol ou a radiação ultravioleta (UV) no decorrer das nossas vidas (5).

Por isso, algumas pessoas também a conhecem como “lábio do fazendeiro”, pois o seu desenvolvimento é comum nesses trabalhadores, já que muitos deles trabalham expostos ao sol diariamente e por longos períodos de tempo.

Além disso, essa condição também é mais frequente em certas pessoas, por exemplo:

  • Pessoas de pele clara
  • Homens
  • Idosos
  • Fumantes (6)

Sinais e Sintomas

Em geral, os sinais e sintomas de queilite actínica costumam aparecer de forma lenta.

Nesse sentido, por vezes, quem a tem pode apresentar o lábio rachado e o lábio ressecado.

Conforme ela evolui, algumas áreas ásperas e ulcerações (feridas) também podem aparecer no vermelhão do lábio (porção vermelha que dá a aparência dos lábios).

Além disso, a separação que existe entre o vermelhão dos lábios e a pele começa a desaparecer.

Com isso, pode haver dificuldades para identificar onde termina o lábio e onde começa a pele.

Prevenção de “lábio de fazendeiro”

De modo geral, sua prevenção pode ser feita ao adotar atitudes de proteção contra a exposição solar e aos raios ultravioletas (UV).

Essa proteção é muito importante, sobretudo para quem trabalha diariamente exposto ao sol, como os trabalhadores rurais e pedreiros, por exemplo.

Assim sendo, para se proteger, você pode usar chapéus com abas largas quando for se expor ao sol.

Além disso, o uso de protetores solares também pode ajudar a diminuir os danos causados nas células.

Vale lembrar que essas medidas não revertem a queilite actínica, pois algumas das alterações que são causadas nas células são irreversíveis.

Entretanto, elas podem ajudar a evitar que a condição se desenvolva ou que haja mais danos nas células do lábio.

Quando procurar por assistência de saúde?

Procure um dentista ou médico ao notar que você apresenta algum tipo de lesão no lábio.

Como as ulcerações (feridas), rachaduras ou caso note o ressecamento dos lábios.

Além disso, também procure por assistência ao identificar a presença de nódulos (“caroços”), mudanças de cor ou de aparência dos lábios.

Caso a queilite actínica seja identificada, esses profissionais irão indicar o tratamento mais adequado para o caso.

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(Autor)

Natural de Alfenas, Minas Gerais, Mateus Beker é discente de graduação no curso de bacharelado em Odontologia pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Atualmente, é bolsista do MEC pelo Programa de Educação Tutorial (PET) - Odontologia, instituído na Universidade Federal de Alfenas.Possui atividades de pesquisa relacionadas a ação anti-inflamatória de extratos e compostos bioativos de produtos naturais, assim como sobre a associação de determinadas variáveis no surgimento de lesões de origem endodôntica. Além disso, desenvolve trabalhos nas áreas de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial e Estomatologia.Outras áreas de seu interesse incluem Cirurgia Bucomaxilofacial e Implantodontia.Ele foi admitido na equipe do Vitalismo no ano de 2021. Como escritor especializado para os assuntos que abrangem a área Odontológica e outras temáticas relacionadas à saúde, procura apresentar informações de forma objetiva e compreensível, além de demonstrar a importância da procura por orientação adequada.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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