Sífilis: É Possível Nascer Com a Infecção? Conheça as Fases

A sífilis já é figurinha carimbada entre as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Ainda assim, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como ocorre o contágio e como se prevenir dessa infecção.

Por exemplo, você sabia que uma de suas formas de transmissão é de mãe para filho durante a gestação?

Ou que ela pode causar danos sérios ao coração, cérebro, músculos, olhos e até mesmo levar à morte, se não for tratada?

Nesse artigo vou explicar quais são as formas de contágio da sífilis para que você saiba como se prevenir.

Além disso, você vai aprender a reconhecer seus sintomas e quando procurar um serviço de saúde.

O que é a sífilis?

A sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum, a qual a transmissão ocorre, principalmente, pela via sexual. Ela possui três fases com sintomas, alternadas com fases silenciosas, quando os sintomas desaparecem. Se não tratada, a doença pode causar danos graves à saúde, inclusive a morte.

Além disso, as feridas que a doença causa aumentam as chances de contrair outras doenças, como o HIV (AIDS).

Tendo isso em vista, são fundamentais a prevenção e o tratamento precoce contra essa infecção.

Fases e sintomas

Quando não tratada, a doença evolui em quatro fases e cada uma das fases apresenta diferentes sintomas.

As fases são:

Primária

A primeira fase ocorre de 2 a 12 semanas após a exposição à bactéria.

É nessa fase que surge o cancro duro, uma pequena ferida nos genitais ou no local da entrada da bactéria, além de linfonodos (“ínguas” ou “caroços”) nas virilhas.

Vale lembrar, que dependendo da forma do contágio, a lesão do cancro duro pode aparecer também na boca ou no ânus.

Essas feridas podem passar despercebidas uma vez que não doem, não coçam, não ardem e não secretam pus.

Após algumas semanas ou meses, a ferida some sozinha, sem deixar marcas, dando assim a falsa impressão de cura.

Secundária

Só depois de seis meses do cancro ter sumido que os sintomas voltam a aparecer.

Surge então manchas pelo corpo, normalmente na palma das mãos e sola dos pés.

Além disso, a pessoa também pode apresentar sintomas parecidos com os de uma gripe, como a febre, cansaço, dor de garganta e dores musculares.

Os sintomas dessa fase podem durar de semanas até, geralmente, um ano.

Fase latente

Se continuar sem tratamento, a doença evolui da sífilis secundária para um estágio latente.

Nessa fase não existem sintomas e a infecção se torna silenciosa.

Apesar disso, a infecção em fase latente pode causar danos ao coração, ossos, nervos e outros órgãos e pode durar muitos anos.

Terciária

Apenas uma parte das pessoas evolui para essa fase, pois a outra parte permanece na fase latente ou se cura da infecção.

Aliás, pode demorar muitos anos para se manifestar, cerca de 10 a 30 anos após a exposição original à bactéria.

No entanto, aqueles que chegam à sífilis terciária podem ter inúmeros e sérios problemas em sua saúde, como:

  • Danos ao cérebro, demência e problemas de saúde mental
  • Doenças no coração e vasos sanguíneos
  • Distúrbios musculares, ósseos e articulares
  • Danos aos nervos
  • Convulsões
  • Problemas de visão

Quem pode se infectar?

Qualquer pessoa que tenha a vida sexualmente ativa pode se infectar (1).

Entretanto, existem algumas pessoas que possuem fatores de risco que aumentam as chances de contrair a doença.

O risco é maior se você:

  • É homem que pratica sexo com homens (HSH)
  • Pratica sexo sem proteção (sem camisinha)
  • Possui vários parceiros(as)
  • É HIV positivo
  • Teve sexo com uma pessoa que testou positivo para sífilis
  • Teve teste positivo para outras ISTs (por exemplo, clamídia, gonorréia ou herpes)

Além da infecção por via sexual, existe também a infecção vertical, isto é, de mãe para filho.

A infecção vertical ocorre em mulheres que possuem a doença durante a gravidez.

Nesse caso, a criança nasce já infectada pelo Treponema pallidum, ou seja, com sífilis congênita.

Tratamento para sífilis

Uma vez que a doença é causada pela infecção de uma bactéria, a Treponema pallidum, seu tratamento é feito com o uso de antibióticos.

O antibiótico mais utilizado nesses casos é a penicilina (2).

Como se trata de um antibiótico, é muito importante que o tratamento seja realizado até o final, mesmo após o desaparecimento dos sintomas.

Caso contrário, é possível que a bactéria retorne ainda mais forte e resista a esses mesmos medicamentos.

Além disso, você deve informar as pessoas com quem você teve relações sexuais nos últimos dois anos, avisando da necessidade de testarem para sífilis.

Por fim, é aconselhável incluir o teste para outras ISTs que também podem ter sido contraída pelo sexo desprotegido, como o HIV (3).

Prevenção contra a sífilis

A única maneira de se prevenir é se abstendo de fazer sexo.

No entanto, se você tem a vida sexualmente ativa, você pode reduzir suas chances de contrair a infecção utilizando camisinha.

Assim, utilize camisinha em todas as suas relações, inclusive durante o sexo oral.

Além da camisinha, também é importante que você opte por manter apenas um(a) parceiro(a) sexual

Isso pode diminuir as chances de ter relações com uma pessoa que tenha sífilis.

Por fim, vale enfatizar, para gestantes com sífilis, a importância de seguir o tratamento durante o pré-natal, para que a transmissão para o bebê seja prevenida (4). 

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(Autor)

Como graduando do curso de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e escritor do Vitalismo tenho como propósito trazer informações sobre saúde de qualidade e baseadas em evidências científicas com uma linguagem de fácil acesso para toda a população. Ingressei no curso de Medicina em 2018 por vocação e amor ao cuidado. Agora tenho a oportunidade de levar essa minha paixão para todos leitores do Vitalismo. Além disso, sou fundador da Liga de Empreendedorismo, Gestão e Inovação da UNESP e atualmente sou coordenador da Liga de Ortopedia de Botucatu.

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