TDAH em Adultos: Além de Uma Simples Desatenção

O TDAH em adultos é um tema pouco abordado, visto que o TDAH é muitas vezes relacionado apenas à infância.

No entanto, apesar do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) se iniciar na infância, traz diversos efeitos para a vida adulta. 

Esse transtorno afeta 2,5% da população adulta no mundo (1), sendo mais comum no sexo masculino (2).

Além disso, o TDAH é um transtorno de diagnóstico complexo, já que a falta de atenção não é sempre um sinônimo de TDAH.

Ou seja, ela pode ocorrer em indivíduos sem qualquer diagnóstico de transtornos mentais ou pode estar presente em pessoas com outros tipos de transtornos que não sejam o TDAH.

Por exemplo, depressão, ansiedade, transtornos do espectro do autismo, entre outros transtornos.

Dessa forma, é necessário que o diagnóstico seja sempre feito por um bom profissional.

Nesse artigo vamos entender melhor sobre o TDAH em adultos.

O que é TDAH e como funciona?

O TDAH é caracterizado por uma desatenção e/ou hiperatividade e impulsividade persistente que afeta o funcionamento ou desenvolvimento da pessoa. Assim, o TDAH em adultos pode gerar um comprometimento em diferentes áreas da vida, por exemplo, no meio acadêmico, social, familiar e profissional.

Nesse sentido, a desatenção leva à distração, desorganização, dificuldade em persistir e manter o foco na realização de tarefas.

Do mesmo modo, a hiperatividade faz com que o indivíduo tenha uma atividade motora excessiva, por exemplo, frequentemente mexer e batucar os pés ou mãos, falar demais e interromper as pessoas.

Enquanto a impulsividade leva à ações precipitadas que podem causar danos a si mesmo, como tomar decisões importantes sem pensar nas consequências.

De modo geral, a hiperatividade diminui na vida adulta e o que fica mais marcado são a falta de atenção, impulsividade, planejamento e inquietude.

Mas como esses sintomas afetam a vida das pessoas no dia a dia?

Consequências do TDAH em adultos

A princípio, o TDAH pode gerar complicações em relação às funções executivas.

Mas o que elas são?

As funções executivas são habilidades cognitivas que facilitam a adaptação do indivíduo a situações novas e pouco habituais.

Nesse sentido, elas permitem ao indivíduo engajar-se em atividades importantes, tomar decisões e conseguir atingir metas que estabeleceu previamente.

Assim, a pessoa com TDAH pode ter, esquecimento de coisas importantes, danos na gestão de tempo, resolução de problemas, motivação e gestão da emoção.

Por isso, é comum que o desempenho acadêmico e profissional possam ser reduzidos.

Igualmente, há uma maior possibilidade de problemas interpessoais que podem levar a maior taxa de separação e divórcio devido às dificuldades em relação às emoções (3). 

Além disso, indivíduos com TDAH podem ser interpretados pelas outras pessoas como preguiçosos, irresponsáveis, ou que não agem com colaboração devido à dificuldade em realizar tarefas prolongadas.

Por fim, a pessoa que tem TDAH têm maiores chances de desenvolvimento de outros transtornos como ansiedade, depressão, bipolaridade e abuso de substâncias.

Tratamento do TDAH

O tratamento do TDAH é composto por:

  • Psicoterapia: fundamental para ajudar nas dificuldades interpessoais e profissionais
  • Remédios: receitados por profissionais, quando necessário, ajudam na capacidade de prestar atenção, diminuir ritmo e ter mais autocontrole

Nesse contexto, a terapia cognitivo comportamental (TCC), que trabalha com pensamentos prejudiciais, é a mais indicada para tratamento do transtorno.

O tratamento poderá trazer uma melhor qualidade de vida para quem sofre com TDAH.

É importante ressaltar que o diagnóstico de TDAH é complexo, pois depende de vários fatores que devem ser avaliados.

Dessa forma, é essencial procurar um bom profissional que faça um diagnóstico adequado de TDAH em adultos.

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Olá! Meu nome é Sandy Rodrigues, sou estudante de psicologia na Universidade Federal Fluminense (UFF) com previsão de formação para o segundo semestre de 2023. Faço parte como voluntária de um projeto de extensão que pesquisa sobre a saúde de professores, nesse projeto são realizadas entrevistas que visam entender a dinâmica de trabalho e buscar meios de melhorar a saúde desse trabalhador. Também sou bolsista de iniciação científica para desenvolvimento de aplicativos para estimulação cognitiva de idosos e crianças. Além disso, tenho diversos cursos extracurriculares na área de psicologia, como o III curso introdutório da liga acadêmica de autismo da UNIFESP e o de Neuropsicofarmacologia da LiFaC - UFF, sempre em busca de mais conhecimento a fim de me tornar uma profissional ética e comprometida. Para além da faculdade, passo meu tempo me arriscando na confecção de bolos e procurando o passatempo perfeito (séries e livros têm sido boas escolhas). Atualmente escrevo para o Vitalismo com o intuito de contribuir com a disseminação de informações seguras e acessíveis, levando maior conhecimento para as pessoas a respeito de diversos temas que atravessam a psicologia.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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